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O (in)divíduo compulsivo: uma genealogia na fronteira entre a disciplina e o controle

Siqueira, Leandro Alberto de Paiva 16 October 2009 (has links)
Made available in DSpace on 2016-04-25T20:22:56Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Leandro Alberto de Paiva Siqueira.pdf: 3521197 bytes, checksum: 69a587110b1ceae987343d261e25189e (MD5) Previous issue date: 2009-10-16 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / Beginning in the 1990s, diverse habits, conducts, and daily-life behaviors, when practised in excess, in an uncontrolled or repetitive manner began to be biologized by psychiatry and progressively included in diagnostic manuals of mental disorders. Generically known by the term compulsions, these "new mental disorders" group together thoughts and desires that provoke discomfort, fear, and anxiety the activities whose engagement brings pleasure such as playing, eating, buying, doing physical exercise, working, sex, surfing the internet, using substances that alter perception, relationships, and religion. The emergency of compulsions as a new "epidemic" to be combatted against occurred at the same that psychiatry went through a reformulating process of its practices and knowledge thanks to new computo-informational technologies, the development of modern psychopharmaceuticals, and the incorporation of the contents regarding the mental and human behavior produced by the neurosciences. This research aims to trace a genealogy of compulsions in order to problematize dispositifs of power that operate subjects at the moment when disciplinary societies, analyzed by Michel Foucault, come to be overlapped by control societies, as pointed out by Gilles Deleuze. In this change, the asylum no longer is the principal economy of power in the formatation of subjectivities, in order to be substituted by technologies that operate in open air and result in normalizations of the normal. They are technologies that combine subjections and machinic servitudes, promoting processes of (in)dividuation, and take place on an environment by means of flows of mental health that convokes the policing of "disfunctions", the auto-vigilance of behaviors and conducts, and the formation of organized groupings of carriers of disorders. Understood as unfoldings of neoliberal governamentality, compulsions are configured as one more dispositif of an "era of moderation and moderates" and of the proliferation of the sensations of liberty / A partir dos anos 1990, diversos hábitos, condutas e comportamentos da vida cotidiana, quando praticados em excesso, de maneira descontrolada ou repetitiva passaram a ser biologizados pela psiquiatria e progressivamente incluídos em manuais de diagnósticos de transtornos mentais. Conhecidos genericamente pelo termo compulsões, estes novos transtornos mentais reúnem desde pensamentos e desejos que provocam desconforto, medo e ansiedade a atividades cujo engajamento traz prazer como jogar, comer, comprar, fazer exercícios físicos, trabalhar, sexo, navegar na Internet, usar substâncias que alterem a percepção, relacionamentos e religião. A emergência das compulsões como nova epidemia a ser combatida ocorreu simultaneamente à psiquiatria passar por um processo de reformulação de suas práticas e conhecimentos graças às novas tecnologias computoinformacionais, ao desenvolvimento de modernos psicofármacos e à incorporação de conteúdos sobre o mental e o comportamento humano produzidos pelas neurociências. Esta pesquisa visa traçar uma genealogia das compulsões a fim de problematizar dispositivos de poder que operam assujeitamentos no momento em que as sociedades disciplinares, analisadas por Michel Foucault, passam a ser sobrepostas pelas sociedades de controle, como apontou Gilles Deleuze. Neste deslocamento, o manicômio deixa de ser a principal economia de poder na formatação de subjetividades, para ser substituído por tecnologias que operam a céu aberto e procedem a normalizações do normal. São tecnologias que combinam sujeições e servidões maquínicas, promovendo processos de (in)dividuação, e incidem sobre o ambiente por meio de fluxos da saúde mental que convocam ao policiamento de disfunções , à autovigilância de comportamentos e condutas e à formação de agrupamentos organizados de portadores de transtornos. Entendidas como desdobramentos da governamentalidade neoliberal, as compulsões configuram-se como mais um dispositivo de uma era da moderação e dos moderados em meio à proliferação de sensações de liberdade
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O (in)divíduo compulsivo: uma genealogia na fronteira entre a disciplina e o controle

