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Interações entre valores e atividade científica e sua aplicação ao contexto dos campos sulinosReis, Claudio Ricardo Martins dos January 2016 (has links)
Na primeira metade de século XX, tanto os empiristas lógicos quanto os racionalistas popperianos sustentaram que os juízos científicos corretos derivavam de sua conformação a certas regras: indutivas, dedutivas, hipotético-dedutivas ou formalizáveis segundo o cálculo de probabilidades. No entanto, após a emergência de novos trabalhos, como os de Thomas Kuhn, houve um amplo desenvolvimento de abordagens que analisam a inferência científica com base em valores, em vez de regras estabelecidas a priori. A estratégia proposta por Kuhn considera a prática científica e sua história um elemento importante para uma compreensão adequada da racionalidade da ciência. Sua abordagem envolve a consideração de valores cognitivos, tais como fecundidade, consistência e escopo de teorias. Ampliando essa abordagem, estudos mais recentes – a partir da década de 90 e com grande efervescência nos últimos anos – defendem a tese de que o conhecimento científico, além de um produto da atividade social, possui ele mesmo uma dimensão social intrínseca. Poderíamos perguntar, então, em que medida valores não cognitivos, tais como valores morais e sociais, moldam a prática científica; e como esses valores poderiam exercer um papel legítimo ou mesmo contribuir para a produção de conhecimento. Essas questões envolvem o problema, bastante expressivo atualmente (cf. Longino, 2015), sobre a chamada “dimensão social do conhecimento científico”. Neste trabalho, abordo o referido problema no que tange à relação entre valores e atividade científica, utilizando-me, para a construção do artigo aqui presente, a abordagem do filósofo da ciência Hugh Lacey e aplicando-a a um contexto específico: as possibilidades de uso produtivo dos chamados Campos Sulinos. / In the first half of the XXth century, both logical empiricists and popperian rationalists sustained that correct scientific judgements derived from the conformation to certain rules: inductive, deductive, hypothetical-deductive or formalizable according to the calculation of probabilities. However, mainly because of Thomas Kuhn’s works, there was an extensive development of approaches that analyze the scientific inference based on values, rather than on a priori established rules. The proposal of Kuhn considers the scientific practice and history as elements of relevance to the comprehension of science’s rationality. His approach considers cognitive values, such as fecundity, consistence, and scope of theories. Expanding this approach, recent studies – starting in the 90s and with great effervescence in recent years – defend the thesis that scientific knowledge, besides being a product of social activity, features an intrinsic social dimension. We could ask, in what measure noncognitive values, such as moral and social values, shape the scientific practice; and how these values could exercise a legitimate role, or even contribute to the production of knowledge. These questions involve the currently quite significant (cf. Longino, 2015) problem called “social dimension of the scientific knowledge”. In this work, I approach the mentioned question regarding the relation between values and the scientific activity, using the approach of the philosopher of science Hugh Lacey, and applying it to a specific background: the possibilities of the productive use of the south Brazilian native grasslands, know Campos Sulinos.
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Balanço hídrico em povoamento de eucalipto com diferentes densidades de plantas em argissolo / Water balance in eucalyptus stand with different plant densities in a hapludalfConsensa, Claudine Ohana Barcellos 28 February 2015 (has links)
Eucalyptus plantations have increased significantly in recent times, but the productivity of forests are very sensitive to the availability of natural resources such as water, nutrients and light. In order to assess the water dynamics and characterize water flows in soil in a eucalyptus plantation in replacement of native grassland, there was a study in the city of São Francisco de Assis, RS, located in the “Bioma Pampa. Different densities were evaluated: 3,5x3,5m; 3,5x1,75m; 1,75x1,75m and 1,75x0,75m. The overall distribution of rainfall internal precipitation, straining the trunk interception losses of the canopy the and soil volumetric water content were evaluated during a period of one year. Three pluviometers were installed in the field area to measure and collect global precipitation. To measure the internal precipitation, 36 pluviometers were installed inside the plantation and 36 collectors were used (in selected trees) to determine the stemflow. The soil volumetric water content was monitored continuously to a depth of 2.10 m, using an automated TDR. The evapotranspiration was determined by the water balance equation, using the mass conservation method. The relationship between the biomass increase and the water amount transpired in different planting spacing, allow estimating the efficiency of water use by eucalyptus trees. The effective