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Função sexual na gestação e após o parto: estudo de coorte / Sexual function during pregnancy and after birth: a cohort studyNathalie Leister 25 June 2015 (has links)
Introdução: A gravidez e o puerpério são períodos de mudanças físicas, psicológicas e socioculturais que podem alterar a sexualidade e levar a disfunções sexuais. A sexologia tem adotado instrumentos de avaliação da função sexual (FS) para auxiliar no diagnóstico das disfunções, como o Índice da Função Sexual Feminina (IFSF). Apesar disso, o comportamento e os fatores associados a FS das mulheres durante a gestação e o pós-parto não estão bem estabelecidos na literatura. Objetivo: Analisar a FS das mulheres desde a gestação até 6 meses após o parto. Método: Coorte prospectiva com 500 mulheres desde o primeiro trimestre da gestação até 6 meses após o parto, realizada em um serviço do setor suplementar de saúde em Guarulhos, SP. Foram incluídas na amostra todas as mulheres que iniciaram o pré-natal e atenderam aos critérios de inclusão do estudo no período ininterrupto de 21 de novembro de 2012 a 17 de setembro de 2013. Foram considerados como exposição a idade gestacional (IG) e os dias de pós-parto; e como desfecho, a FS. As mulheres foram acompanhadas em seis etapas: Etapa 1, com IG < 13 semanas (n = 500); Etapa 2, com IG de 20 a 27 semanas (n = 226); Etapa 3, com IG de 31 a 38 semanas (n = 187); Etapa 4, de 39 a 66 dias após o parto (n=89); Etapa 5, de 76 a 135 dias (n = 64); Etapa 6, com 168 a 208 dias (n = 30). A FS foi avaliada pelo IFSF. Foi realizada análise descritiva, inferencial e múltipla. Resultados: Na gestação, 84,6%, 88,9% e 70,6% das mulheres tiveram atividade sexual no primeiro, segundo e terceiro trimestres, respectivamente. Após o parto, essa proporção foi de 53,9%, 90,6% e 86,7%, nas etapas 4, 5 e 6, respectivamente. A média do escore do IFSF nas 6 etapas foi: 27,7 (dp = 4,9); 27,1 (dp = 4,7); 26,0 (dp = 5,5); 24,8 (dp = 6,1); 26,3 (dp = 6,1) e 26,5 (dp = 5,2), respectivamente. Houve diferença estatística nos escores do IFSF na gestação (p = 0,001) e entre a gestação e após o parto (p = 0,022). As variáveis que, em conjunto, explicam a variação na média do IFSF são: trimestre gestacional e dias de pós-parto, incontinência urinária (IU) e força dos músculos do assoalho pélvico (FMAP). Na etapa 3, o escore do IFSF foi 1,8 (95%IC -2,94 a -0,71) menor que na etapa 1; na etapa 4, foi 2,2 (95%IC -3,65 a -0,77) menor que na etapa 1; na etapa 5, foi 1,4 (95%IC -2,67 a -0,03) menor que na etapa 1. Mulheres com IU tiveram 2,1 (95%IC -3,26 a -0,85) pontos a menos no escore do IFSF do que mulheres sem IU. Na etapa 4, mulheres com IU tiveram 11,3 (95% IC -20,94 a -1,66) pontos a menos no escore do IFSF do que mulheres sem IU na etapa 1. Na etapa 5, esse escore foi 13,3 (-21,60 a -5,09) pontos a menos em relação à etapa 1. A cada 1,0 cmH20 a mais na medição da FMAP, as mulheres tiveram 0,04 pontos a mais no escore IFSF. Na análise de subgrupo após o parto, em mulheres com IU, o escore do IFSF foi 10,5 (95%IC -20,16 a -0,89) pontos menor que em mulheres sem IU. A cada 1,0 cmH20 a mais na medição da FMAP após o parto, as mulheres tiveram 0,08 pontos a mais no escore do IFSF. Conclusões: A FS diminui gradativamente no decorrer da gestação e nos dois primeiros meses após o parto. Do terceiro ao sexto mês após o parto, as mulheres recuperam parcialmente