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Anemia em gestantes atendidas em serviços públicos de pré-natal das cinco regiões brasileiras antes e após a política da fortificação das farinhas com ferro / Anemia in pregnant women assisted by public health care services of the five Brazilian regions before and after the policy of fortification of flours with ironSato, Ana Paula Sayuri 21 December 2010 (has links)
Introdução: Anemia é um importante problema de saúde pública no Brasil, ainda muito associado às condições sociais. A fortificação de alimentos com ferro é uma alternativa de grande alcance no combate à deficiência de ferro e controle da anemia, pois representa uma fonte complementar que contribui para a formação de reservas do mineral para os períodos de maior vulnerabilidade. As gestantes compõem um dos grupos mais vulneráveis à anemia, com consequências deletérias à sua saúde e do feto. Considerando que a fortificação compulsória das farinhas de trigo e milho com ferro foi efetivamente implantada em junho de 2004, supõe-se que mulheres em idade reprodutiva tenham aumentado suas reservas, tornando as gestações de menor risco. Justifica-se, assim, avaliar o efeito da fortificação das farinhas no controle da anemia em gestantes. Objetivo: Avaliar o efeito da fortificação das farinhas de trigo e milho com ferro, no controle da anemia em gestantes atendidas em serviços públicos de pré-natal, localizados em municípios das cinco regiões do Brasil. Métodos: Estudo de avaliação de intervenção por meio de painéis repetidos, com amostras transversais independentes, realizado em serviços públicos de saúde localizados em municípios das cinco regiões do Brasil. Foram coletados dados retrospectivos de 12.119 prontuários de gestantes distribuídas em dois grupos: Antes-fortificação (parto antes de Jun/2004) e Após-fortificação (última menstruação após Jun/2005). Anemia foi definida como Hb<11g/dL. Níveis de hemoglobina-Hb por idade gestacional foram avaliados segundo critérios do Center for Disease Control-CDC (1989) e Szarfarc et al. (1983). Utilizou-se teste qui-quadrado, t de Student e regressão logística, com nível de significância de 5%. Resultados: Na amostra total, a anemia diminuiu de 25% para 20% após a fortificação (p<0,001), com aumento das médias de Hb (p<0,001). Verificaram-se, entretanto, diferenças regionais importantes. Nas regiões Nordeste e Norte, onde as prevalências eram elevadas, houve queda significativa Após-fortificação: de 37% para 29% e de 32% para 25%, respectivamente. Nas regiões Sudeste e Sul, cujas prevalências eram baixas mesmo antes da fortificação, também houve redução: de 18% para 15% e de 7% para 6%, respectivamente. Nas regiões Sudeste e Sul, as gestantes tinham, respectivamente, razão de chance 30% e 75% menor de serem anêmicas, em relação às da região Nordeste. Em comparação com os parâmetros do CDC (1989), os níveis de Hb segundo idade gestacional de ambos os grupos se mostraram discretamente mais elevados nos primeiros meses, porém bem mais baixos após o 4º mês. O mesmo se verificou em relação à curva de Szarfarc et al (1983), porém após o 3º mês, as médias de Hb das gestantes estudadas acompanharam essa curva. Mesmo após o controle das variáveis que se mostraram diferentes entre os grupos (p<0,20), o grupo Após-fortificação apresentou menor razão de chance de ter anemia. Análise de regressão logística mostrou que grupo, região geográfica, situação conjugal, trimestre gestacional, estado nutricional inicial e gestação anterior associaram-se com anemia (p<0,05). Conclusões: Apesar de a prevalência da anemia em gestantes continuar elevada nas regiões Nordeste, Norte e Centro-Oeste, a diminuição no total da amostra e aumento das médias de Hb sugerem efeito positivo da fortificação das farinhas no controle da deficiência do mineral, embora outras variáveis não estudadas possam ter contribuído para tal resultado. A distribuição desigual da anemia nas diferentes regiões geográficas do Brasil, entretanto, reitera sua determinação social. Considerando as dificuldades na obtenção dos dados de Hb a partir de prontuários, sugere-se a implantação de um sistema de monitoramento permanente que possibilite acompanhar a evolução da anemia gestacional em resposta às estratégias implementadas. / Introduction: Anemia is an important public health problem in Brazil, and it has been quite associated to social conditions. Food fortification with iron is a far-reaching alternative to combat iron deficiency and anemia control, as it represents an additional source that contributes to the formation of the mineral stores for the periods of greatest vulnerability. Pregnant women are one of the most vulnerable to anemia, with deleterious consequences to their health and the fetus. Whereas the mandatory fortification of flour and corn flour with iron was effectively implemented in June 2004, it is assumed that women of reproductive age have increased their reserves, making lower-risk pregnancies. Therefore, it justified to evaluate the effect of flour fortification in the control of anemia in pregnant women. Objective: To evaluate the effect of fortification of wheat and corn flours with iron in the control of anemia in pregnant women attending public prenatal care, located in cities of the five