Esta tese parte da problematização de generalizações historiográficas que apontam que a casa-pátio na arquitetura moderna brasileira é, predominantemente, de influência italiana. Diante disso, se propõe a fazer um re-exame de dezessete casas de Daniele Calabi e Rino Levi, produzidas entre as décadas de 1940 e 1960. Levi e Calabi tiveram formação italiana e atuaram juntos em São Paulo entre 1939 e 1949, sendo que a relação entre ambos é considerada na historiografia da arquitetura brasileira como fundamental para a consolidação do uso da casa-pátio no modernismo brasileiro. A tese sustenta a hipótese de que o que confere unidade às suas obras efetivamente não é o tipo-pátio, que assume diversas configurações no modernismo, mas a espacialidade depreendida dessas casas. Entende-se por espacialidade a experiência concreta que o espaço promove em seu interior e o significado que ele passa a ter para as pessoas, sendo o estudo dos diferentes tipos de espacialidade arquitetônica tratado pela tipologia espacial. Assim, o trabalho objetiva analisar comparativamente as casas de Calabi e Levi, buscando identificar aspectos da tipologia formal-funcional e da tipologia espacial que lhes confiram unidade. Conciliando a abordagem tipológica com uma abordagem historiográfica, a tese está dividida em três partes. A primeira tem enfoque historiográfico, com vida, obras e possíveis referências projetuais dos arquitetos. A segunda e a terceira partes se voltam à análise tipológica formal-funcional e espacial, respectivamente, e a reflexões relativas aos temas do tipo, do caráter e da espacialidade na arquitetura moderna. Observou-se que Calabi adota esquemas-pátios de matriz tradicional italiana e Levi recorre mais a esquemas miesianos e wrightianos, assim como outros tantos arquitetos paulistas e cariocas contemporâneos, dispersando a dominante referência italiana na casa-pátio moderna brasileira. Apesar disso, ambos buscam estabelecer em seus projetos uma dialética relação entre extroversão e introversão, que remete a uma espacialidade e a um caráter mediterrâneo comum. / This thesis starts questioning the historiographical generalizations which point out that the house-yard in Brazilian modern architecture has predominantly Italian influences. Given this, it claims to do a re-examination of seventeen Daniele Calabi and Rino Levi’s houses, produced between the 1940s and 1960s. Levi and Calabi had both Italian graduation background and had worked together in São Paulo between 1939 and 1949, and the relationship is considered in the historiography of Brazilian architecture as essential to consolidate the use of house-yard in Brazilian modernism. The thesis supports the hypothesis that what gives unity to their work is not really the type “yard”, which takes different configurations in modernism, but the spaciousness of these houses. Spatiality is understood as the concrete experience that promotes the space inside and the meaning that it will take for people, and the study of different types of architectural spatiality treated by spatial typology. Thus, this thesis aims to analyze comparatively the houses of Calabi and Levi, seeking to identify aspects of the formal typology and the typology and functional space that give them unity. Combining the typological approach with a historiographical approach, the thesis is divided into three parts. The first is historiographical approach, with life, works and possible design references of the architects. The second and third parts are focused on the formal typological analysis, functional and spatial, respectively, and reflections on the themes of type and character of spatiality in modern architecture. It was noted that Calabi adopts yard-schemes from traditional Italian matrix and Levi uses more Mies and Wright schemes, like many other contemporary architects from Sao Paulo and Rio de Janeiro, scattering the dominant Italian reference in the modern Brazilian courtyard-house. Still, both seek to establish in their projects a dialectical relation between extroversion and introversion, which refers to a common spatiality and Mediterranean character.

Esta tese parte da problematização de generalizações historiográficas que apontam que a casa-pátio na arquitetura moderna brasileira é, predominantemente, de influência italiana. Diante disso, se propõe a fazer um re-exame de dezessete casas de Daniele Calabi e Rino Levi, produzidas entre as décadas de 1940 e 1960. Levi e Calabi tiveram formação italiana e atuaram juntos em São Paulo entre 1939 e 1949, sendo que a relação entre ambos é considerada na historiografia da arquitetura brasileira como fundamental para a consolidação do uso da casa-pátio no modernismo brasileiro. A tese sustenta a hipótese de que o que confere unidade às suas obras efetivamente não é o tipo-pátio, que assume diversas configurações no modernismo, mas a espacialidade depreendida dessas casas. Entende-se por espacialidade a experiência concreta que o espaço promove em seu interior e o significado que ele passa a ter para as pessoas, sendo o estudo dos diferentes tipos de espacialidade arquitetônica tratado pela tipologia espacial. Assim, o trabalho objetiva analisar comparativamente as casas de Calabi e Levi, buscando identificar aspectos da tipologia formal-funcional e da tipologia espacial que lhes confiram unidade. Conciliando a abordagem tipológica com uma abordagem historiográfica, a tese está dividida em três partes. A primeira tem enfoque historiográfico, com vida, obras e possíveis referências projetuais dos arquitetos. A segunda e a terceira partes se voltam à análise tipológica formal-funcional e espacial, respectivamente, e a reflexões relativas aos temas do tipo, do caráter e da espacialidade na arquitetura moderna. Observou-se que Calabi adota esquemas-pátios de matriz tradicional italiana e Levi recorre mais a esquemas miesianos e wrightianos, assim como outros tantos arquitetos paulistas e cariocas contemporâneos, dispersando a dominante referência italiana na casa-pátio moderna brasileira. Apesar disso, ambos buscam estabelecer em seus projetos uma dialética relação entre extroversão e introversão, que remete a uma espacialidade e a um caráter