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A utopia concreta e o ainda-não-consciente na obra de Ernst Bloch / The concrete utopia and the not-yet-conscious in the work of Ernst Bloch

Viana, Francisco Antonio Marques 29 September 2015 (has links)
Made available in DSpace on 2016-04-27T17:27:12Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Francisco Antonio Marques Viana.pdf: 1904124 bytes, checksum: df2ab414fc9475e111c70c9231b2245e (MD5) Previous issue date: 2015-09-29 / Ernst Bloch‟s thought is quite broad, and it is usually analyzed in its messianic, utopian, mystical, features; or yet, due to its possible repercussion in Latin America and its hopeful point of view. This Dissertation investigates Bloch‟s philosophy as a source for the renovation of Marxism, in two moments which are interconnected to one sole idea: the Socialist revolution, enlightened by the liberation of man from Capitalism, and the building of a better life. The first moment is to be found in concrete utopia: an equalitarian, humanistic society, without the ill-consciousness of the division of classes and the egotism of profit, having man and his integration with nature as its subject. The second moment, consequence of the first, has its nucleus in the not-yet-conscious concept and it increases in density in man after he has (been) awakened with the transformation of society. Dialectically, the road to concrete utopia is to be found in the conjugation of the cold current of Marxism - the lucidity regarding reality -, with its warm current - revolutionary enthusiasm. There is, however, a starting point for Utopian philosophy, which is the Materialist Dialectics of historical man, the incompleteness of his trajectory, and the exit from obscurity wherein he lives, in search of himself, in the luminosity of the interlacing of theory and praxis. In such process, mediated by the anticipating will, one finds the need to review the ways of philosophy and psychoanalysis. Reviewing means thinking and overcoming difficulties so as to make Socialism the political regime mass-society chooses so that, faced with the imperatives of reality, man does not give up acting and dreaming, he does not, especially, relinquish the values of equality, friendship, and happiness on Earth. With its beginning in Aristotle and in the Aristotelism of the Left, in the Gothic thought of the Middle Ages, and in the philosophy of Renaissance, Bloch‟s hope concentrates in the awakening of rebellious man and in the building upon order starting from liberty, in the convergence of the superstructure with the structure, thus making it possible for one to live true history, so that the estrangement‟ of life does not become permanent repetition. If this happens, if philosophy and psychoanalysis acquire new knowledge, including the rediscovery of fore-knowledge [of the future] in Classical Philosophy, concrete utopia and the not-yet-conscious have the chance to overcome the capitalist illusion, thus generating horizons of hope for the construction of that which man has never experienced, a society wherein he is, at once, subject and object of its construction. What distinguishes Bloch from "Orthodox Marxism" is the open philosophical system, without ideologism, far from the delusive fetish of merchandise, next to the man who transforms and awakens to a better life. He dreams awake with a philosophy of a classless society in opposition to the philosophy of a class society / O pensamento de Ernst Bloch é complexo, sua obra é extensa e, em geral, tem sido analisado pelas suas feições messiânicas, utópicas, místicas ou ainda pela sua possível repercussão na América Latina e pelo ângulo da esperança. Esta tese, investiga a filosofia blochiana como fonte de renovação e extensão do marxismo, em dois momentos interligados a uma mesma ideia: a revolução socialista, iluminada pela libertação do homem do modo de produção capitalista e a construção da vida melhor. O primeiro momento encontra-se na utopia concreta: uma sociedade igualitária, humanística, sem a má consciência da divisão de classes e o egoísmo da expropriação da mais-valia, tendo como sujeito o homem e a sua integração com a natureza. O segundo momento, consequência do primeiro, tem o seu núcleo no conceito do ainda-não-consciente e se adensa no homem a partir do sonho acordado com a transformação da sociedade. Dialeticamente, o caminho para a utopia concreta encontra-se na conjugação da corrente fria do marxismo, a lucidez em realçar a realidade quanto à submissão ao capital, com a corrente quente , o entusiasmo revolucionário com o ainda-não-consciente. Há, contudo, um ponto de partida para a filosofia utópica que é o sonhar acordado com a saída da obscuridade em que vive o homem, na procura de encontrar a si mesmo, na luminosidade do entrelaçamento da teoria e da prática. Nesse processo dialético-materialista, mediado pela vontade antecipadora, encontra-se a necessidade de rever os caminhos da filosofia e da psicanálise. Rever significa pensar e transpor as dificuldades para transformar o socialismo no regime de escolha da sociedade de massas e que, diante dos imperativos do cotidiano, o homem não deixe de agir e sonhar, jamais abdique, principalmente, dos valores da igualdade, da fraternidade e da felicidade na Terra. Com seu início em Aristóteles e no chamado aristotelismo de esquerda, no pensamento gótico do medievo e na filosofia do Renascimento, a esperança em Bloch concentra-se no acordar do homem rebelde e na construção da ordem fundada na liberdade, na convergência da superestrutura com a estrutura e que, dessa forma, passe-se a viver a verdadeira história, sem que o estranhamento da vida se torne repetição permanente. Se assim ocorrer, a filosofia e a psicanálise irão adquirir novos saberes, inclusive redescobrindo ensinamentos antecipatórios do futuro na filosofia anterior a Marx. A utopia concreta e o ainda-não-consciente, nesse ambiente, terão possibilidades de superar a ilusão dos valores do capitalismo, criando horizontes de esperança para a construção daquilo que o homem jamais viveu, a sociedade em que ele será, a um só tempo, sujeito e objeto da construção. O que distingue Bloch do marxismo ortodoxo é o sistema filosófico aberto, de elucidação da essência humana, sem ideologismo, de mediação com a realidade, sem vínculos com o jogo ilusório do fetiche das mercadorias, identificado com o homem que transforma as relações entre os homens e com a natureza, despertando para uma vida melhor. Bloch sonha acordado com a filosofia da sociedade sem classes em oposição à filosofia da sociedade de classes

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