regions of Brazil. Methods: A repeated cross-sectional panel evaluation study of intervention was carried out in public health care services located in cities of the five Brazilian regions. We collected backward data in 12.119 medical records. Pregnant women were divided into two groups: Before-fortification (delivery before Jun/2004) and After-fortification (last menstrual period after Jun/2005). Anemia was defined as Hb<11g/dL. Hb level by gestational age was evaluated according to criteria of Centers for Disease Control-CDC(1989) and Szarfarc et al(1983). We used chi-square, Students t test and logistic regression, with significance level of 5%. Results: In the total sample, anemia was dropped from 25% to 20% after fortification (p<0.001). Hb level also was significantly higher after fortification (p <0.001). However, the findings showed great differences among the regions. In the Northeast and North, where the prevalence of anemia were high, significant drop After-fortification was found: from 37% to 29% and 32% to 25%, respectively. In the Southeast and South, whose prevalences were low Before-fortification, also decreased: from 18% to 15% and 7% to 6%, respectively. In the Southeast and South, the women had, respectively, odds ratio 30% and 75% less to be anemic compared to the Northeast. Hb levels according to gestational age, comparing to CDC parameters, were better in the first trimester but worse from the 4th month in both groups. The same was verified comparing to curve of Szarfarc et al, but Hb levels of pregnant women studied followed this curve after 3rd month. Even after controlling for variables that were different between groups (p <0.20), the group After-fortification had lower odds ratio of having anemia. Logistic regression showed that group, geographic region, marital status, gestational trimester, initial nutritional status and previous pregnancy were associated with anemia (p<0.05). Conclusions: Despite the prevalence of anemia in pregnant women is still high in the Northeast, North and Midwest, the decrease in the total sample and increase in Hb levels suggest positive effect of fortification of flour to the control of iron deficiency, although other variables not studied may have contributed to this result. The unequal distribution of anemia in different geographical regions of Brazil, however, reiterates its social determination. Considering the difficulties in obtaining data of Hb from medical records suggest the establishment of a permanent monitoring system allows monitoring the evolution of pregnancy anemia in response to the strategies implemented.
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Anemia em gestantes atendidas em serviços públicos de pré-natal das cinco regiões brasileiras antes e após a política da fortificação das farinhas com ferro / Anemia in pregnant women assisted by public health care services of the five Brazilian regions before and after the policy of fortification of flours with ironAna Paula Sayuri Sato 21 December 2010 (has links)
Introdução: Anemia é um importante problema de saúde pública no Brasil, ainda muito associado às condições sociais. A fortificação de alimentos com ferro é uma alternativa de grande alcance no combate à deficiência de ferro e controle da anemia, pois representa uma fonte complementar que contribui para a formação de reservas do mineral para os períodos de maior vulnerabilidade. As gestantes compõem um dos grupos mais vulneráveis à anemia, com consequências deletérias à sua saúde e do feto. Considerando que a fortificação compulsória das farinhas de trigo e milho com ferro foi efetivamente implantada em junho de 2004, supõe-se que mulheres em idade reprodutiva tenham aumentado suas reservas, tornando as gestações de menor risco. Justifica-se, assim, avaliar o efeito da fortificação das farinhas no controle da anemia em gestantes. Objetivo: Avaliar o efeito da fortificação das farinhas de trigo e milho com ferro, no controle da anemia em gestantes atendidas em serviços públicos de pré-natal, localizados em municípios das cinco regiões do Brasil. Métodos: Estudo de avaliação de intervenção por meio de painéis repetidos, com amostras transversais independentes, realizado em serviços públicos de saúde localizados em municípios das cinco regiões do Brasil. Foram coletados dados retrospectivos de 12.119 prontuários de gestantes distribuídas em dois grupos: Antes-fortificação (parto antes de Jun/2004) e Após-fortificação (última menstruação após Jun/2005). Anemia foi definida como Hb<11g/dL. Níveis de hemoglobina-Hb por idade gestacional foram avaliados segundo critérios do Center for Disease Control-CDC (1989) e Szarfarc et al. (1983). Utilizou-se teste qui-quadrado, t de Student e regressão logística, com nível de significância de 5%. Resultados: Na amostra total, a anemia diminuiu de 25% para 20% após a fortificação (p<0,001), com aumento das médias de Hb (p<0,001). Verificaram-se, entretanto, diferenças regionais importantes. Nas regiões Nordeste e Norte, onde as prevalências eram elevadas, houve queda significativa Após-fortificação: de 37% para 29% e de 32% para 25%, respectivamente. Nas regiões Sudeste e Sul, cujas prevalências eram baixas mesmo antes da fortificação, também houve redução: de 18% para 15% e de 7% para 