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Mulher Soka em terras santas: a propagação do budismo em Aparecida do Norte e Juazeiro do NorteSantos, Maria de Lourdes dos 09 September 2014 (has links)
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Previous issue date: 2014-09-09 / This research focuses on Buddhist women ー members of the Brasil Soka Gakkai International (BSGI) who live in Juazeiro do Norte, Ceara, and also on those who live in Aparecida do Norte, Sao Paulo, in Brazil. The purpose was to find out how these women practices Buddhism within such Christianity-based societies. In Juazeiro city, cults are around Father Cicero. In Aparecida, Our Lady of Aparecida also attracts millions of people. Two cities which are so similiar, but, at the same time, so different when manifesting their religious ways one is popular; the other, institutionalized. Similarly, each local BSGI also differs in the way they develop their proselytist activities, which turns unique the participation by the women, and the organization s leaders speeches, especially in Juazeiro. The geographical distance between Juazeiro and Sao Paulo where the BSGI headquarters is located and also the little experience of the leadership in Juazeiro, based on this Buddhist organization s guidelines, seem to us the reasons for developing, in the district, a differentiated way of supporting the local members compared to the other BSGI local communities. At the same time, such differentiated way may be one of the causes for the decrease in the number of followers shown by the district in the last years, associated with the Womens Division s relationship problems and the abandonment of this faith by top leaders of such Division. In Aparecida, thanks to the support they receive and the more experienced leadership by the Womens Division of Sao Jose dos Campos, the Buddhist Aparecida women are favored with the existence of a stronger Soka Gakkai identity. The Christianity-Buddhism syncretism was born in Japan, country where the religious loyalty is not essential. The Buddhism as practiced in Brazil takes Christian elements. Although Japanese-based, the BSGI does not permit double belonging due to doctrinal reasons. Even though the religious loyalty is a requirement, it is not always possible, and the discourse differs a lot from the action of many women who were converted to Buddhism. The way they were converted their counsciouness level at conversion is one aspect that we present. As it is very difficult to create a Brazilian Buddhism , we propose a Buddhism of frontier , where everything may happen. The space between two fluid frontiers, Buddhism and Christianity, favors the transit through their domains, which are limited by cultures and identities. For this reason, when a frontier retreats, as it is happening with the Christianity s, others advance, as it is happening with the Pentecostalism s, and the same is happening with many other Buddhist schools. Among them, the BSGI is developing, but the religious spaces will always be limited. The BSGI Womens Division exists within this universe. In order to transit, even though indirectly, within these frontiers for they are in a country with an 80 per cent of Christian population , they need a social structure (provided by the Buddhist fellow members) and a religious one (provided by the Buddhist leaders). At the absence of one of them, these women will not be able to sustain their Buddhist practice / Essa pesquisa foi realizada com mulheres budistas de Juazeiro do Norte, CE, e Aparecida do Norte, SP, para conhecê-las e saber como as integrantes da Divisão Feminina da Associação Brasil Soka Gakkai Internacional desenvolvem a prática budista nesses locais marcadamente cristãos. Em Juazeiro, o culto ao Padre Cícero move a cidade. Em Aparecida, o culto a Nossa Senhora Aparecida também mobiliza milhares de pessoas. Duas cidades tão parecidas, mas ao mesmo tempo tão diferentes na forma de manifestar a religiosidade uma popular, outra institucionaliza. Sendo assim, a BSGI em cada localidade também difere na forma de desenvolver suas atividades de proselitismo, o que resulta em uma forma singular da participação das mulheres, principalmente em Juazeiro, e no discurso de seus líderes. A distância geográfica de Juazeiro em relação a São Paulo, onde a sede da BSGI está instalada, e a pouca experiência de sua liderança, pareceu-nos ser o motivo de se desenvolver no distrito uma forma diferenciada de atender aos membros locais, muito diferente das demais localidades onde a BSGI