rainfall is higher in a narrower spacing plant, due to the increased water intake by stemflow, which results in lower treetop interception. The interception rate is lower in higher rainfall and decreases with increasing density of trees in the settement. The average evapotranspiration ranged from 4.0 to 4.5 mm day-1, with similar values among different planting spacings and is reduced in low-rainfall periods. There were no adverse effects on water resources and soil water regime due to the eucalyptus replacing natural herbaceous vegetation reforestation in Pampa Biome, evidenced by the soil water content that never was less than the value of permanent wilting point (1.5MPa). The water efficient use of Eucalyptus dunnii with 6 years old in the “Pampa biome” region varies from 3.27 to 2.40 g L-1. / As plantações de eucalipto vêm aumentando significativamente nos últimos tempos, porém a produtividade das florestas são muito sensíveis à disponibilidade de recursos naturais como água, nutrientes e luz. Com o objetivo de avaliar a dinâmica da água e caracterizar os fluxos hídricos no solo em uma povoamento de eucalipto em substituição à vegetação de campo nativo, realizou-se um estudo no município de São Francisco de Assis, Rs, localizado no Bioma Pampa. Foram avaliadas diferentes densidades populacionais: 3,5x3,5m; 3,5x1,75m 1,75x1,75m; 1,75x0,75m. Durante o período de um ano foram avaliados a distribuição da precipitação global em precipitação interna, o escoamento pelo tronco, as perdas por interceptação do dossel, bem como o conteúdo volumétrico de água no solo. Três pluviômetros foram instalados na área de campo para medir e coletar a precipitação global. Para medir a precipitação interna, 36 pluviômetros foram instalados no interior do plantio e 36 coletores foram utilizados (em árvores selecionadas) para determinar o escorrimento pelo tronco. O conteúdo volumétrico de água do solo foi monitorado continuamente até a profundidade de 2,10m, utilizando-se sondas e TDR automatizado. A evapotranspiração das árvores foi determinada pela equação do balanço hídrico, através do método da conservação de massas. A relação entre o incremento da biomassa aérea e o volume de água evapotranspirada nos diferentes espaçamentos de plantio, permitiu estimar a eficiência do uso da água pelas árvores de eucalipto. A precipitação efetiva é maior em espaçamentos mais adensados, em função da maior entrada de água pelo escoamento pelo tronco, o que resulta em menor interceptação pelas copas das árvores. A taxa de interceptação é menor em precipitações maiores e diminui com o aumento da densidade de árvores no povoamento. A evapotranspiração média variou de 4,0 a 4,5mm/dia, com valores muito próximos entre os diferentes espaçamentos sendo reduzida nas épocas de menor precipitação. Não houve nenhum efeito adverso sobre os recursos hídricos e o regime da água do solo em decorrência do reflorestamento de eucalipto em substituição da vegetação herbácea natural no Bioma Pampa, comprovado pelo conteúdo de água no solo, nunca foi inferior ao valor do ponto de murcha permanente (1,5Mpa). O uso eficiente da água para Eucalyptus dunnii de 6 anos de idade na região do Bioma Pampa varia de 3,27 a 2,40 g L-1, com os maiores valores no espaçamento mais amplo.
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Interações entre valores e atividade científica e sua aplicação ao contexto dos campos sulinosReis, Claudio Ricardo Martins dos January 2016 (has links)
Na primeira metade de século XX, tanto os empiristas lógicos quanto os racionalistas popperianos sustentaram que os juízos científicos corretos derivavam de sua conformação a certas regras: indutivas, dedutivas, hipotético-dedutivas ou formalizáveis segundo o cálculo de probabilidades. No entanto, após a emergência de novos trabalhos, como os de Thomas Kuhn, houve um amplo desenvolvimento de abordagens que analisam a inferência científica com base em valores, em vez de regras estabelecidas a priori. A estratégia proposta por Kuhn considera a prática científica e sua história um elemento importante para uma compreensão adequada da racionalidade da ciência. Sua abordagem envolve a consideração de valores cognitivos, tais como fecundidade, consistência e escopo de teorias. Ampliando essa abordagem, estudos mais recentes – a partir da década de 90 e com grande efervescência nos últimos anos – defendem a tese de que o conhecimento científico, além de um produto da atividade social, possui ele mesmo uma dimensão social intrínseca. Poderíamos perguntar, então, em que medida valores não cognitivos, tais como valores morais e sociais, moldam a prática científica; e como esses valores poderiam exercer um papel legítimo ou mesmo contribuir para a produção de conhecimento. Essas questões envolvem o problema, bastante expressivo atualmente (cf. Longino, 2015), sobre a chamada “dimensão social do conhecimento científico”. Neste trabalho, abordo o referido problema no que tange à relação entre valores e atividade científica, utilizando-me, para a construção do artigo aqui presente, a abordagem do filósofo da ciência Hugh Lacey e aplicando-a a um contexto específico: as possibilidades de uso produtivo dos chamados Campos Sulinos. / In the first half of the XXth