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Relações dialógicas em revista infantil: processo de adultização de meninasFerreguett, Cristhiane January 2014 (has links)
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Previous issue date: 2014 / Nowadays the children live in a society with strong consumer appeal and since they are bombarded by advertising, they early develop the desire to buy superfluous goods that in their imagination will have the power to transform their life in a much better way. In this context, lipsticks, eye shadows, nail polishes, clothes and shoes appropriate for adult women are offered for very young girls as if these things were necessary for them. In the present research we analyze printed reports, which circulated in a special magazine called Recreio Girls, whose target audience is girls from six to eleven years. From the amount of five copies of this magazine, we selected three pieces of advertisment to make up the corpus of this research. The overall objective is to analyze how the advertising discourse is engendered in the discursive building of reports of the mentioned magazine and what effects of meaning are produced in relation to early adultization of girls. The study starts with considerations about the child in a socio-historical perspective and develops reflections on mass communication, general advertising and advertising to children, including also a discussion of the specific legislation. As a theoretical background, the research is supported in the assumptions of the Bakhtin Circle. The analyses are developed qualitatively by observing the various verbal and verbal-visual elements that constitute the selected reports. From such analysis, it is concluded that the reports show several characteristics of advertising discourse, such as presenting brands and product prices. It was observed that there has been a commitment of the speaker to approach the children and to gain their trust through using a change of tone to achieve his goal, sometimes performing as a child speaker, sometimes as an adult who wants to - apparently - take care and protect the children. Early adultization of girls is discursively constructed and can be seen through the strategy to present adults as reference models to girls, showing how they should choose what to dress, how they should wear makeup, have their hair combed as well as how they should behave and be. We also acknowledged that all advertising inserts in the analyzed reports disobey the Code of Consumer Protection (CDC) and the Code of Advertising Self-Regulation of Conar. From this study, one comes to the thesis that the advertising discourse, not completely explicit, engenders in different discursive materialities and encourages, through verbal and non-verbal utterances, the process of early adultization of girls, in order to promote and encourage the consumption of products that in fact are unnecessary for a child. / As crianças vivem em uma sociedade com forte apelo ao consumo e, bombardeadas pela publicidade, passam a ter desejos de aquisição de bens supérfluos que em sua imaginação irão transformar a sua vida para melhor. Nesse contexto, batons, sombras, esmaltes, roupas e sapatos apropriados para a mulher adulta são oferecidos para as meninas como sendo algo necessário para a vida delas. No presente trabalho analisam-se reportagens impressas, veiculadas na revista especial Recreio Girls, que tem como público-alvo meninas de seis a onze anos. Do montante de cinco exemplares publicados da revista, selecionaram-se três reportagens, que constituem o corpus de investigação. O objetivo geral do trabalho é analisar como o discurso publicitário se engendra na tessitura discursiva de reportagens da Revista Recreio Girls e que efeitos de sentidos produz no que se refere à adultização precoce da menina. O estudo parte de considerações a respeito da criança em uma perspectiva sóciohistórica e desenvolve reflexões sobre a comunicação de massa, publicidade em geral e publicidade para crianças, incluindo-se também uma abordagem sobre a legislação específica. Como embasamento teórico, a pesquisa busca respaldo nos pressupostos do Círculo de Bakhtin. As análises são desenvolvidas qualitativamente, observando os diversos elementos verbais e verbo-visuais que constituem as reportagens selecionadas.A partir da análise, conclui-se que as reportagens apresentam diversas características do discurso publicitário, como apresentação de marcas e preços de produtos. Observa-se um empenho do locutor em se aproximar da criança e conquistar sua confiança, usando para isso uma variação de tom, ora de um locutor infantil, ora de um adulto que quer – aparentemente – cuidar e proteger. A adultização precoce da menina é construída discursivamente e pode ser observada pelos modelos adultos apresentados como referência de como a menina/interlocutora deve se vestir, se maquiar, se pentear e do modo como ela deve agir e ser. Constatamos ainda que as inserções publicitárias nas reportagens analisadas desobedecem o Código de Defesa do Consumidor (CDC), bem como o Código de Autorregulamentação Publicitária do Conar. A partir do trabalho desenvolvido, chega-se à tese de que o discurso publicitário, mais ou menos aparente, se engendra em diferentes materialidades discursivas e estimula, por meio de enunciados verbais e não-verbais, o processo de adultização precoce da menina, a fim de promover e incentivar o consumo de produtos normalmente desnecessários para uma criança.
