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Crescimento, flutuações e endividamento externo na economia dos Estados Unidos: 1980-2000 / Economic growth, business cycles and external indebtedness of the US economy, 1980-2004

Schincariol, Vitor Eduardo 04 March 2010 (has links)
Este trabalho buscar explicar como o endividamento externo da economia norte-americana, a partir do início da década de (19)80, atenuou (e atenua ainda hoje) as decorrências macroeconômicas advindas da tendência para a estagnação do produto interno bruto. Segundo o argumento usado aqui, tal tendência para a estagnação origina-se da queda ao longo do tempo da parcela da acumulação produtiva sobre o produto. A tendência é explicada por um crescente diferencial no desempenho das taxas de lucro intersetoriais na economia, no qual as desvantagens para os setores industriais podem ser explicadas por suas mais elevadas razões capital/produto e conseqüentes menores taxas de lucro. Tal é intensificado por (a) pelo comportamento dos preços relativos, os quais conhecem uma queda maior dos preços dos bens industriais face a outros preços na economia; e (b) pelos crescentes déficits comerciais em bens. Particularmente, a tendência ao declínio foi intensificada pelas crises do petróleo (1974-1979) e pela política de juros altos no fim da década de (19)70 e meados de (19)80. O crescimento da financeirização surge assim como a outra face da moeda do movimento de diminuição da acumulação produtiva. Em segundo lugar, além de se tentar abordar as causas das flutuações em tendência decrescente do produto no período, tentou-se demonstrar como, em meio às flutuações do produto, o nível de endividamento correlacionou-se com a economia norte-americana no sentido de funcionar como elemento estabilizador. Dentro disto, buscou-se mostrar como a recuperação das taxas de lucro industriais, a partir do final da década de (19)80, e em meados da de (19)90, não levaram à queda da dívida externa. Isto se deu porque o nível de crescimento do setor industrial não logrou levar a economia a um patamar de crescimento que tornasse possível prescindir da dívida externa. Isto significava que a acumulação produtiva continuava insuficiente como mecanismo que permitisse uma diminuição do endividamento externo, principalmente devido às dificuldades relativas das taxas das de lucro industriais e das perdas no comércio exterior em bens tangíveis, não contornadas completamente pelo crescimento visto no período. Isto mostra que para sustentar os níveis de investimento e consumo, sem auxílio do endividamento externo, um volume muito maior de investimento teria de estar ocorrendo, o que não é possível pela queda relativa das taxas de lucro nos setores produtivos. Argumenta-se, assim, que o endividamento externo atenuou mas não solucionou fundamentalmente a continuidade da queda do investimento produtivo ao longo do tempo, processo que teria conduzido a economia a ainda menores taxas de crescimento na ausência do papel hegemônico do dólar na economia mundial. / This work aims to explain how the external indebtedness of the U.S. economy since the 1980s attenuated and still attenuates the macroeconomic effects originated from the tendency of the gross domestic product to stagnate. This tendency comes from the fall of the productive accumulation in its relation to the national product, explained by the growing disadvantages of the industrial profit rates when compared to the financial ones. These disadvantages can be explained mainly by the bigger capital/product rates in the industrial sectors, lowering its rates of profit. This is intensified by (a) the performance of the relative prices, which shows an ongoing fall in goods prices and a increase in nongoods prices, and (b) by the increasing trade deficits, stressing domestic production. Particularly, these tendencies were intensified by the oil crisis and the high interest rates of the middle 1970s. The growing participation of the financial sectors in the national economy is the other face of this tendency of the productive accumulation to fall. Moreover, this work intended to discuss how the external indebtedness is correlated to the instability of the economy, showing how, during all the period, the external indebtedness worked as a mechanism of stabilization. The work then tried to describe this process of stabilization. After this, the work intended to explain why the absolute rise of the industrial rates of profit, since the middle 1980s, was not able to diminish the rate of the external indebtedness. This occurred because the financial rates of profit expanded still more rapidly, expressing the persistence of the above mentioned different performances between productive and non-productive sectors in the U.S. economy. It explains why the increase in profitability of productive capital during the 1990s continued insufficient to conduct the economy to smaller degrees of external indebtedness. This is the specific conclusion of chapter 9, which tries to demonstrate how a faster process of accumulation of capital did not take to a lesser external debt during the middle 1990s. It occurred because that process of economic growth needed a still more vigorous rate of productive investment to make possible a fall in external indebtedness. Hence, the conclusion that emerges is that only a much more stronger process of productive accumulation would be able to diminish the external indebtedness process - a not easy process, given the poorest domestic performance of industrial sectors in face of the other domestic sectors and in face of the international ones. That is, the external indebtedness attenuated but did not solve the occurrence of a falling rate of productive accumulation. So, this fall of the rate of profit in industrial sectors would have conducted the economy to a still more fragile degree of investment and consumption if there was not the hegemonic role of dollar in the international economy, which permits the above mentioned strategy of external indebtedness.
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Crescimento, flutuações e endividamento externo na economia dos Estados Unidos: 1980-2000 / Economic growth, business cycles and external indebtedness of the US economy, 1980-2004