a FS. A IU contribui para a diminuição do escore do IFSF na gestação e após o parto, com maior impacto nos primeiros 4 a 5 meses pós-parto. O impacto clínico da FMAP no escore do IFSF é desprezível. / Introduction: Pregnancy and postpartum are periods of physical, psychological and socio-cultural changes that can affect the sexuality and cause sexual dysfunction. Sexology has adopted assessment tools to measure sexual function (SF) to help on the diagnosis of disorders such as the Female Sexual Function Index (FSFI). Nevertheless, the behaviour and the associated factors with women SF during pregnancy and postpartum are not well established in the literature. Objective: To analyze the women SF from pregnancy to 6 months after delivery. Methods: Prospective cohort study with 500 women from the first trimester of pregnancy until six months after birth, held in a insurance health care facility in Guarulhos, SP. The sample was all women who start prenatal care and met the study inclusion criteria in an uninterrupted period of November, 21th 2012 to September, 17th 2013. The gestational age (GA) and days after birth were considered as exposure; and as an outcome, SF. The women were followed in six steps: Step 1, with GA < 13 weeks (n = 500); Step 2, with GA from 20 to 27 weeks (n = 226); Step 3, with GA from 31 to 38 weeks (n = 187); Step 4, from 39 to 66 days after birth (n = 89); Step 5, from 76 to 135 days (n = 64); Step 6, from 168 to 208 days (n = 30). The SF was assessed by FSFI. Descriptive, inferential and multivariate analysis was performed. Results: During pregnancy, 84.6%, 88.9% and 70.6% of women had sexual activity in the first, second and third trimesters respectively. After birth, this ratio was 53.9%, 90.6% and 86.7% in steps 4, 5 and 6, respectively. The mean score of FSFI in the 6 steps was: 27.7 (sd = 4.9); 27.1 (sd = 4.7); 26.0 (sd = 5.5); 24.8 (sd = 6.1); 26.3 (sd = 6.1) and 26.5 (sd = 5.2), respectively. There was a statistical difference in the FSFI scores during pregnancy (p = 0.001) and between the pregnancy and postpartum (p = 0.022). The variables that together explain the variation in the IFSF score are: trimester and days after birth, urinary incontinence (UI) and pelvic floor muscles strength (PFMS). In step 3, the IFSF score was 1.8 (95% CI -2.94 to -0.71) lower than in step 1; in step 4, was 2.2 (95% CI -3.65 to -0.77) lower than in step 1; in step 5, was 1.4 (95% CI -2.67 to -0.03) lower than in step 1. Women with UI had 2.1 (95% CI -3.26 to -0.85) points less in the FSFI score than women without UI. In step 4, women with UI had 11.3 (95% CI -20.94 to -1.66) points less in IFSF score than women without UI in step 1. In step 5, this score was 13.3 (-21.60 to -5.09) points less in relation to the step 1. Every 1.0 cmH2O in the PFMS increase 0.04 points the FSFI score. In a subgroup analysis after birth, women with UI had FSFI score 10.5 (95% CI -20.16 to -0.89) points less than women without UI. Every 1.0 cmH2O in the PFMS after birth, women had more 0.08 points at FSFI score. Conclusions: SF gradually decreases during the pregnancy and in the first 2 months after delivery. From 3 t 6 month after delivery, women partially recover the SF. The UI contributes to reduce the FSFI score during pregnancy and after birth, with an important impact in the first 4-5 months after birth. The clinical impact of the PFMS in the FSFI score is negligible.
