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ASSENTAMENTO SERAFIM: MEMÓRIAS DE MIGRANTES E A LUTA PELA TERRA NO SUL DO MARANHÃO NO PERÍODO DE 1950 A 2015Silva, Ronísia Mara Moura 01 August 2017 (has links)
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Previous issue date: 2017-08-01 / Este trabalho investiga as lutas pela posse de terra no estado do Maranhão, especificamente na
região Sul maranhense, no município de Estreito-MA. Foi protagonizada por trabalhadores
rurais migrantes de várias localidades deste estado, que ocuparam a área da Fazenda Serafim,
decorrendo na formação do acampamento/Assentamento Serafim, na década de 1980,
resultante das trajetórias de itinerâncias, motivadas pelo intuito de alcançarem melhores
condições de vida. Portanto, objetiva-se compreender, por meio das memórias e experiências
dos trabalhadores, as dimensões da luta pela terra, de forma a entender como eles atribuem
significados as suas atuações nesse processo histórico da luta camponesa e de que forma o
protagonismo desses sujeitos transformou a realidade regional. O Sul do Maranhão apresenta,
do ponto de vista do relevo, aspectos bastante definidos, como a predominância de chapadas,
cuja vegetação original é o cerrado. Também a presença de rios que servem de limites entre
estados e cidades com uma vinculação forte com o espaço rural. Compreender as práticas que
envolvem grupos sociais que reivindicam a posse pela terra no Sul do estado é percorrer uma
estrada tortuosa, com várias pegadas e obstáculos. É trilhar o caminho de um passado cheio de
fragmentos. Os conflitos que ocorreram nesse espaço foram resultantes de disputas pela
apropriação das terras devolutas, sendo marcados não somente pela violência física como
também simbólica. Os sujeitos que formaram o acampamento/assentamento Serafim têm forte
vínculo com o espaço rural, seja porque residiram, trabalharam ou porque tiveram como base
familiar as origens e a identidade com a terra. As gerações aí presentes vêm reelaborando seus
modos de vida, suas práticas, perspectivas, mas acima de tudo construindo representações que
são resultantes de experiências e da própria pertença ao lugar. Esses, por sua vez, habitam o
espaço rural, reelaborando significações por meio da forma como construíram o lugar,
privilegiando modos de vida e trabalho. / This work investigates the fights over land ownership in the state of Maranhão, specifically in
the southern part of the state, in the city of Estreito. It was fought by migrant rural workers
from many parts of the state who occupied the area of Fazenda Serafim, which resulted on the
creation of the encampment/settlement Serafim in the decade of 1980, resulting from the
paths of itinerancy, motivated by the goal to achieve better conditions of life. Our objective is
to understand through memories and experiences of the workers, the extent of the fights they
fought, how they assign meanings to their actions in this historical process of the rural fights
and in which way their actions transformed the reality of the region. The south of Maranhão
presents very defined aspects in terms of geography, with the predominance of plateaus,
which has the vegetation of cerrado. There are also rivers which are used as limits for states
and cities, with strong connection to the rural space. Understanding the practices that involve
social groups that fight for land ownership in the south of the state is to go through a winding
road with many footprints and obstacles. It is to tread a path of a past full of fragments. The
conflicts which occurred in this space were a result of disputes for the appropriation of
wastelands, permeated not only by physical violence, but also by symbolical violence. The
individuals who constituted the encampment/settlement Serafim are strongly linked to the
rural space, because they lived, worked or because they had as the base of the family the
origins and the identity with the land. The generations there present are reelaborating their
ways of life, their practices, perspectives, but above all constructing representations which are
resulting from experience and the belonging to the place. These, live in the rural space,
reelaborating significations through the way how they built the place, favouring ways of life
and work.
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