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Entre o roteiro e a viagem: famílias e crianças pelo caminho / Between the script and the trip: families and children along the way

Gizele Bakman 25 March 2013 (has links)
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / O tema central da pesquisa foi pensar a família partindo do ponto de vista de crianças: como crianças, enquanto sujeitos sociais que são, estão compreendendo e experimentando o que é família. A ideia de entrevistar crianças partiu da suposição de que estas estão vivenciando muitos modelos de famílias diferentes dos tradicionais e, possivelmente, sem o cunho de novidade, diferença ou estranheza. Acreditamos que escutar as crianças é justamente alcançar um discurso que não ocupa um lugar de destaque, um lugar oficial, mas nem por isso é menos importante. Levando em consideração a tensão entre entender criança como faixa etária e pensar através de um devir-criança que pode estar em qualquer um de nós, optamos por entrevistar 22 crianças de idade entre 6 e 11 anos, contabilizando 6 grupos. Inspirada na Cartografia, que compreende a pesquisa como ocorrendo num espaço do meio, onde não há polos estáveis sujeito-objeto, mas que a pesquisa se constrói em conjunto. Essa perspectiva nos fez eleger como dispositivo o formato de entrevistas em grupo, onde era pedido que desenhassem sua própria família ou uma família. Para as crianças entrevistadas, a vivência pessoal parece ser o molde para a construção do sentimento de união e pertinência que se carrega ao longo da vida, cujos critérios variam de acordo com as histórias de cada um. A noção de processo de subjetivação presente no pensamento de Michel Foucault foi importante instrumento conceitual para compreender as ideias de famílias que emergiram dos depoimentos das crianças entrevistadas. Percebemos através das afirmações dessas crianças que há um jogo onde elas experimentam possibilidades de sentido para conjugar aspectos que consideram importantes do que seja família: afeto, convivência, relações sanguíneas, que se combinam no que denominamo s camadas de família. As crianças parecem gozar de certa liberdade para inventar e definir categorias, testando também critérios comuns cotidianos que ajudam a incluir e/ou excluir membros. Foi marcante uma extrema flexibilidade na escolha dos critérios, um momento devir-criança, aberto a novas possibilidades, ao singular que se criava na interação coletiva. Ao focalizarmos os critérios sugeridos pelas crianças, ficamos com a impressão de que elas nos oferecem um olhar mais rizomático (Deleuze e Guattari) em direção às famílias. O trabalho incorpora uma análise do percurso da pesquisa que descartou questões e priorizou outras, a partir da análise de implicação da pesquisadora no processo desde que a pesquisa começou a ser pensada até a intervenção realizada. / The central theme of the research was thinking the family from the children's point of view: as children, as social subjects that are, understanding and experiencing what is family. The idea of interviewing children started from the assumption that they are experiencing many families with different models from the traditional ones and, possibly, without the imprint of novelty, difference or strangeness. We believe that listening to children is to achieve a speech that does not occupy a prominent place, an official place, but not because of this it is less important. Taking into consideration the tension between understanding a child as age group and think through a devir-enfant who might be in any one of us. We decided to interview 22 children aged between 6 and 11 years, accounting for 6 groups. Inspired by the Cartography, comprising the research as occurring in a place where there are no stable poles subject-object, but where the research is built together. This perspective has made us elect the format of group interviews, where we asked them to draw their own family or any family. For these children, the personal experience seems to be the pattern for the construction of the sense of union and pertinence that they carry throughout life, whose criteria vary according to the histories of each child. The concept of the process of subjectivation in the thought of Michel Foucault was an important conceptual instrument for understanding the ideas of families that emerged from the testimony of the children interviewed. We perceive through the statements of these kids that there is a game where they experience the possibilities of sense to combine important aspects of family: affection, cohabitation, blood relations, which combine in what we call family layers. The children seem to enjoy some freedom to invent and define categories, as well as testing everyday common criteria that help include and/or exclude members. An extreme flexibility was striking in the choice of the criteria, a moment devir- enfant, open to new possibilities, to the singular they created in the collective interaction. When focusing the criteria suggested by the children, we get the impression that they offer us a look more rizomatic (Deleuze and Guattari) toward the families. The work incorporates a search path analysis which ruled out issues and prioritized other, from the analysis of implication of the researcher in the process since the research began to be thought up to the intervention.
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Entre o roteiro e a viagem: famílias e crianças pelo caminho / Between the script and the trip: families and children along the way

