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Limites e possibilidades do programa bolsa familia, na percepÃÃo de mulheres assistidas em sobral, CearÃ. / Limits and possibilities of the family allowance program, the perception of women seen in Sobral, CearÃ.AndrÃa Carvalho AraÃjo Moreira 22 June 2011 (has links)
O Programa Bolsa FamÃlia (PBF) caracteriza-se como um programa de transferÃncia direta de renda que beneficia famÃlias em situaÃÃo de pobreza e extrema pobreza. Dentre seus princÃpios, visa a contribuir para a melhoria da situaÃÃo alimentar e nutricional das famÃlias beneficiadas. Portanto, estabeleceu-se como objetivo para este estudo compreender como o PBF contribui para as prÃticas nutricionais de crianÃas de zero a cinco anos, na percepÃÃo das mÃes beneficiadas, em Sobral-CearÃ. Estudo exploratÃrio-descritivo com abordagem qualitativa, realizado no perÃodo de marÃo a dezembro de 2010 no MunicÃpio de Sobral-CE. Os sujeitos do estudo corresponderam a 19 mÃes residentes na zona urbana e 9 mÃes residentes na zona rural. Para coleta das informaÃÃes, foram utilizadas tÃcnicas de entrevista individual e grupo focal. As informaÃÃes referentes Ãs entrevistas e grupo focal foram gravadas e posteriormente transcritas na Ãntegra. Submetemos o discurso das participantes à anÃlise do discurso. A categorizaÃÃo do material empÃrico indicou como eixos centrais de anÃlise: 1) A espera pelo benefÃcio; 2) O que se faz com o dinheiro recebido pelo PBF; 3) O que comiam e o que comem as crianÃas do PBF; 4) Fatores que interferem na prÃtica alimentar da crianÃa beneficiada com o PBF; 5) Como ocorrem a aquisiÃÃo, seleÃÃo e preparo dos alimentos das crianÃas beneficiÃria do PBF e 6) SugestÃes apontadas pelas mÃes para melhoria do PBF. Percebeu-se que as mÃes, ao saberem que foram contempladas pelo PBF, ficam felizes por terem a seguranÃa de uma renda fixa e a possibilidade de adquirir bens materiais para a famÃlia, alÃm de alimentos. A anÃlise do material discursivo sugeriu a presenÃa de limitaÃÃes do Programa, quando revela uma longa espera pelo benefÃcio, falta de seguimento das famÃlias para orientaÃÃo, suporte e âempoderamentoâ das famÃlias, em busca de sua autonomia e autossuficiÃncia, alÃm do valor recebido, sugerindo aumento do recurso e maior fiscalizaÃÃo na inserÃÃo de famÃlias elegÃveis e desenvolvimento de programas de geraÃÃo de emprego e renda. Na perspectiva das mÃes, houve melhoria na variedade da alimentaÃÃo dos filhos, quando o recurso ensejou a compra de alimentos bÃsicos para aliviar a fome, bem como a aquisiÃÃo de produtos industrializados (especialmente iogurtes, achocolatados e biscoitos), antes nÃo possÃveis, porÃm desejados. Apreendeu-se, tambÃm, a raridade no uso de frutas regionais, legumes e verduras no cardÃpio das crianÃas. Essa distorÃÃo de prÃticas alimentares saudÃveis passa a ser visÃvel, quando se insere um recurso Ãs famÃlias, sem uma apropriada orientaÃÃo de profissionais que acompanham essas crianÃas, oferecendo um alimento hipercalÃrico e sem os nutrientes essenciais para um bom crescimento infantil. Desta forma, percebem-se a necessidade contÃnua de articulaÃÃo intersetorial no contexto das polÃticas pÃblicas nutricionais de saÃde, bem como a atuaÃÃo multidisciplinar, para promover alimentaÃÃo saudÃvel infantil e da populaÃÃo brasileira, em geral. Reverter o modelo de assistÃncia ainda hegemÃnico implica buscar uma assistÃncia integral, equÃnime, e que garanta a qualidade de vida e a autonomia dos sujeitos inseridos no processo.
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