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Sociedade do consumo: criança e propaganda, uma relação que dá pesoSantos, Andréia Mendes dos January 2007 (has links)
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Previous issue date: 2007 / A obesidade é considerada uma epidemia mundial, caracterizando-se como problema de saúde pública. No Brasil, estima-se que mais de 40% da população estão com sobrepeso. No caso das crianças, o caso é ainda mais trágico: crianças obesas, se não forem tratadas, serão adolescentes e adultos obesos. Além de todas as dificuldades advindas do sobrepeso, como dificuldade de locomoção e cansaço excessivo, entre outros, o excesso de peso é considerado fator de risco para doenças potencialmente fatais, como diabetes, os derrames cerebrais, o câncer, infartos, etc. Por outro lado, a doença é mal entendida na sociedade, o gordo é discriminado e rechaçado, o que o leva ao isolamento e exclusão social buscando consolo na própria comida, alimentando o ciclo vicioso que caracteriza as doenças de dependência. Este estudo realizou-se na cidade de Porto Alegre – RS -, com a participação de 424 familiares de crianças com idades entre zero e 12 anos incompletos. É uma pesquisa do tipo epidemiológica, realizada através de questionários e entrevistas, com os objetivos a seguir: 1. Verificar a relação da obesidade infantil e a exposição da criança à mídia televisiva. 2. Identificar o papel da mídia na incitação ao consumo de alimentos pelas crianças. 3. Analisar os mecanismos utilizados pelas crianças e suas famílias para enfrentarem a oferta visual de alimentos disponíveis no mercado de consumo. 4. Avaliar o percentual de crianças com sobrepeso/obesidade menores de 12 anos na cidade de Porto Alegre. Os resultados deste estudo apontam que 35,8% da população infantil está com excesso de peso; e, destas, aproximadamente 14% estão obesas. Por outro lado, identificou-se que cerca de 9% da população da faixa etária estudada encontra-se aquém do IMC mínimo -abaixo de 18,5- para a relação entre peso e altura.A Organização Mundial da Saúde considera a obesidade como uma das formas de desnutrição, uma vez que estes sujeitos comem de forma desequilibrada e excessiva. Assim, cerca de 45% da população infantil portoalegrense encontra-se fora das condições satisfatórias em relação ao seu estado nutricional e, conseqüentemente, fora de peso. O final do século XX e início do XXI são sendo marcados pelo “remédio” do consumo. Adquirir, possuir, acumular, enfim, consumir transformou-se no que Baudrillard define como signo para a sociedade moderna. A Organização Mundial de Saúde aponta que apenas 30 segundos de propaganda já são suficientes para exercer forte influência sobre as crianças, pois transforma os produtos anunciados em necessidades, conferindo-os significado. As famílias apontam que as propagandas capturam as crianças. A discussão aponta que a mídia interfere nos valores, hábitos e gostos da criançada. Na sociedade contemporânea, comer virou brincadeira. A pesquisa identificou que a faixa entre 03- 06 anos corresponde as maiores solicitações por produtos anunciados e que isto se deve a associação dos produtos com brindes, super-heróis, coleções e prêmios. Toda forma de consumo significa prazer A obesidade encontra-se diretamente relacionada com qualidade alimentar. A análise das informações indica que à medida que as crianças crescem, o consumo de alimentos saudáveis decai e os índices de obesidade aumentam. Isto sugere que o problema do peso deve ser combatido desde cedo através de políticas e programas que versem sobre saúde, educação e assistência, sem visarem vilões ou bandidos. A televisão vem contribuindo para a divulgação de hábitos alimentares incorretos, mas também pode ser uma aliada na batalha contra a obesidade, especialmente a infantil.
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