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Taxonomia, distribuição e conservação dos \'caboclinhos\' do complexo Sporophila bouvreuil (Aves: Emberizidae) / Taxonomy, distribution, and conservation of \'caboclinhos\' of the complex Sporophila bouvreuil (Aves: Eberizidae)

Lima, Érika Machado Costa 06 August 2008 (has links)
Atualmente, quatro subespécies são reconhecidas dentro do complexo Sporophila bouvreuil: S. b. bouvreuil, S. b. pileata, S. b. saturata e S. b. crypta. Os machos apresentam um padrão de plumagem distinto, enquanto que as fêmeas possuem a plumagem semelhante, sendo difícil identificar com segurança a qual subespécie pertencem. O presente projeto teve como objetivo determinar, por meio de caracteres morfológicos externos, a validade dos táxons deste complexo, além de mapear a distribuição geográfica dos mesmos, definindo suas áreas de ocorrência. Foram analisados 174 espécimes de Sporophila bouvreuil, sendo 109 exemplares de S. b. bouvreuil, 30 exemplares de S. b. pileata, seis exemplares de S. b. saturata e 29 exemplares de S. b. crypta. Os dados morfométricos utilizados incluem o comprimento, altura e largura do bico, comprimento da asa, da cauda e do tarsometatarso. A análise dos padrões de coloração da plumagem foi baseada em todas as regiões corporais dos espécimes. As análises dos caracteres morfométricos não apontam diferenças significativas, ao passo que os padrões de coloração de plumagem apontam para uma diagnosticabilidade somente entre S. b. bouvreuil e S. b. pileata, pela associação de diferentes caracteres. Este resultado permite a elevação ao status de espécie plena do táxon S. b. pileata, que passaria a ser designado sob o binômio Sporophila pileata (Sclater, 1864). Os caracteres morfométricos e de coloração de plumagem não permitem uma diagnose entre S. b. bouvreuil, S. b. saturata e S. b. crypta. Este resultado sugere que estes seriam sinônimos, passando a serem designados sob o binômio Sporophila bouvreuil (Müller, 1776). Foram identificadas duas áreas de simpatria entre S. bouvreuil e S. pileata, uma no oeste de Minas Gerais e outra nas regiões centro-oeste e sudeste do Estado de São Paulo. Não é possível reconstruir a rota utilizada pelas populações de S. bouvreuil e S. pileata durante a migração sem estudos de campo envolvendo captura e anilhamento. Para S. bouvreuil é possível notar, entretanto, que as populações que reproduzem na Amazônia se deslocam para regiões mais secas durante a época de invernagem, onde se encontram com parte da população do Cerrado e Caatinga. As populações desta diagonal seca se reproduzem nestes domínios. Na Mata Atlântica as populações são residentes, permanecendo nos sítios de ocorrência ao longo das estações reprodutiva e de invernagem. Em S. pileata os resultados permitem concluir que as populações do Cerrado e da Mata Atlântica se reproduzem nos seus respectivos biomas. Os dados disponíveis para análise não explicitam as área utilizadas por estas populações durante o período de invernagem. / Four subspecies of Capped Seedeater (Sporophila bouvreuil) are currently accepted: S. b. bouvreuil, S. b. pileata, S. b. saturata and S. b. crypta. While male-specific plumage patterns differ among subspecies, female plumages are similar, what makes it difficult to identify female specimens to subspecific level. The present project had as goals a evaluation of the validity of the latter subspecies, using morphological characters, and their distributions. We analyzed 174 specimens of Sporophila bouvreuil, comprising 109 specimens of S. b. bouvreuil, 30 specimens of S. b. pileata, six specimens of S. b. saturata and 29 specimens of S. b. crypta. We used bill length, height and width, as well as wing, tail and tarsi length. Our analysis of plumage color patterns was based on characters that included all body regions. Morphometric data did not suggest significant differences among Sporophila bouvreuil subspecies, and only S.b. bouvreuil and S. b. pileata were diagnosable using plumage patterns. Based on those results, we propose that S. b. pileata should be considered a full species, namely Sporophila pileata (Sclater, 1864). Since S. b. bouvreuil, S. b. saturata and S. b. crypta were not diagnosable based on morphometric or plumage coloration, we propose that those taxa should be synomized to Sporophila bouvreuil (Müller, 1776). We identified two areas of sympatry between S. bouvreuil e S. pileata, in localities at western state of Minas Gerais, as well as western and southeastern state of São Paulo. It was not possible to reconstruct the migration routes of S. bouvreuil and S. pileata based solely on museum specimens, in absence of field data. However, our data suggest that there are movements of Amazonian populations of S. bouvreuil towards drier regions during wintering, where part of Cerrado and Caatinga populations breed. Atlantic forest populations are sedentary, and stay in their territories during breeding and wintering periods. Concerning S. pileata, we conclude that Cerrado and Mata Atlântica populations breed in their respective biomes, but available data did not allow further conclusions about their wintering areas.
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Taxonomia, distribuição e conservação dos \'caboclinhos\' do complexo Sporophila bouvreuil (Aves: Emberizidae) / Taxonomy, distribution, and conservation of \'caboclinhos\' of the complex Sporophila bouvreuil (Aves: Eberizidae)