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Impacto da capacidade sobre a qualidade da vida sexual em portadores de doença arterial coronariana / Impact of physical fitness on sexual life quality in patients with coronary artery diseaseSouza, Cícero Augusto de 24 March 2010 (has links)
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Previous issue date: 2010-03-24 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / This study was divided into three different researches, whose goals were: 1) Assess the level of orientation given by patients about sexual activity after infarction, 2) assess the level of knowledge, comfort and approach of the cardiologist about the sexual activity of their patients, and 3) investigate the relationship between physical fitness and sexual desire, satisfaction and sexual frequency in patients with coronary artery disease. The first study involved 58 patients through an interview about information received from health staff during hospitalization or ambulatory care. In the second, 108 cardiologists responded to a questionnaire anonymous and self-responsive with questions relating to knowledge, comfort and forward approach in situations that involve sexual activity. The third study involved 84 male subjects, 42 with coronary disease and 42 group control. For the Statistical analysis was used frequency, descriptive statistics, chi-square test for categorical variables, t test for independent samples, Spearman Correlation Test. In study One, the data revealed that patients are poorly oriented about sexual life aspects and this misinformation creates fear and anxiety, making difficult to return to full sexual activity. Women are rarely oriented and men discuss this issue further because them starts the conversation with doctors. The second study showed the difficulty of cardiologists broach the subject, and comfort levels are lower when the patient is the opposite sex. Physicians with higher academic degrees discuss the theme further. The third study showed that sexual satisfaction in patients with CHD tends to be lower than men without arterial disease. These patients have more episodes of angina during coitus and difficulty in erection and ejaculation. However, as the physical capacity increases in this group, also increases the overall satisfaction with sexual life, which in turn correlates with higher frequency and sexual satisfaction. These data demonstrate the importance of discussing the subject-matter sexuality with patients with CAD and to encourage physical exercise to return the quality of previous sexual life. / O presente estudo foi dividido em três pesquisas distintas, cujos objetivos foram: 1) Avaliar o nível de orientação recebida pelos pacientes sobre atividade sexual após o infarto; 2) avaliar o nível de conhecimento, conforto e abordagem do cardiologista a respeito da atividade sexual de seus pacientes, e; 3) Verificar a relação entre capacidade física e desejo, satisfação e freqüência sexual em portadores de coronariopatia. No primeiro estudo, participaram 58 pacientes através de entrevista sobre as informações recebidas da equipe de saúde durante a internação ou no atendimento ambulatorial. No segundo, 108 médicos cardiologistas responderam a um questionário anônimo e autoresponsivo, com questões referentes a conhecimento, conforto e abordagem frente às situações que envolvem atividade sexual. No terceiro estudo participaram 84 sujeitos do sexo masculino, 42 com doença coronariana e 42 do grupo controle. Para análise estatística foi utilizada freqüência, estatística descritiva, qui-quadrado para cariáveis categóricas, Teste t para amostras independentes, Teste de Correlação de Spearmann. No estudo 1, os dados revelaram que os pacientes são pouco orientados nos aspectos da vida sexual e que essa desinformação gera medo e ansiedade, dificultando o retorno pleno às atividades sexuais. As mulheres dificilmente são orientadas e os homens discutem mais o assunto porque iniciam a conversa com seus médicos. O segundo estudo mostrou a dificuldade dos cardiologistas em abordar o assunto, e os níveis de conforto são menores quando o paciente é do sexo oposto ao seu. Médicos com maior titulação acadêmica abordam mais o assunto. O terceiro estudo mostrou que a satisfação sexual em portadores de DAC tende a ser menor que a de homens sem doença arterial. Estes pacientes apresentam mais episódios de angina no coito e dificuldades na ereção e ejaculação. Porém, à medida que a capacidade física aumenta nesse grupo, aumenta também a satisfação geral com a vida sexual, que por sua vez correlaciona-se com maior freqüência e satisfação sexuais. Tais dados revelam a importância de se discutir o assunto sexualidade com o paciente com DAC e de se estimular a praticar exercícios físicos para retornar a qualidade da vida sexual prévia.
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