está instalada. Ao mesmo tempo, essa forma poder ser um dos motivos da redução de adeptos apresentada pelo distrito nos últimos anos, associada à questão de relacionamento e afastamento de líderes centrais da Divisão Feminina da organização. Em Aparecida, o apoio de São José dos Campos e a maior experiência de prática das líderes da Divisão Feminina favorecem a existência de uma organização com maior identidade Soka. O sincretismo cristianismo-budismo nasceu no Japão, país em que a fidelidade religiosa não é fundamental. O budismo praticado no Brasil assume elementos do cristianismo. Mesmo sendo japonesa, a BSGI não permite o duplo pertencimento por questões doutrinárias. Apesar da exigência de fidelidade religiosa, nem sempre ela é possível, e o discurso difere muitas vezes da ação de muitas mulheres que se converteram ao budismo. Que tipo de conversão foi realizada, em que plano de consciência é um dos pontos que apresentamos. Como é muito difícil surgir no Brasil um budismo brasileiro , trazemos a proposta de um budismo de fronteira , espaço onde tudo pode acontecer. O espaço entre duas fronteiras fluidas, budismo e cristianismo, favorece o transitar por seus territórios delimitados por culturas e identidades. Por isso, quando uma fronteira se retrai, como está acontecendo com o catolicismo, outras se ampliam, como o pentecostalismo, e, nessa onda, muitas escolas budistas. Dentre elas, a BSGI está se desenvolvendo, mas os espaços religiosos sempre serão delimitados. Nesse universo vive a Divisão Feminina da BSGI. Para conseguir transitar, mesmo que indiretamente por essas fronteiras afinal, estão em um país com mais de 80% da população cristã , necessitam de estrutura social (dos companheiros budistas) e religiosa (dos líderes budistas). Faltando uma delas, não conseguem seguir praticando o budismo
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Budismo leigo da Sôka Gakkai no Brasil : da revolução humana à utopia mundialPereira, Ronan Alves 02 August 2001 (has links)
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Previous issue date: 2001-08-02 / Esta tese de doutoramento aborda o movimento budista leigo Sôka Gakkai, enfocando
sua transplantação para o Brasil. O movimento foi fundado no Japão, na década de 30,
por um professor de escola primária, Tsunesaburô Makiguchi (1871-1944), sob o formato
inicial de um grupo de estudo ligado à Nichiren Shôshû (“Seita Ortodoxa do Budismo
Nichiren”). Excomungada em 1991 por esta seita, a Gakkai mantém sua base doutrinária
no Budismo do monge Nichiren (1222-1282) enquanto enfatiza sua face moderna e
pragmática, e sua atuação com vistas a solucionar os problemas da humanidade através
da conversão do maior número possível de pessoas a seu ensinamento e da educação para
a paz. Essa variante do Budismo Mahayana, detentora de uma doutrina sui generis e
heterodoxa em relação à tradição budista, chegou ao Brasil no final dos anos 50 com os
imigrantes japoneses. Em 1960, seu presidente Daisaku Ikeda esteve em São Paulo para
fundar o primeiro “distrito” da organização no exterior. Desde então, a Sôka Gakkai vemse
expandindo por todos os estados brasileiros. Atualmente, dos seus aproximadamente
104 mil membros, estima-se que noventa porcento são brasileiros sem ascendência
japonesa.
Em função do formato híbrido (estrutura e prática de uma instituição religiosa e
militância de organização não-governamental) e mutante desse movimento religioso em
processo de cristalização de influências diversas, sua análise e sua imagem poderão
modificar-se radicalmente, dependendo da época da bibliografia que se tem em mãos:
pode-se encontrar, assim, a descrição de um movimento de budistas fanáticos ou de
revolucionários na área de educação; de fundamentalistas religiosos ou de uma vanguarda
pacifista. Frente à extensa bibliografia já existente sobre esta organização budista,
buscou-se, nesta tese, aplicar instrumental teórico distinto.
O autor sustenta que, embora apresente elementos messiânicos e milenaristas, a Gakkai
não constitui nem um messianismo nem um milenarismo típicos. A discussão deste
aspecto levou o autor a sugerir o conceito de “complexo da renovação do mundo”, que
abrange, principalmente, o messianismo, o milenarismo e a utopia. O modelo de
transplantação religiosa de Martin Baumann serviu de orientação para o caso da
Associação Brasil Soka Gakkai Internacional (BSGI). Para explicar a difusão bemsucedida
da BSGI, destacou-se a “plurifatorialidade” da explicação, com
interdependência e complementariedade entre fatores extrínsecos e instrínsecos.
