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Estudo longitudinal do padrão de vascularização do endoneuro do nervo vago de ratas da linhagem Wistar-Kyoto, em diferentes idades / Endoneural vessels vascular pattern on the vagus nerve of Wistar-Kyoto rats: A longitudinal study.

Schiavoni, Maria Cristina Lopes 06 May 2005 (has links)
Os nervos são abundantemente vascularizados em toda sua extensão, por intermédio de uma sucessão de vasos que, por suas consecutivas divisões e anastomoses no interior do nervo, formam uma rede vascular intraneural ininterrupta. Já está bem definido que o número de vasos nutrientes para um nervo em particular varia amplamente, não apenas de indivíduo para indivíduo, como também entre os dois lados do corpo. Nervos maiores não necessariamente recebem mais vasos que nervos menores. Os nervos podem percorrer distâncias consideráveis sem receber um vaso nutriente e o calibre desses vasos varia em amplos intervalos. Desse modo, o número e o tamanho dos vasos, juntamente com a sua distribuição no interior dos nervos estão sujeitos a uma grande variabilidade, não apenas em vários segmentos do mesmo nervo como também no mesmo nervo em diferentes sujeitos. Nosso objetivo, com o presente estudo foi o de realizar uma descrição do padrão longitudinal de vascularização do endoneuro e de avaliar a existência de uma possível correlação entre a área fascicular e a área endoneural ocupada pelos vasos capilares, no nervo vago de ratas da linhagem Wistar-Kyoto, em três diferentes fases da vida: 30, 180 e 360 dias de idade. Para tanto, três animais de cada grupo foram mortos e tiveram seus nervos vagos direitos preparados com técnicas histológicas de rotina para inclusão em resina epóxi. Secções transversais semifinas (0,4 µm) seriadas, obtidas a cada 100 µm de extensão longitudinal do nervo, até o esgotamento completo dos blocos, foram analisadas em nível de microscopia de luz. A morfometria dos fascículos e dos vasos capilares endoneurais, foi realizada com o auxílio de um sistema analisador de imagens computacional. A área fascicular média e a área média ocupada pelos capilares foram calculadas para cada segmento estudado (proximal, médio e distal) e comparadas entre segmentos (estudo longitudinal) e entre os grupos. A correlação entre a área fascicular total e a área endoneural ocupada pelos capilares foi estudada através de uma análise de regressão linear e do cálculo dos coeficientes de correlação. A porcentagem da área fascicular total ocupada pelos capilares endoneurais também foi calculada para cada segmento estudado e comparada entre segmentos e entre os grupos. Nossos resultados mostram que a área fascicular média de todos os segmentos estudados foi significativamente maior nos animais com 180 e 360 dias, comparados aos com 30 dias, em todos os segmentos estudados, acompanhando o ganho ponderal dos animais. Interessantemente, nos animais jovens (30 dias), houve uma tendência ao aumento dos valores dessa área no sentido longitudinal dos nervos, o que não foi observado nos animais mais velhos (180 e 360 dias). A área média dos capilares endoneurais aumentou no sentido longitudinal em todos os grupos estudados. Na comparação entre os grupos, houve uma estabilização da área fascicular média nos animais mais velhos enquanto que houve uma diminuição da área média dos capilares endoneurais com o avançar da idade. A porcentagem da área fascicular total ocupada pelos capilares aumentou, no sentido longitudinal, nos animais jovens (30 dias) e tendeu à estabilidade nos animais mais velhos (180 e 360 dias), havendo nítida diminuição progressiva dessa porcentagem com o avançar da idade. O estudo dos diâmetros dos capilares endoneurais mostrou que esses diâmetros variam amplamente, sem nenhum padrão específico entre segmentos de um mesmo grupo os entre os diferentes grupos. Nossos resultados também mostraram a existência de uma correlação positiva fraca (coeficientes de correlação com valores muito baixos) entre a área fascicular total e a área endoneural ocupada pelos capilares. Esses dados sugerem que a entrada dos capilares no nervo não é acompanhada de um aumento proporcional na área do fascículo. Os dados de diminuição da porcentagem da área fascicular total ocupada pelos capilares com o avançar da idade podem sugerir que os nervos de animais mais velhos possam ser mais susceptíveis aos processos isquêmicos. / Peripheral nerves are abundantly vascularised throughout their length by a succession of vessels which, by their repeated division and anastomosis within the nerve, for an unbroken intraneural vascular network. It is well defined that the number of nutrient vessels to any particular nerve varies greatly not only from subject to subject but also on the two sides of the body. Larger nerves do not necessarily receive more vessels than do smaller nerves. Nerves may run considerable distances without receiving a nutrient vessel and the caliber of the nutrient vessels fluctuates over wide limits. Thus, the number and size of these vessels, together with their distribution within the nerve, are subject to a wide range of variation, not only between various segments of a nerve but also in the same nerve in different specimens. In this way, our objectives were to study the longitudinal pattern of the endoneural vascularisation