6%, respectivamente. Nas regiões Sudeste e Sul, as gestantes tinham, respectivamente, razão de chance 30% e 75% menor de serem anêmicas, em relação às da região Nordeste. Em comparação com os parâmetros do CDC (1989), os níveis de Hb segundo idade gestacional de ambos os grupos se mostraram discretamente mais elevados nos primeiros meses, porém bem mais baixos após o 4º mês. O mesmo se verificou em relação à curva de Szarfarc et al (1983), porém após o 3º mês, as médias de Hb das gestantes estudadas acompanharam essa curva. Mesmo após o controle das variáveis que se mostraram diferentes entre os grupos (p<0,20), o grupo Após-fortificação apresentou menor razão de chance de ter anemia. Análise de regressão logística mostrou que grupo, região geográfica, situação conjugal, trimestre gestacional, estado nutricional inicial e gestação anterior associaram-se com anemia (p<0,05). Conclusões: Apesar de a prevalência da anemia em gestantes continuar elevada nas regiões Nordeste, Norte e Centro-Oeste, a diminuição no total da amostra e aumento das médias de Hb sugerem efeito positivo da fortificação das farinhas no controle da deficiência do mineral, embora outras variáveis não estudadas possam ter contribuído para tal resultado. A distribuição desigual da anemia nas diferentes regiões geográficas do Brasil, entretanto, reitera sua determinação social. Considerando as dificuldades na obtenção dos dados de Hb a partir de prontuários, sugere-se a implantação de um sistema de monitoramento permanente que possibilite acompanhar a evolução da anemia gestacional em resposta às estratégias implementadas. / Introduction: Anemia is an important public health problem in Brazil, and it has been quite associated to social conditions. Food fortification with iron is a far-reaching alternative to combat iron deficiency and anemia control, as it represents an additional source that contributes to the formation of the mineral stores for the periods of greatest vulnerability. Pregnant women are one of the most vulnerable to anemia, with deleterious consequences to their health and the fetus. Whereas the mandatory fortification of flour and corn flour with iron was effectively implemented in June 2004, it is assumed that women of reproductive age have increased their reserves, making lower-risk pregnancies. Therefore, it justified to evaluate the effect of flour fortification in the control of anemia in pregnant women. Objective: To evaluate the effect of fortification of wheat and corn flours with iron in the control of anemia in pregnant women attending public prenatal care, located in cities of the five regions of Brazil. Methods: A repeated cross-sectional panel evaluation study of intervention was carried out in public health care services located in cities of the five Brazilian regions. We collected backward data in 12.119 medical records. Pregnant women were divided into two groups: Before-fortification (delivery before Jun/2004) and After-fortification (last menstrual period after Jun/2005). Anemia was defined as Hb<11g/dL. Hb level by gestational age was evaluated according to criteria of Centers for Disease Control-CDC(1989) and Szarfarc et al(1983). We used chi-square, Students t test and logistic regression, with significance level of 5%. Results: In the total sample, anemia was dropped from 25% to 20% after fortification (p<0.001). Hb level also was significantly higher after fortification (p <0.001). However, the findings showed great differences among the regions. In the Northeast and North, where the prevalence of anemia were high, significant drop After-fortification was found: from 37% to 29% and 32% to 25%, respectively. In the Southeast and South, whose prevalences were low Before-fortification, also decreased: from 18% to 15% and 7% to 6%, respectively. In the Southeast and South, the women had, respectively, odds ratio 30% and 75% less to be anemic compared to the Northeast. Hb levels according to gestational age, comparing to CDC parameters, were better in the first trimester but worse from the 4th month in both groups. The same was verified comparing to curve of Szarfarc et al, but Hb levels of pregnant women studied followed this curve after 3rd month. Even after controlling for variables that were different between groups (p <0.20), the group After-fortification had lower odds ratio of having anemia. Logistic regression showed that group, geographic region, marital status, gestational trimester, initial nutritional status and previous pregnancy were associated with anemia (p<0.05). Conclusions: Despite the prevalence of anemia in pregnant women is still high in the Northeast, North and Midwest, the decrease in the total sample and increase in Hb levels suggest positive effect of fortification of flour to the control of iron deficiency, although other variables not studied may have contributed to this result. The unequal distribution of anemia in different geographical regions of Brazil, however, reiterates its social determination. Considering the difficulties in obtaining data of Hb from medical records suggest the establishment of a permanent monitoring system allows monitoring the evolution of pregnancy anemia in response to the strategies implemented.
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