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O moinho satânico do agronegócio canavieiro no Brasil : dependência e superexploração do trabalho na região de Ribeirão Preto-SP / The capital machining and the dismounting of the work : dependence and overexploitation of labor in the region of Ribeirão Preto-SPSantos, Adriano Pereira, 1981- 29 April 2013 (has links)
Orientador: Ricardo Luiz Coltro Antunes / Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas / Made available in DSpace on 2018-08-22T08:02:42Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 2013 / Resumo: O objeto de análise do presente trabalho é a expansão do agronegócio canavieiro no Brasil que surgiu como parte de um novo padrão de acumulação do capital, com as novas perspectivas de crescimento decorrentes de um conjunto de fatores, dentre os quais se destacam: o aparecimento dos carros flex-fuel; o alto preço e escassez do petróleo; as exigências dos protocolos e acordos ambientais em reduzir a emissão de CO2 na atmosfera; e as novas demandas dos países por combustíveis limpos e renováveis. Essa conjuntura favorável não desencadeou apenas a expansão recente do agronegócio canavieiro no Brasil, mas também engendrou a sua reestruturação produtiva, o que o colocou numa posição de destaque no cenário econômico nacional e internacional. Assim, o setor passou a ser defendido como um modelo sustentável de desenvolvimento econômico, tanto porque se modernizou e desenvolveu novas tecnologias geradoras de energia limpa e renovável, como também, porque vem ocupando a liderança nos índices das exportações brasileiras nos últimos anos. Todavia, o seu desenvolvimento é contraditório. Pois, ao mesmo tempo em que ele opera formas moderníssimas de produção, baseadas na automação industrial e na engenharia genética, verifica-se a presença de formas degradantes e condições precárias de trabalho, bem como a destruição ambiental, provocadas por formas deletérias de exploração dos recursos naturais. Ademais, é possível perceber que o agronegócio, ao se estruturar no latifúndio, na monocultura e na superexploração do trabalho, reproduz elementos que caracterizam uma economia de tipo colonial, considerada atrasada e subdesenvolvida. O objetivo dessa pesquisa é investigar e apreender as condições e relações de trabalho dos cortadores de cana, as características do agronegócio e seus dilemas e contradições na região Ribeirão Preto-SP. Por meio de uma ampla análise de dados e informações coletadas, e pesquisa empírica qualitativa direta, buscou-se apreender os dilemas e contradições atuais do modelo de desenvolvimento do agronegócio canavieiro. Segundo nossos estudos, a atual expansão do setor no Brasil, instaurou novas formas de exploração e controle sobre a força de trabalho, o que garantiu, por um lado, uma maior acumulação, especialmente do capital estrangeiro, que invadiu o setor, com a mundialização do capital, mas, por outro, ao intensificar a exploração e degradar as condições de trabalho, trouxe com ela a morte e o adoecimento dos trabalhadores. Isso nos permite dizer que, em nome da lógica destrutiva da expansão e acumulação incessante do capital, o agronegócio opera como um "moinho satânico" que tritura e corrói não apenas as condições de vida e trabalho, mas o corpo e a physis do trabalhador. Portanto, concluímos que a partir da superexploração do trabalho, o Brasil ocupa atualmente, no mercado internacional, uma posição subordinada e dependente como um dos maiores produtores de agrocombustíveis e commodities do mundo, reproduzindo assim, por meio da presença do capital estrangeiro, as ?estruturas históricas da dependência? de um regime de exploração neocolonial. Por essa razão o agronegócio canavieiro não pode ser defendido como modelo de desenvolvimento econômico / Abstract: The object of analysis of this work is the expansion of the sugarcane agribusiness in Brazil that emerged as part of a new pattern of accumulation of capital, with the new perspectives of growth due to a number of factors, among which are: the emergence of the flex-fuel cars, the high price and the scarcity of petroleum, the requirements of environmental agreements and protocols to reduce the emission of CO2 into the atmosphere, and the new demands of countries for clean and renewable fuels. This favorable situation not only triggered the recent expansion of sugarcane agribusiness in Brazil, but also engendered its restructuring process, which put it in a prominent position in the national and international economic scenario. Thus, the sector is now advocated as a sustainable model of economic development, because it is modernized and also developed new technologies that generate clean and renewable energy, but also because it has been occupying the leading indices of Brazilian exports in recent years. However, its development is contradictory. Because, while it operates the most modern ways of production, based on industrial automation and genetic engineering, there is the presence of degrading and poor working conditions and also the environmental destruction caused by harmful forms of exploitation of natural resources. Moreover, one can see that agribusiness, when structures itself on the landowners, on monoculture and overexploitation of labor, reproduces elements that characterize an economy back to the colonial times, considered backward and underdeveloped. The goal of this research is to investigate and apprehend the conditions and the labor relations of cane cutters, the characteristics of agribusiness and its dilemmas and contradictions in Ribeirão Preto region. Through a comprehensive analysis of data and information collected, and a direct qualitative empirical research, we sought to capture the dilemmas and the current contradictions in the model of development of the agribusiness. According to our studies, the current expansion of the sector in Brazil, introduced new forms of exploitation and control over the workforce, which guaranteed, on the one hand, a greater accumulation, especially of foreign capital, which stormed the industry with a globalization of the capital, but on the other hand, in intensifying the exploitation and the degrading working conditions, brought the death and the illness of the workers. This allows us to say that on behalf of the destructive logic of the expansion and the ceaseless accumulation of capital, the agribusiness operates as a "satanic mill" that grinds and erodes not only the conditions of life and work, but the body and the physis of the workers. Therefore, we conclude that from the overexploitation of labor, Brazil is currently, on the international market, in a subordinate and dependent position as one of the major producers of biofuels and commodities in the world, thus reproducing, through the presence of foreign capital, "the historic structures of dependency" of a system of neo-colonial exploitation. Therefore, the sugarcane agribusiness cannot be defended as a model of economic development / Doutorado / Sociologia / Doutor em Sociologia
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