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Resposta da calcificação do coral montastraea cavernosa (linnaeus, 1767) à heterotrofia durante evento de branqueamentoSantos, Lourianne Mangueira Freitas 20 April 2012 (has links)
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Dissertacao_lourianne2012rk.pdf: 1111882 bytes, checksum: 2f439178b441f45e48d3aeaec68f9ac5 (MD5) / Cnpq / Os corais escleractíneos mantém uma relação de simbiose com as zooxantelas do gênero
Symbiodinium. Esta simbiose, além de conferir a cor aos corais, garante elementos
essenciais para o crescimento de ambos. A calcificação é um processo de crescimento
considerado dependente da fotossíntese e central na fisiologia dos corais. Este processo contribui para a formação de uma estrutura rígida, um dos ecossistemas mais diversos e produtivos, os recifes coralíneos.
Eventos de anomalias térmicas da superfície do mar, como também sedimentação,
alteração na radiação solar, na salinidade e doenças, são condições que provocam a
ruptura da relação simbiótica entre os corais e as zooxantelas. Esta ruptura, leva à perda pelos corais de suas zooxantelas e/ou de seus pigmentos fotossintetizantes, conferindo ao tecido dos corais uma coloração pálida ou transparente, deixando evidente o branco do seu esqueleto.
Sob tais condições, ou seja, sem a autotrofia promovida pela fotossíntese, os corais alimentam-se através da via heterotrófica, capturando alimento do meio, sendo assim considerados animais politróficos. Considerando o atual cenário de alterações climáticas em torno do globo, que tem provocado o aumento da frequência de eventos mais severos de branqueamento, o conhecimento do papel desempenhado pela heterotrofia na calcificação dos corais durante os eventos de branqueamento torna-se prioritário. Para compreender tal processo, a espécie Montastraea cavernosa (Scleractinia, Faviidae) foi escolhida como modelo neste trabalho, cujo objetivo foi analisar o efeito da alimentação sobre a taxa de calcificação do coral durante o evento de branqueamento, avaliando se a
heterotrofia pode ser um mecanismo alternativo ao crescimento desta espécie de coral.
Para responder a esta questão, foi realizado um experimento manipulativo em laboratório, com período de alimentação de oito semanas. Vinte e quatro colônias entre 3-8cm de diâmetro foram coletadas, aclimatadas durante 60 dias, com sua base coberta
por massa epóxi, atóxica, para evitar o crescimento de algas. As colônias foram pesadas através da técnica do peso flutuante, separadas por classes de tamanho e através de sorteio, distribuídas em quatro aquários, dois sob condição controle a 26±0.2°C (“tratamento 26°C”), um com alimento e outro sem alimento e dois a 30±0.2°C (“tratamento 30°C”), um com alimento e outro sem alimento). O período dealimentação teve início com o branqueamento das colônias do “tratamento-30°C”. Naúplios de Artemia salina foram disponibilizados duas vezes por semana. A taxa de calcificação foi aferida uma vez por semana, através da técnica do peso flutuante,
durante todo o experimento.
O resultado deste experimento mostrou que a taxa de calcificação das colônias não
diferiu entre as colônias branqueadas e não branqueadas, mas foi diferente entre aquelas
que receberam alimento e as que não receberam alimento. Dessa maneira, na presença do alimento, independente da condição de branqueamento, as colônias apresentaram menor taxa de calcificação. No entanto, com relação ao aspecto tecidual, quanto a sua espessura e coloração, não houve diferença entre as colônias saudáveis, mantidas a 26°C, alimentadas e não alimentadas. Contudo, as colônias branqueadas e alimentadas apresentaram tecido mais espesso ou mais volumoso do que as colônias branqueadas e não alimentadas. Este resultado pode ser consequência de uma realocação de energia, no qual os corais potencializam o crescimento tecidual, ao invés do esquelético.
Portanto, fica evidente a importância da heterotrofia na fisiologia dos corais
branqueados, pois confere a estes, condições de recuperar-se do branqueamento. Dessa
maneira, é esperado que as espécies que sejam capazes de articular a aquisição
autotrófica e heterotrófica, tenham uma maior chance de se restabelecerem. Na presença do alimento, corais branqueados podem adquirir os nutrientes necessários, e desta forma garantir a manutenção das reservas energéticas (lipídios, carboidratos e proteínas), que contribuirão para a sobrevivência dos corais quando estes estiverem sob condições adversas, como branqueamento. / The present study investigated the effects of feeding and temperature on the
calcification of the scleractinian coral Montastraea cavernosa. Colonies between 3-8
cm were collected in the coastal arc of reefs of the Abrolhos region and kept for eight
weeks under two temperature conditions, 26°C and 30°C and two feeding diets, fed with
Artemia salina nauplii, twice a week and unfed. Calcification rates were obtained using
the buoyant weight technique, with the colonies weighted once a week. Feeding did not
influence the growth of either bleached or unbleached coral, but, the food, a major
source of carbon, contributed to the growth of muscular tissue and maintenance of
energy reserves of bleached corals, promoting the resilience of the species to bleaching. / Salvador
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