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Uso e conservação de um remanescente de caatinga arbórea no município de Cajazeiras-PB: elementos para gestão ambientalSILVA, Abrão Amério da January 2002 (has links)
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Previous issue date: 2002 / Determinou-se a importância da vegetação e o conhecimento
etnobotânico em duas comunidades rurais estabelecidas no município de
Cajazeiras-PB, em torno de uma área de preservação de Caatinga, formada
pelas Serras Coxos, Oitis e Mirador. Uma das comunidades é formada por
antigos moradores do local (AM) e a outra é constituída por assentados (A),
provenientes de outros municípios da região ou já moradores do município, que
receberam lotes em assentamento instalado em 1997. Na área de preservação
de caatinga arbórea foram estabelecidas três parcelas (25mX25m), onde foram
levantadas e identificadas botanicamente as espécies com DAP igual ou
superior a 8 cm, para as quais se determinou o índice de diversidade, a
densidade e a freqüência relativa e se indagou o uso a um mateiro morador do
local. Foram realizadas entrevistas semi-estruturadas junto a 34 famílias de
assentados e 39 de antigos moradores, coletando-se, identificando-se e
determinando-se o percentual de citação das espécies úteis para cada
comunidade. O conhecimento etnobotânico é semelhante entre antigos
moradores e assentados, registrando-se as seguintes categorias de uso:
alimento, medicinal, energético, construção, utensílio doméstico, forrageira,
veneno, repelente e ferramenta. Destacam-se o uso medicinal (A=71,8%;
AM=71,4%), construção (A=34,3%;AM=26,5%) e utensílio doméstico
(A=21,8%;AM=26,3%). O levantamento etnobotânico indicou como principais
famílias: Anacardiaceae, Bignoniaceae, Caesalpiniaceae, Crysobalanaceae,
Euphorbiaceae, Lamiaceae, Mimosaceae, Rubiaceae e Sapindaceae. São úteis
para as duas comunidades 86 espécies de plantas, destacando-se, pelo grau de
preferência, Mimosa tenuiflora (L) Poir. (jurema preta), Myracrodruon urundeuva
(Engl.) Fr. All. (aroeira) e Schinopsis brasiliensis Engl. (brauna). São também
freqüentemente utilizadas: Caesalpinia ferrea Mart. (pau ferro), Tabebuia aurea
(Manso) Benth. (pau d`arco) e Amburana cearensis (Arr. Cam.) A C. Smith.
(cumarú). Dentre as espécies amostradas nas parcelas destacam-se pela
densidade e freqüência relativa: Bauhinia cheilanta (Bong.) Steud. (9,7%,
33,3%), M. urundeuva e Croton sonderianus Muell. (8,3%, 33,3%), T.aurea e
Caesalpinia pyramidales Tul. (5,5%, 33,3%) e Acacia sp. (5,5%, 50%). O índice
de diversidade (3,05 nats/ind.) foi enquadrado como acima da média para a
caatinga. Todas as espécies amostradas nas parcelas têm, segundo o mateiro,
uma ou mais formas de uso para a população local, confirmadas em sua maioria
nas entrevistas realizadas nas duas comunidades. Assentados e antigos
moradores fazem o corte da madeira, em suas propriedades, para
comercialização e uso doméstico, só usando a área preservada quando
necessitam de madeira de lei, preferindo a madeira da serra para construção e
utensílio doméstico. A presença atual de um assentamento na área pode
contribuir para aumentar a pressão sobre os recursos naturais do local
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