and, to determine the existence of a correlation between the fascicular total area and the endoneural area occupied by the capillary vessels on the vagus nerve of Wistar-Kyoto female rats, in three different ages. Three animas aged 30, 180 or 360 days were killed and their right vagus nerves were prepared for epoxy resin embedding and light microscopy study, by conventional techniques. Serial semihtin sections (0.4 µm), obtained every 100 µm of the vagus nerve longitudinal extension were measured with the aid of a computer software. The average fascicular area and the average area occupied by the endoneural capillary were obtained for each segment (proximal, medium and distal) and compared between segments (longitudinal study) and between ages. The correlation between the fascicular area and the area occupied by the endoneural capillary was accessed by linear regression analysis and correlation coefficient calculations. The percentage of the total fascicular area occupied by the capillaries was also calculated for each segment and compared between segments and between ages. Our results show that the average fascicular area, in all segments studied, was significantly larger in the older animals (180 and 360 days), compared to the younger (30 days). This was compatible with the weight gain of the animals. Interestingly, in the younger animals, there was a tendency of an increase in the average fascicular area from proximal to distal, and this was not observed in the older animals (180 and 360 days). The average area of the endoneural capillaries increased from proximal to distal in all groups studied. The analysis between groups showed a stabilization of the fascicular area in the older animals while the average capillary area got smaller with ageing. The percentage of the fascicular area occupied by the endoneural capillary vessels increased from proximal to distal in the younger animals (30 days) and got stable in the older (180 and 360 days). There was an obvious decrease in this percentage with ageing. The capillary vessels diameter study showed that this parameter varied considerably, without a established pattern between segments or groups. Our results also show the existence of a weak but positive correlation between the fascicular area and the area occupied by the endoneural capillary. This data suggests that the entrance of blood vessels to the endoneural space is not followed by an increase on the fascicular area. The result of a smaller percentage of the fascicular area occupied by the capillary vessels with ageing suggests that older animals may be more susceptible to nerve ischemia.
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Estudo longitudinal do padrão de vascularização do endoneuro do nervo vago de ratas da linhagem Wistar-Kyoto, em diferentes idades / Endoneural vessels vascular pattern on the vagus nerve of Wistar-Kyoto rats: A longitudinal study.

Maria Cristina Lopes Schiavoni 06 May 2005 (has links)
Os nervos são abundantemente vascularizados em toda sua extensão, por intermédio de uma sucessão de vasos que, por suas consecutivas divisões e anastomoses no interior do nervo, formam uma rede vascular intraneural ininterrupta. Já está bem definido que o número de vasos nutrientes para um nervo em particular varia amplamente, não apenas de indivíduo para indivíduo, como também entre os dois lados do corpo. Nervos maiores não necessariamente recebem mais vasos que nervos menores. Os nervos podem percorrer distâncias consideráveis sem receber um vaso nutriente e o calibre desses vasos varia em amplos intervalos. Desse modo, o número e o tamanho dos vasos, juntamente com a sua distribuição no interior dos nervos estão sujeitos a uma grande variabilidade, não apenas em vários segmentos do mesmo nervo como também no mesmo nervo em diferentes sujeitos. Nosso objetivo, com o presente estudo foi o de realizar uma descrição do padrão longitudinal de vascularização do endoneuro e de avaliar a existência de uma possível correlação entre a área fascicular e a área endoneural ocupada pelos vasos capilares, no nervo vago de ratas da linhagem Wistar-Kyoto, em três diferentes fases da vida: 30, 180 e 360 dias de idade. Para tanto, três animais de cada grupo foram mortos e tiveram seus nervos vagos direitos preparados com técnicas histológicas de rotina para inclusão em resina epóxi. Secções transversais semifinas (0,4 µm) seriadas, obtidas a cada 100 µm de extensão longitudinal do nervo, até o esgotamento completo dos blocos, foram analisadas em nível de microscopia de luz. A morfometria dos fascículos e dos vasos capilares endoneurais, foi realizada com o auxílio de um sistema analisador de imagens computacional. A área fascicular média e a área média ocupada pelos capilares foram calculadas para cada segmento estudado (proximal, médio e distal) e comparadas entre segmentos (estudo longitudinal) e entre os grupos. A correlação entre a área fascicular total e a área endoneural ocupada pelos capilares foi estudada através de uma análise de regressão linear e do cálculo dos coeficientes de correlação. A porcentagem da área fascicular total ocupada pelos capilares endoneurais também foi calculada para cada segmento estudado e comparada entre segmentos e entre os grupos. Nossos resultados mostram que a área fascicular média de todos