Siqueira, Leandro Alberto de Paiva 16 October 2009 (has links)
Made available in DSpace on 2016-04-26T14:57:49Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Leandro Alberto de Paiva Siqueira.pdf: 3521197 bytes, checksum: 69a587110b1ceae987343d261e25189e (MD5) Previous issue date: 2009-10-16 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / Beginning in the 1990s, diverse habits, conducts, and daily-life behaviors, when practised in excess, in an uncontrolled or repetitive manner began to be biologized by psychiatry and progressively included in diagnostic manuals of mental disorders. Generically known by the term compulsions, these "new mental disorders" group together thoughts and desires that provoke discomfort, fear, and anxiety the activities whose engagement brings pleasure such as playing, eating, buying, doing physical exercise, working, sex, surfing the internet, using substances that alter perception, relationships, and religion. The emergency of compulsions as a new "epidemic" to be combatted against occurred at the same that psychiatry went through a reformulating process of its practices and knowledge thanks to new computo-informational technologies, the development of modern psychopharmaceuticals, and the incorporation of the contents regarding the mental and human behavior produced by the neurosciences. This research aims to trace a genealogy of compulsions in order to problematize dispositifs of power that operate subjects at the moment when disciplinary societies, analyzed by Michel Foucault, come to be overlapped by control societies, as pointed out by Gilles Deleuze. In this change, the asylum no longer is the principal economy of power in the formatation of subjectivities, in order to be substituted by technologies that operate in open air and result in normalizations of the normal. They are technologies that combine subjections and machinic servitudes, promoting processes of (in)dividuation, and take place on an environment by means of flows of mental health that convokes the policing of "disfunctions", the auto-vigilance of behaviors and conducts, and the formation of organized groupings of carriers of disorders. Understood as unfoldings of neoliberal governamentality, compulsions are configured as one more dispositif of an "era of moderation and moderates" and of the proliferation of the sensations of liberty / A partir dos anos 1990, diversos hábitos, condutas e comportamentos da vida cotidiana, quando praticados em excesso, de maneira descontrolada ou repetitiva passaram a ser biologizados pela psiquiatria e progressivamente incluídos em manuais de diagnósticos de transtornos mentais. Conhecidos genericamente pelo termo compulsões, estes novos transtornos mentais reúnem desde pensamentos e desejos que provocam desconforto, medo e ansiedade a atividades cujo engajamento traz prazer como jogar, comer, comprar, fazer exercícios físicos, trabalhar, sexo, navegar na Internet, usar substâncias que alterem a percepção, relacionamentos e religião. A emergência das compulsões como nova epidemia a ser combatida ocorreu simultaneamente à psiquiatria passar por um processo de reformulação de suas práticas e conhecimentos graças às novas tecnologias computoinformacionais, ao desenvolvimento de modernos psicofármacos e à incorporação de conteúdos sobre o mental e o comportamento humano produzidos pelas neurociências. Esta pesquisa visa traçar uma genealogia das compulsões a fim de problematizar dispositivos de poder que operam assujeitamentos no momento em que as sociedades disciplinares, analisadas por Michel Foucault, passam a ser sobrepostas pelas sociedades de controle, como apontou Gilles Deleuze. Neste deslocamento, o manicômio deixa de ser a principal economia de poder na formatação de subjetividades, para ser substituído por tecnologias que operam a céu aberto e procedem a normalizações do normal. São tecnologias que combinam sujeições e servidões maquínicas, promovendo processos de (in)dividuação, e incidem sobre o ambiente por meio de fluxos da saúde mental que convocam ao policiamento de disfunções , à autovigilância de comportamentos e condutas e à formação de agrupamentos organizados de portadores de transtornos. Entendidas como desdobramentos da governamentalidade neoliberal, as compulsões configuram-se como mais um dispositivo de uma era da moderação e dos moderados em meio à proliferação de sensações de liberdade

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