century, both logical empiricists and popperian rationalists sustained that correct scientific judgements derived from the conformation to certain rules: inductive, deductive, hypothetical-deductive or formalizable according to the calculation of probabilities. However, mainly because of Thomas Kuhn’s works, there was an extensive development of approaches that analyze the scientific inference based on values, rather than on a priori established rules. The proposal of Kuhn considers the scientific practice and history as elements of relevance to the comprehension of science’s rationality. His approach considers cognitive values, such as fecundity, consistence, and scope of theories. Expanding this approach, recent studies – starting in the 90s and with great effervescence in recent years – defend the thesis that scientific knowledge, besides being a product of social activity, features an intrinsic social dimension. We could ask, in what measure noncognitive values, such as moral and social values, shape the scientific practice; and how these values could exercise a legitimate role, or even contribute to the production of knowledge. These questions involve the currently quite significant (cf. Longino, 2015) problem called “social dimension of the scientific knowledge”. In this work, I approach the mentioned question regarding the relation between values and the scientific activity, using the approach of the philosopher of science Hugh Lacey, and applying it to a specific background: the possibilities of the productive use of the south Brazilian native grasslands, know Campos Sulinos.
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Interações entre valores e atividade científica e sua aplicação ao contexto dos campos sulinosReis, Claudio Ricardo Martins dos January 2016 (has links)
Na primeira metade de século XX, tanto os empiristas lógicos quanto os racionalistas popperianos sustentaram que os juízos científicos corretos derivavam de sua conformação a certas regras: indutivas, dedutivas, hipotético-dedutivas ou formalizáveis segundo o cálculo de probabilidades. No entanto, após a emergência de novos trabalhos, como os de Thomas Kuhn, houve um amplo desenvolvimento de abordagens que analisam a inferência científica com base em valores, em vez de regras estabelecidas a priori. A estratégia proposta por Kuhn considera a prática científica e sua história um elemento importante para uma compreensão adequada da racionalidade da ciência. Sua abordagem envolve a consideração de valores cognitivos, tais como fecundidade, consistência e escopo de teorias. Ampliando essa abordagem, estudos mais recentes – a partir da década de 90 e com grande efervescência nos últimos anos – defendem a tese de que o conhecimento científico, além de um produto da atividade social, possui ele mesmo uma dimensão social intrínseca. Poderíamos perguntar, então, em que medida valores não cognitivos, tais como valores morais e sociais, moldam a prática científica; e como esses valores poderiam exercer um papel legítimo ou mesmo contribuir para a produção de conhecimento. Essas questões envolvem o problema, bastante expressivo atualmente (cf. Longino, 2015), sobre a chamada “dimensão social do conhecimento científico”. Neste trabalho, abordo o referido problema no que tange à relação entre valores e atividade científica, utilizando-me, para a construção do artigo aqui presente, a abordagem do filósofo da ciência Hugh Lacey e aplicando-a a um contexto específico: as possibilidades de uso produtivo dos chamados Campos Sulinos. / In the first half of the XXth century, both logical empiricists and popperian rationalists sustained that correct scientific judgements derived from the conformation to certain rules: inductive, deductive, hypothetical-deductive or formalizable according to the calculation of probabilities. However, mainly because of Thomas Kuhn’s works, there was an extensive development of approaches that analyze the scientific inference based on values, rather than on a priori established rules. The proposal of Kuhn considers the scientific practice and history as elements of relevance to the comprehension of science’s rationality. His approach considers cognitive values, such as fecundity, consistence, and scope of theories. Expanding this approach, recent studies – starting in the 90s and with great effervescence in recent years – defend the thesis that scientific knowledge, besides being a product of social activity, features an intrinsic social dimension. We could ask, in what measure noncognitive values, such as moral and social values, shape the scientific practice; and how these values could exercise a legitimate role, or even contribute to the production of knowledge. These questions involve the currently quite significant (cf. Longino, 2015) problem called “social dimension of the scientific knowledge”. In this work, I approach the mentioned question regarding the relation between values and the scientific activity, using the approach of the philosopher of science Hugh Lacey, and applying it to a specific background: the possibilities of the productive use of the south Brazilian native grasslands, know Campos Sulinos.
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