O presente trabalho apresenta os resultados de uma pesquisa de campo realizada com crianças Tikuna, educadores e pais da comunidade do Umariaçú II. O objetivo deste estudo é investigar as ações e reações das crianças indígenas no processo de ensino e aprendizagem na educação infantil, na Escola Municipal AEGATU DECATUCU. Os objetivos específicos visam: a) observar as relações de convivência entre criança-criança e criança-educador frente às atividades escolares diante da prática pedagógica do professor em sala de aula; b) descrever os modos de como a família (pais/ responsáveis) participa como verdadeiro núcleo, sendo parceira da educação e da aprendizagem da vida escolar do filho; c) registrar por meio da observação e convivência como a criança indígena reage ao aprendizado formal na sala de aula, mediante as atividades propostas pelos educadores. No que se refere ao comportamento, a criança Tikuna tem seu momento de diversão, e em relação à aprendizagem, é atenciosa quando os educadores estão a explicar. Percebe-se que o estímulo e a motivação da criança devem estar contemplados na proposta pedagógica dos educadores Tikuna. Os achados da pesquisa revelam que os pais procuram ser colaboradores e parceiros da educação dos seus filhos. Declaram que o ensinamento e a aprendizagem ainda são heranças marcadas e enraizadas pelas gerações. Para os educadores, a escola é a instituição que tende a viabilizar muitas atividades para motivar os pais a estarem presentes no cotidiano escolar de seus filhos. A educação indígena para crianças pequenas enfrenta desafios para adequar o currículo à demanda do ensino e da aprendizagem. Percebe-se a falta de materiais e de recursos pedagógicos específicos para atender a demanda escolar da criança indígena. O entorno social imposto pela sociedade urbanizada se infiltra na cultura e tradição local gerando um processo de aculturação e descaracterização da criança indígena. Diante disto a criança indígena, como ser em desenvolvimento e marcada por sua cultura, não tem o poder de mudar o atual contexto sociocultural, mas, pode ressignificá-lo por meio dos modos de vida e sobrevivência que a educação e o educador podem lhe oferecer. / This paper presents the results of field research carried out with the children, educators and parents of the Umariaçú II community. The goal of this study is to investigate the actions and reactions of the indigenous children in the teaching and learning process in early childhood education, in the AEGATU DECATUCU Municipal School. The specific goals laid out in this study were: Observe within the daily life of the school the communal interaction relations among the children and between children and educator in regard to the school activities connected to the pedagogical practice of the teacher in the classroom. Describe the ways in which the family (parents/those/responsible), in relation to the school, participates as true nuclei, being these partners in the education and learning process within the school life of their children. Register, through observation and interaction, how the indigenous children react to formal learning in the class room, confronted with the proposed activities of the educators. With regard to behavior, the children, as all children, have their moments of fun, and with regard to the learning process, these children are very attentive when the educators are explaining things. One perceives that stimulus and motivation must always walk together as a proposal of the educators. Besides this, the research revealed that the parents are not such great collaborators and partners in the [formal] education of their children, because they still have the image that teaching and learning are legacies marked and rooted by family generations. For the educators the school is the institution which tends to make possible many activities to have the presence of the parents in its daily life, even though they are confronted with the challenges which indigenous education faces in its curricula, resources, community, acculturation and social life which is being daily infiltrated by a more urbanized society. Faced with this, the presence of the child remains as a being in development, with dreams, fulfillments, many times being marked by its culture, which the child itself does not have the power to change, but, re-signifies through their ways of life and survival.