Vitor Eduardo Schincariol 04 March 2010 (has links)
Este trabalho buscar explicar como o endividamento externo da economia norte-americana, a partir do início da década de (19)80, atenuou (e atenua ainda hoje) as decorrências macroeconômicas advindas da tendência para a estagnação do produto interno bruto. Segundo o argumento usado aqui, tal tendência para a estagnação origina-se da queda ao longo do tempo da parcela da acumulação produtiva sobre o produto. A tendência é explicada por um crescente diferencial no desempenho das taxas de lucro intersetoriais na economia, no qual as desvantagens para os setores industriais podem ser explicadas por suas mais elevadas razões capital/produto e conseqüentes menores taxas de lucro. Tal é intensificado por (a) pelo comportamento dos preços relativos, os quais conhecem uma queda maior dos preços dos bens industriais face a outros preços na economia; e (b) pelos crescentes déficits comerciais em bens. Particularmente, a tendência ao declínio foi intensificada pelas crises do petróleo (1974-1979) e pela política de juros altos no fim da década de (19)70 e meados de (19)80. O crescimento da financeirização surge assim como a outra face da moeda do movimento de diminuição da acumulação produtiva. Em segundo lugar, além de se tentar abordar as causas das flutuações em tendência decrescente do produto no período, tentou-se demonstrar como, em meio às flutuações do produto, o nível de endividamento correlacionou-se com a economia norte-americana no sentido de funcionar como elemento estabilizador. Dentro disto, buscou-se mostrar como a recuperação das taxas de lucro industriais, a partir do final da década de (19)80, e em meados da de (19)90, não levaram à queda da dívida externa. Isto se deu porque o nível de crescimento do setor industrial não logrou levar a economia a um patamar de crescimento que tornasse possível prescindir da dívida externa. Isto significava que a acumulação produtiva continuava insuficiente como mecanismo que permitisse uma diminuição do endividamento externo, principalmente devido às dificuldades relativas das taxas das de lucro industriais e das perdas no comércio exterior em bens tangíveis, não contornadas completamente pelo crescimento visto no período. Isto mostra que para sustentar os níveis de investimento e consumo, sem auxílio do endividamento externo, um volume muito maior de investimento teria de estar ocorrendo, o que não é possível pela queda relativa das taxas de lucro nos setores produtivos. Argumenta-se, assim, que o endividamento externo atenuou mas não solucionou fundamentalmente a continuidade da queda do investimento produtivo ao longo do tempo, processo que teria conduzido a economia a ainda menores taxas de crescimento na ausência do papel hegemônico do dólar na economia mundial. / This work aims to explain how the external indebtedness of the U.S. economy since the 1980s attenuated and still attenuates the macroeconomic effects originated from the tendency of the gross domestic product to stagnate. This tendency comes from the fall of the productive accumulation in its relation to the national product, explained by the growing disadvantages of the industrial profit rates when compared to the financial ones. These disadvantages can be explained mainly by the bigger capital/product rates in the industrial sectors, lowering its rates of profit. This is intensified by (a) the performance of the relative prices, which shows an ongoing fall in goods prices and a increase in nongoods prices, and (b) by the increasing trade deficits, stressing domestic production. Particularly, these tendencies were intensified by the oil crisis and the high interest rates of the middle 1970s. The growing participation of the financial sectors in the national economy is the other face of this tendency of the productive accumulation to fall. Moreover, this work intended to discuss how the external indebtedness is correlated to the instability of the economy, showing how, during all the period, the external indebtedness worked as a mechanism of stabilization. The work then tried to describe this process of stabilization. After this, the work intended to explain why the absolute rise of the industrial rates of profit, since the middle 1980s, was not able to diminish the rate of the external indebtedness. This occurred because the financial rates of profit expanded still more rapidly, expressing the persistence of the above mentioned different performances between productive and non-productive sectors in the U.S. economy. It explains why the increase in profitability of productive capital during the 1990s continued insufficient to conduct the economy to smaller degrees of external indebtedness. This is the specific conclusion of chapter 9, which tries to demonstrate how a faster process of accumulation of capital did not take to a lesser external debt during the middle 1990s. It occurred because that process of economic growth needed a still more vigorous rate of productive investment to make possible a fall in external indebtedness. Hence, the conclusion that emerges is that only a much more stronger process of productive accumulation would be able to diminish the external indebtedness process - a not easy process, given the poorest domestic performance of industrial sectors in face of the other domestic sectors and in face of the international ones. That is, the external indebtedness attenuated but did not solve the occurrence of a falling rate of productive accumulation. So, this fall of the rate of profit in industrial sectors would have conducted the economy to a still more fragile degree of investment and consumption if there was not the hegemonic role of dollar in the international economy, which permits the above mentioned strategy of external indebtedness.

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