Érika Machado Costa Lima 06 August 2008 (has links)
Atualmente, quatro subespécies são reconhecidas dentro do complexo Sporophila bouvreuil: S. b. bouvreuil, S. b. pileata, S. b. saturata e S. b. crypta. Os machos apresentam um padrão de plumagem distinto, enquanto que as fêmeas possuem a plumagem semelhante, sendo difícil identificar com segurança a qual subespécie pertencem. O presente projeto teve como objetivo determinar, por meio de caracteres morfológicos externos, a validade dos táxons deste complexo, além de mapear a distribuição geográfica dos mesmos, definindo suas áreas de ocorrência. Foram analisados 174 espécimes de Sporophila bouvreuil, sendo 109 exemplares de S. b. bouvreuil, 30 exemplares de S. b. pileata, seis exemplares de S. b. saturata e 29 exemplares de S. b. crypta. Os dados morfométricos utilizados incluem o comprimento, altura e largura do bico, comprimento da asa, da cauda e do tarsometatarso. A análise dos padrões de coloração da plumagem foi baseada em todas as regiões corporais dos espécimes. As análises dos caracteres morfométricos não apontam diferenças significativas, ao passo que os padrões de coloração de plumagem apontam para uma diagnosticabilidade somente entre S. b. bouvreuil e S. b. pileata, pela associação de diferentes caracteres. Este resultado permite a elevação ao status de espécie plena do táxon S. b. pileata, que passaria a ser designado sob o binômio Sporophila pileata (Sclater, 1864). Os caracteres morfométricos e de coloração de plumagem não permitem uma diagnose entre S. b. bouvreuil, S. b. saturata e S. b. crypta. Este resultado sugere que estes seriam sinônimos, passando a serem designados sob o binômio Sporophila bouvreuil (Müller, 1776). Foram identificadas duas áreas de simpatria entre S. bouvreuil e S. pileata, uma no oeste de Minas Gerais e outra nas regiões centro-oeste e sudeste do Estado de São Paulo. Não é possível reconstruir a rota utilizada pelas populações de S. bouvreuil e S. pileata durante a migração sem estudos de campo envolvendo captura e anilhamento. Para S. bouvreuil é possível notar, entretanto, que as populações que reproduzem na Amazônia se deslocam para regiões mais secas durante a época de invernagem, onde se encontram com parte da população do Cerrado e Caatinga. As populações desta diagonal seca se reproduzem nestes domínios. Na Mata Atlântica as populações são residentes, permanecendo nos sítios de ocorrência ao longo das estações reprodutiva e de invernagem. Em S. pileata os resultados permitem concluir que as populações do Cerrado e da Mata Atlântica se reproduzem nos seus respectivos biomas. Os dados disponíveis para análise não explicitam as área utilizadas por estas populações durante o período de invernagem. / Four subspecies of Capped Seedeater (Sporophila bouvreuil) are currently accepted: S. b. bouvreuil, S. b. pileata, S. b. saturata and S. b. crypta. While male-specific plumage patterns differ among subspecies, female plumages are similar, what makes it difficult to identify female specimens to subspecific level. The present project had as goals a evaluation of the validity of the latter subspecies, using morphological characters, and their distributions. We analyzed 174 specimens of Sporophila bouvreuil, comprising 109 specimens of S. b. bouvreuil, 30 specimens of S. b. pileata, six specimens of S. b. saturata and 29 specimens of S. b. crypta. We used bill length, height and width, as well as wing, tail and tarsi length. Our analysis of plumage color patterns was based on characters that included all body regions. Morphometric data did not suggest significant differences among Sporophila bouvreuil subspecies, and only S.b. bouvreuil and S. b. pileata were diagnosable using plumage patterns. Based on those results, we propose that S. b. pileata should be considered a full species, namely Sporophila pileata (Sclater, 1864). Since S. b. bouvreuil, S. b. saturata and S. b. crypta were not diagnosable based on morphometric or plumage coloration, we propose that those taxa should be synomized to Sporophila bouvreuil (Müller, 1776). We identified two areas of sympatry between S. bouvreuil e S. pileata, in localities at western state of Minas Gerais, as well as western and southeastern state of São Paulo. It was not possible to reconstruct the migration routes of S. bouvreuil and S. pileata based solely on museum specimens, in absence of field data. However, our data suggest that there are movements of Amazonian populations of S. bouvreuil towards drier regions during wintering, where part of Cerrado and Caatinga populations breed. Atlantic forest populations are sedentary, and stay in their territories during breeding and wintering periods. Concerning S. pileata, we conclude that Cerrado and Mata Atlântica populations breed in their respective biomes, but available data did not allow further conclusions about their wintering areas.

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