Constatou-se, primeiramente, a reprodução do modelo básico da Soka Gakkai
Internacional (SGI) no Brasil: organização estrutural com divisões e departamentos que
separam as pessoas por sexo, idade e interesse profissional; ritual centrado nas orações
(daimoku) diante do objeto sagrado (gohonzon); primazia das “reuniões de palestra”
(zadankai) como espaço privilegiado para atrair novos membros; crescente
fortalecimento da liderança de Ikeda, tido internamente como o “mestre espiritual” para
os dias de hoje e um líder pacifista da humanidade; etc. Encontrou-se na BSGI, também,
um abrandamento do Budismo Nichiren e uma estratégia de discurso dual (enfatizando
internamente sua prática e sua missão religiosas; enfocando externamente sua atuação
secular ou “religiosa secularizada”). A retórica dessa organização budista também está
centrada no cultivo de um senso de missão entre seus membros. Por um lado, o Brasil
seria visto na organização como “a nascente do kôsen-rufu (difusão mundial do Budismo
Nichiren)”, por isso a SGI se voltaria para sua filial brasileira como um modelo
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inspirador. Por outro lado, enquanto o foco da BSGI ainda era a comunidade nipobrasileira,
a imigração japonesa foi reinterpretada, uma vez que os imigrantes seriam
“bodhisattvas da terra” que cruzaram os mares para “salvar” o Brasil. Na medida em que
o foco do movimento mudou para a sociedade nacional, os membros da BSGI,
independentemente da origem étnica ou social, seriam os responsáveis por ajudar a
melhorar o país e deveriam assumir coletivamente a função de “modelos” para o kôsenrufu
mundial. ____________________________________________________________________________________ ABSTRACT / This dissertation analyzes the lay Buddhist movement Sôka Gakkai and its
transplantation to Brazil. This movement was founded in the 1930s in Japan by a primary
school teacher, Tsunesaburô Makiguchi (1871-1944), initially as a study group
connected with Nichiren Shôshû (“Orthodox Sect of Nichiren Buddhism”).
Excommunicated by this sect in 1991, Gakkai maintains its doctrinal base in Nichiren's
Buddhism (1222-1282) while emphasizing its modern and pragmatic facet by actively
attempting to solve humanity's problems through the conversion of the largest possible
number of people to its teachings and education for peace. This variant of Mahayana
Buddhism, which teaches a sui generis and heterodox doctrine if compared to Buddhist
tradition, arrived in Brazil at the end of the 1950s diffused by Japanese immigrants. In
1960, its president Daisaku Ikeda went to São Paulo to establish the first chapter of the
organization overseas. Since its arrival in Brazil, Soka Gakkai has been expanding its
membership throughout Brazil. Currently, out of its approximately 104.000 members, 90
percent are Brazilian of non-Japanese origin.
Due to its hybridity and mutant format, Soka Gakkai carries the structures and practices
of a religious institution while displaying the dynamic of a Non-Government
Organization. As a result, its analysis and representation were radically altered from
time to time. According to the moment scholarly studies were carried on, one can
describe it as a movement of fanatic Buddhists, of revolutionaries in the area of
education, of religious fundamentalists, or even of a pacifist vanguard. Taking into
consideration the extensive scholarly studies on this Buddhist organization, a different
methodological framework has been applied in this dissertation.
Although Gakkai incorporates messianic and millennial elements, it is argued here, it
does not constitute either a typical messianic or a millennial movement. Such fact has
made the author coin the concept of “complex of world renewal”, which embraces
primarily messianism, millennialism, and utopia. Martin Baumann’s model of religious
transplantation was used as a theoretical support for the analysis of the Associação
Brasil Soka International Gakkai (BSGI)’s case study. In order to explain the successful
diffusion of BSGI, it was offered as a "multifactor” explanation, in which extrinsic and
intrinsic factors are interdependent and complementary. The first conclusion is that Soka
Gakkai International (SGI)’s basic model has been reproduced in Brazil. There is a
structural organization with divisions and departments that separate adherents by sex,
age and/or professional interest; there are rituals centered in prayers (daimoku) before
the sacred object (gohonzon); there is a primacy of "discussion meetings” (zadankai) as
a privileged locus to attract new members; there is also a growing invigoration of
Ikeda’s leadership, who is internally regarded as the current “spiritual master” and a
pacifist leader of humanity; etc. It was also verified, within BSGI, a process of
“softening” some of Nichiren Buddhism’s tenets and a strategy of dual speech, internally
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emphasizing its practice and its religious mission while externally focusing on its secular
or "secularized religious" performance. The rhetoric of such Buddhist organization is
also centered in the cultivation of a sense of mission amongst its members. On the one
hand, Brazil is seen in the organization as "the spring of kôsen-rufu” (world diffusion of
the Nichiren Buddhism), which would impel SGI to regard the Brazilian branch as an
inspiring model. On the other hand, while BSGI’s focus was still the Japanese-Brazilian
community, the Japanese immigration was reinterpreted, and the immigrants were
regarded as "the Bodhisattvas of the Earth” who had gone overseas "to save” Brazil. As
the focus of the movement moved to the society at large, BSGI’s members, disregarding
their ethnic or social origin, would be responsible for improving the country as they
should collectively assume the function of "models” for the world kôsen-rufu.
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