os segmentos estudados foi significativamente maior nos animais com 180 e 360 dias, comparados aos com 30 dias, em todos os segmentos estudados, acompanhando o ganho ponderal dos animais. Interessantemente, nos animais jovens (30 dias), houve uma tendência ao aumento dos valores dessa área no sentido longitudinal dos nervos, o que não foi observado nos animais mais velhos (180 e 360 dias). A área média dos capilares endoneurais aumentou no sentido longitudinal em todos os grupos estudados. Na comparação entre os grupos, houve uma estabilização da área fascicular média nos animais mais velhos enquanto que houve uma diminuição da área média dos capilares endoneurais com o avançar da idade. A porcentagem da área fascicular total ocupada pelos capilares aumentou, no sentido longitudinal, nos animais jovens (30 dias) e tendeu à estabilidade nos animais mais velhos (180 e 360 dias), havendo nítida diminuição progressiva dessa porcentagem com o avançar da idade. O estudo dos diâmetros dos capilares endoneurais mostrou que esses diâmetros variam amplamente, sem nenhum padrão específico entre segmentos de um mesmo grupo os entre os diferentes grupos. Nossos resultados também mostraram a existência de uma correlação positiva fraca (coeficientes de correlação com valores muito baixos) entre a área fascicular total e a área endoneural ocupada pelos capilares. Esses dados sugerem que a entrada dos capilares no nervo não é acompanhada de um aumento proporcional na área do fascículo. Os dados de diminuição da porcentagem da área fascicular total ocupada pelos capilares com o avançar da idade podem sugerir que os nervos de animais mais velhos possam ser mais susceptíveis aos processos isquêmicos. / Peripheral nerves are abundantly vascularised throughout their length by a succession of vessels which, by their repeated division and anastomosis within the nerve, for an unbroken intraneural vascular network. It is well defined that the number of nutrient vessels to any particular nerve varies greatly not only from subject to subject but also on the two sides of the body. Larger nerves do not necessarily receive more vessels than do smaller nerves. Nerves may run considerable distances without receiving a nutrient vessel and the caliber of the nutrient vessels fluctuates over wide limits. Thus, the number and size of these vessels, together with their distribution within the nerve, are subject to a wide range of variation, not only between various segments of a nerve but also in the same nerve in different specimens. In this way, our objectives were to study the longitudinal pattern of the endoneural vascularisation and, to determine the existence of a correlation between the fascicular total area and the endoneural area occupied by the capillary vessels on the vagus nerve of Wistar-Kyoto female rats, in three different ages. Three animas aged 30, 180 or 360 days were killed and their right vagus nerves were prepared for epoxy resin embedding and light microscopy study, by conventional techniques. Serial semihtin sections (0.4 µm), obtained every 100 µm of the vagus nerve longitudinal extension were measured with the aid of a computer software. The average fascicular area and the average area occupied by the endoneural capillary were obtained for each segment (proximal, medium and distal) and compared between segments (longitudinal study) and between ages. The correlation between the fascicular area and the area occupied by the endoneural capillary was accessed by linear regression analysis and correlation coefficient calculations. The percentage of the total fascicular area occupied by the capillaries was also calculated for each segment and compared between segments and between ages. Our results show that the average fascicular area, in all segments studied, was significantly larger in the older animals (180 and 360 days), compared to the younger (30 days). This was compatible with the weight gain of the animals. Interestingly, in the younger animals, there was a tendency of an increase in the average fascicular area from proximal to distal, and this was not observed in the older animals (180 and 360 days). The average area of the endoneural capillaries increased from proximal to distal in all groups studied. The analysis between groups showed a stabilization of the fascicular area in the older animals while the average capillary area got smaller with ageing. The percentage of the fascicular area occupied by the endoneural capillary vessels increased from proximal to distal in the younger animals (30 days) and got stable in the older (180 and 360 days). There was an obvious decrease in this percentage with ageing. The capillary vessels diameter study showed that this parameter varied considerably, without a established pattern between segments or groups. Our results also show the existence of a weak but positive correlation between the fascicular area and the area occupied by the endoneural capillary. This data suggests that the entrance of blood vessels to the endoneural space is not followed by an increase on the fascicular area. The result of a smaller percentage of the fascicular area occupied by the capillary vessels with ageing suggests that older animals may be more susceptible to nerve ischemia.

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