mediterrâneo comum. / This thesis starts questioning the historiographical generalizations which point out that the house-yard in Brazilian modern architecture has predominantly Italian influences. Given this, it claims to do a re-examination of seventeen Daniele Calabi and Rino Levi’s houses, produced between the 1940s and 1960s. Levi and Calabi had both Italian graduation background and had worked together in São Paulo between 1939 and 1949, and the relationship is considered in the historiography of Brazilian architecture as essential to consolidate the use of house-yard in Brazilian modernism. The thesis supports the hypothesis that what gives unity to their work is not really the type “yard”, which takes different configurations in modernism, but the spaciousness of these houses. Spatiality is understood as the concrete experience that promotes the space inside and the meaning that it will take for people, and the study of different types of architectural spatiality treated by spatial typology. Thus, this thesis aims to analyze comparatively the houses of Calabi and Levi, seeking to identify aspects of the formal typology and the typology and functional space that give them unity. Combining the typological approach with a historiographical approach, the thesis is divided into three parts. The first is historiographical approach, with life, works and possible design references of the architects. The second and third parts are focused on the formal typological analysis, functional and spatial, respectively, and reflections on the themes of type and character of spatiality in modern architecture. It was noted that Calabi adopts yard-schemes from traditional Italian matrix and Levi uses more Mies and Wright schemes, like many other contemporary architects from Sao Paulo and Rio de Janeiro, scattering the dominant Italian reference in the modern Brazilian courtyard-house. Still, both seek to establish in their projects a dialectical relation between extroversion and introversion, which refers to a common spatiality and Mediterranean character.

Esta tese parte da problematização de generalizações historiográficas que apontam que a casa-pátio na arquitetura moderna brasileira é, predominantemente, de influência italiana. Diante disso, se propõe a fazer um re-exame de dezessete casas de Daniele Calabi e Rino Levi, produzidas entre as décadas de 1940 e 1960. Levi e Calabi tiveram formação italiana e atuaram juntos em São Paulo entre 1939 e 1949, sendo que a relação entre ambos é considerada na historiografia da arquitetura brasileira como fundamental para a consolidação do uso da casa-pátio no modernismo brasileiro. A tese sustenta a hipótese de que o que confere unidade às suas obras efetivamente não é o tipo-pátio, que assume diversas configurações no modernismo, mas a espacialidade depreendida dessas casas. Entende-se por espacialidade a experiência concreta que o espaço promove em seu interior e o significado que ele passa a ter para as pessoas, sendo o estudo dos diferentes tipos de espacialidade arquitetônica tratado pela tipologia espacial. Assim, o trabalho objetiva analisar comparativamente as casas de Calabi e Levi, buscando identificar aspectos da tipologia formal-funcional e da tipologia espacial que lhes confiram unidade. Conciliando a abordagem tipológica com uma abordagem historiográfica, a tese está dividida em três partes. A primeira tem enfoque historiográfico, com vida, obras e possíveis referências projetuais dos arquitetos. A segunda e a terceira partes se voltam à análise tipológica formal-funcional e espacial, respectivamente, e a reflexões relativas aos temas do tipo, do caráter e da espacialidade na arquitetura moderna. Observou-se que Calabi adota esquemas-pátios de matriz tradicional italiana e Levi recorre mais a esquemas miesianos e wrightianos, assim como outros tantos arquitetos paulistas e cariocas contemporâneos, dispersando a dominante referência italiana na casa-pátio moderna brasileira. Apesar disso, ambos buscam estabelecer em seus projetos uma dialética relação entre extroversão e introversão, que remete a uma espacialidade e a um caráter mediterrâneo comum. / This thesis starts questioning the historiographical generalizations which point out that the house-yard in Brazilian modern architecture has predominantly Italian influences. Given this, it claims to do a re-examination of seventeen Daniele Calabi and Rino Levi’s houses, produced between the 1940s and 1960s. Levi and Calabi had both Italian graduation background and had worked together in São Paulo between 1939 and 1949, and the relationship is considered in the historiography of Brazilian architecture as essential to consolidate the use of house-yard in Brazilian modernism. The thesis supports the hypothesis that what gives unity to their work is not really the type “yard”, which takes different configurations in modernism, but the spaciousness of these houses. Spatiality is understood as the concrete experience that promotes the space inside and the meaning that it will take for people, and the study of different types of architectural spatiality treated by spatial typology. Thus, this thesis aims to analyze comparatively the houses of Calabi and Levi, seeking to identify aspects of the formal typology and the typology and functional space that give them unity. Combining the typological approach with a historiographical approach, the thesis is divided into three parts. The first is historiographical approach, with life, works and possible design references of the architects. The second and third parts are focused on the formal typological analysis, functional and spatial, respectively, and reflections on the themes of type and character of spatiality in modern architecture. It was noted that Calabi adopts yard-schemes from traditional Italian matrix and Levi uses more Mies and Wright schemes, like many other contemporary architects from Sao Paulo and Rio de Janeiro, scattering the dominant Italian reference in the modern Brazilian courtyard-house. Still, both seek to establish in their projects a dialectical relation between extroversion and introversion, which refers to a common spatiality and Mediterranean character.