Gizele Bakman 25 March 2013 (has links)
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / O tema central da pesquisa foi pensar a família partindo do ponto de vista de crianças: como crianças, enquanto sujeitos sociais que são, estão compreendendo e experimentando o que é família. A ideia de entrevistar crianças partiu da suposição de que estas estão vivenciando muitos modelos de famílias diferentes dos tradicionais e, possivelmente, sem o cunho de novidade, diferença ou estranheza. Acreditamos que escutar as crianças é justamente alcançar um discurso que não ocupa um lugar de destaque, um lugar oficial, mas nem por isso é menos importante. Levando em consideração a tensão entre entender criança como faixa etária e pensar através de um devir-criança que pode estar em qualquer um de nós, optamos por entrevistar 22 crianças de idade entre 6 e 11 anos, contabilizando 6 grupos. Inspirada na Cartografia, que compreende a pesquisa como ocorrendo num espaço do meio, onde não há polos estáveis sujeito-objeto, mas que a pesquisa se constrói em conjunto. Essa perspectiva nos fez eleger como dispositivo o formato de entrevistas em grupo, onde era pedido que desenhassem sua própria família ou uma família. Para as crianças entrevistadas, a vivência pessoal parece ser o molde para a construção do sentimento de união e pertinência que se carrega ao longo da vida, cujos critérios variam de acordo com as histórias de cada um. A noção de processo de subjetivação presente no pensamento de Michel Foucault foi importante instrumento conceitual para compreender as ideias de famílias que emergiram dos depoimentos das crianças entrevistadas. Percebemos através das afirmações dessas crianças que há um jogo onde elas experimentam possibilidades de sentido para conjugar aspectos que consideram importantes do que seja família: afeto, convivência, relações sanguíneas, que se combinam no que denominamo s camadas de família. As crianças parecem gozar de certa liberdade para inventar e definir categorias, testando também critérios comuns cotidianos que ajudam a incluir e/ou excluir membros. Foi marcante uma extrema flexibilidade na escolha dos critérios, um momento devir-criança, aberto a novas possibilidades, ao singular que se criava na interação coletiva. Ao focalizarmos os critérios sugeridos pelas crianças, ficamos com a impressão de que elas nos oferecem um olhar mais rizomático (Deleuze e Guattari) em direção às famílias. O trabalho incorpora uma análise do percurso da pesquisa que descartou questões e priorizou outras, a partir da análise de implicação da pesquisadora no processo desde que a pesquisa começou a ser pensada até a intervenção realizada. / The central theme of the research was thinking the family from the children's point of view: as children, as social subjects that are, understanding and experiencing what is family. The idea of interviewing children started from the assumption that they are experiencing many families with different models from the traditional ones and, possibly, without the imprint of novelty, difference or strangeness. We believe that listening to children is to achieve a speech that does not occupy a prominent place, an official place, but not because of this it is less important. Taking into consideration the tension between understanding a child as age group and think through a devir-enfant who might be in any one of us. We decided to interview 22 children aged between 6 and 11 years, accounting for 6 groups. Inspired by the Cartography, comprising the research as occurring in a place where there are no stable poles subject-object, but where the research is built together. This perspective has made us elect the format of group interviews, where we asked them to draw their own family or any family. For these children, the personal experience seems to be the pattern for the construction of the sense of union and pertinence that they carry throughout life, whose criteria vary according to the histories of each child. The concept of the process of subjectivation in the thought of Michel Foucault was an important conceptual instrument for understanding the ideas of families that emerged from the testimony of the children interviewed. We perceive through the statements of these kids that there is a game where they experience the possibilities of sense to combine important aspects of family: affection, cohabitation, blood relations, which combine in what we call family layers. The children seem to enjoy some freedom to invent and define categories, as well as testing everyday common criteria that help include and/or exclude members. An extreme flexibility was striking in the choice of the criteria, a moment devir- enfant, open to new possibilities, to the singular they created in the collective interaction. When focusing the criteria suggested by the children, we get the impression that they offer us a look more rizomatic (Deleuze and Guattari) toward the families. The work incorporates a search path analysis which ruled out issues and prioritized other, from the analysis of implication of the researcher in the process since the research began to be thought up to the intervention.

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