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Estratégia de uma mise-en-scène: \'Correspondência (1762-1765)\' e \'Traité sur la tolérance (1763)\' de Voltaire / Strategy of a mise-en-scène: \'Correspondence\' (1762-1765)\' e \'Traité sur la tolérance (1763)\' de Voltaire

Bedê, Ana Luiza Reis 01 August 2007 (has links)
Em 10 de março de 1762, o protestante Jean Calas, suposto assassino de seu filho, sofre o suplício da roda após um julgamento espúrio do Parlamento de Toulouse. Voltaire assume as rédeas do caso. Para ele tratava-se de um crime motivado pelo fanatismo religioso, algo impensável em pleno século das Luzes. Por meio do estudo de um conjunto de cartas redigidas em defesa da reabilitação de Jean Calas, interessa discutir como Voltaire conduziu a \"guerra\" pelo advento da Razão. Descobre-se, à medida que se avança, desde as manobras nos bastidores à eloqüência do advogado em suas denúncias, o que ele denominou de \"crime contra o gênero humano\". Pretende-se mostrar, igualmente, as astúcias do texto voltairiano para atrair leitores de diferentes esferas sociais. Nesta tese, trata-se de questionar como o Autor prepara o terreno para a divulgação de seu livro Traité sur la tolérance (1763), arma decisiva contra os autodenominados seguidores de Cristo. Nessa obra compósita, analisam-se as variadas formas discursivas utilizadas por Voltaire para convencer o leitor de que os dogmas e as superstições não passam de criações humanas. Perguntamo-nos quais características, no conjunto desses textos, o autor privilegia a fim de conferir brilho à batalha contra o obscurantismo, além de nos debruçarmos sobre as fontes nas quais Voltaire se inspirou para sua argumentação. Percebe-se como a preocupação de instruir os cidadãos ia de par com a vontade de proporcionar prazer, peça-chave da estética desse poeta-filósofo que, para dizer com Roland Barthes, dava ao combate pela Razão \"o aspecto de uma festa\". / On March 10th 1762, the Prostestant Jean Calas, charged with the alleged murder of this own son, was submitted to the torture of the wheel, after a spurious trial at the Toulouse Parliament. Voltaire takes over the affair. For him, it was a matter of a crime due to a religious fanaticism, something unacceptable in the century of Enlightenment. The observation of a bunch of letters written to assert Jean Calas´s rehabilitation allowns the debate about how Voltaire waged the \"war\" to prevail Reason. Il also allows us to observe from the backstage ploys to the lawyer´s eloquence, in his denounces to what he denominated \"a crime against the humanity\". It is also possible to see the acuity of Voltaire´s text to appeal to the readers of different social levels. The thesis is supposed to question how the author prepares the ground to the issue of his book Traité sur la tolérance (1763) an incisive weapon against the so-called Christ´s followers. In this composite work several discursive ways are analyzed to convince the reader that the dogmas and the superstitions aren´t but human creations. The main question is: what characteristics the author pick and choose among his writings in order to highlight the battle against obscurantism and what were the sources that inspired his argumentation. One may notice how the concern about informing the citizens has gone along with his will to provide pleasure, a touchstone of this philosopher-poet´s aesthetics, whom, to mention Roland Barthes, rendered \"a configuration of a party\" to the struggle for Reason.
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Estratégia de uma mise-en-scène: \'Correspondência (1762-1765)\' e \'Traité sur la tolérance (1763)\' de Voltaire / Strategy of a mise-en-scène: \'Correspondence\' (1762-1765)\' e \'Traité sur la tolérance (1763)\' de Voltaire

Ana Luiza Reis Bedê 01 August 2007 (has links)
Em 10 de março de 1762, o protestante Jean Calas, suposto assassino de seu filho, sofre o suplício da roda após um julgamento espúrio do Parlamento de Toulouse. Voltaire assume as rédeas do caso. Para ele tratava-se de um crime motivado pelo fanatismo religioso, algo impensável em pleno século das Luzes. Por meio do estudo de um conjunto de cartas redigidas em defesa da reabilitação de Jean Calas, interessa discutir como Voltaire conduziu a \"guerra\" pelo advento da Razão. Descobre-se, à medida que se avança, desde as manobras nos bastidores à eloqüência do advogado em suas denúncias, o que ele denominou de \"crime contra o gênero humano\". Pretende-se mostrar, igualmente, as astúcias do texto voltairiano para atrair leitores de diferentes esferas sociais. Nesta tese, trata-se de questionar como o Autor prepara o terreno para a divulgação de seu livro Traité sur la tolérance (1763), arma decisiva contra os autodenominados seguidores de Cristo. Nessa obra compósita, analisam-se as variadas formas discursivas utilizadas por Voltaire para convencer o leitor de que os dogmas e as superstições não passam de criações humanas. Perguntamo-nos quais características, no conjunto desses textos, o autor privilegia a fim de conferir brilho à batalha contra o obscurantismo, além de nos debruçarmos sobre as fontes nas quais Voltaire se inspirou para sua argumentação. Percebe-se como a preocupação de instruir os cidadãos ia de par com a vontade de proporcionar prazer, peça-chave da estética desse poeta-filósofo que, para dizer com Roland Barthes, dava ao combate pela Razão \"o aspecto de uma festa\". / On March 10th 1762, the Prostestant Jean Calas, charged with the alleged murder of this own son, was submitted to the torture of the wheel, after a spurious trial at the Toulouse Parliament. Voltaire takes over the affair. For him, it was a matter of a crime due to a religious fanaticism, something unacceptable in the century of Enlightenment. The observation of a bunch of letters written to assert Jean Calas´s rehabilitation allowns the debate about how Voltaire waged the \"war\" to prevail Reason. Il also allows us to observe from the backstage ploys to the lawyer´s eloquence, in his denounces to what he denominated \"a crime against the humanity\". It is also possible to see the acuity of Voltaire´s text to appeal to the readers of different social levels. The thesis is supposed to question how the author prepares the ground to the issue of his book Traité sur la tolérance (1763) an incisive weapon against the so-called Christ´s followers. In this composite work several discursive ways are analyzed to convince the reader that the dogmas and the superstitions aren´t but human creations. The main question is: what characteristics the author pick and choose among his writings in order to highlight the battle against obscurantism and what were the sources that inspired his argumentation. One may notice how the concern about informing the citizens has gone along with his will to provide pleasure, a touchstone of this philosopher-poet´s aesthetics, whom, to mention Roland Barthes, rendered \"a configuration of a party\" to the struggle for Reason.

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