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Mapas cognitivos de primatas: análise de movimentos e rotas de Cebus nigritus apoiada por sistemas de informação geográfica / Primates cognitive maps: analysis of movements and routes of Cebus nigritus based on geographic information systemPresotto, Andréa 27 April 2009 (has links)
Os macacos-prego são primatas bastante flexíveis quanto à sua alimentação, ocupando ambientes com características diversas e, por isso, possuindo a mais ampla distribuição geográfica entre os primatas do Novo Mundo. Possuem habilidades como o uso de ferramentas e reconhecimento espacial de sua área de uso na busca por alimentos, utilizando sistemas de orientação egocêntrico e alocêntrico. No entanto, estudos sobre o sistema de orientação desses animais em vida livre, com observação naturalística, são raros. Pelas similaridades filogenéticas e convergências adaptativas com humanos, principalmente no que se refere à variabilidade comportamental associada à diversidade dos ambientes ocupados, pesquisas sobre cognição espacial de Cebus nigritus são necessárias e importantes para investigar se a flexibilidade comportamental desse primata observa-se também quanto às capacidades de orientação espacial. O objetivo desse estudo foi contribuir para o entendimento dos sistemas de orientação que podem estar envolvidos quando os macacos-pregos constroem suas rotas. Os sujeitos desse estudo são macacos-pregos (Cebus nigritus) selvagens, vivendo na Mata Atlântica, no Parque Estadual Carlos Botelho (PECB), porção sul do Estado de São Paulo. Os macacosprego foram seguidos durante dias consecutivos em um total de 100 dias (2006, 2007 e 2008) e seus movimentos foram registrados como pontos de coordenadas geográficas com o uso de GPS. As rotas foram então mapeadas e analisadas com o apoio de tecnologia de sistemas de informação geográfica (ArcView 9.2 e 9.3). As rotas foram analisadas em mapas topográficos e modelos em terceira dimensão. Com o uso de sistemas de informação geográfica foram realizadas análises para verificar se os animais deslocam-se por um sistema de mapa de redes preferenciais; se aumentam a velocidade de deslocamento quando se aproximam de uma fonte de alimento ou sítio de dormida, o que seria evidência de memória espacial; se fazem uma trajetória mais linear, quando se aproximam de uma fonte de alimento ou sítio de dormida, o que seria evidência de orientação alocêntrica. Os resultados indicaram que os macacos-prego vivendo no PECB não se deslocam por um sistema de mapa de redes preferenciais e se deslocam em maior velocidade e linearidade para fontes de alimento conhecidas, sugerindo que possuem memória da localização destas fontes. Em metade da amostra, os animais atingem as fontes de alimento por meio de atalhos, sugerindo o uso de um mecanismo de orientação alocêntrico. / Capuchin monkeys are remarkable for their flexible foraging behavior, occupying environments with diverse characteristics, and, because of these elements they have the largest geographic distribution among the New World primates. They have skills such as tool use and spatial recognition of their home range when searching for food, relying on both egocentric and allocentric orientation systems. However, studies about the orientation systems of these animals in the wild, with naturalistic observation, are rare. Because of the adaptive convergence and phylogenetic similarities to humans, mainly with regards to behavioral variability linked to the diversity of occupied environments, research on Cebus nigritus spatial cognition are required and important to investigate whether the behavioral flexibility of these primates is also observed in terms of their spatial orientation skills. The goal of this study was to contribute to the comprehension of the orientation systems that may be involved when the capuchin monkeys build their routes. The subjects of this study are wild capuchin monkeys (Cebus nigritus), living as a group, in the Atlantic Forest, in the Carlos Botelho State Park (PECB), southern portion of the State of Sao Paulo (Brazil). The capuchin monkeys were followed during consecutive days totaling 100 days (2006, 2007, and 2008) and their movements were registered as points of geographic coordinates with the use of GPS. The routes were then mapped and analyzed with the support of geographic information systems (ArcView 9.2 and 9.3). The routes were analyzed in topographic maps and three-dimensional models. Multiple analyses, supported by geographic information systems, were developed to verify if the animals move according to a system of network routes; if they increase their moving speed when closer to a source of food or sleeping site (evidence of spatial memory); if they use a more linear path, when closer to a source of food or sleeping site (evidence of allocentric orientation). Findings suggest that capuchin monkeys living in PECB do not move based on a system of network routes and do move faster and more linearly to know sources of food, suggesting that they have memory of the location of such sources. In half of the cases, the animals reach the sources of food using shortcuts, suggesting the use of an allocentric orientation mechanism.
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Mapas cognitivos de primatas: análise de movimentos e rotas de Cebus nigritus apoiada por sistemas de informação geográfica / Primates cognitive maps: analysis of movements and routes of Cebus nigritus based on geographic information systemAndréa Presotto 27 April 2009 (has links)
Os macacos-prego são primatas bastante flexíveis quanto à sua alimentação, ocupando ambientes com características diversas e, por isso, possuindo a mais ampla distribuição geográfica entre os primatas do Novo Mundo. Possuem habilidades como o uso de ferramentas e reconhecimento espacial de sua área de uso na busca por alimentos, utilizando sistemas de orientação egocêntrico e alocêntrico. No entanto, estudos sobre o sistema de orientação desses animais em vida livre, com observação naturalística, são raros. Pelas similaridades filogenéticas e convergências adaptativas com humanos, principalmente no que se refere à variabilidade comportamental associada à diversidade dos ambientes ocupados, pesquisas sobre cognição espacial de Cebus nigritus são necessárias e importantes para investigar se a flexibilidade comportamental desse primata observa-se também quanto às capacidades de orientação espacial. O objetivo desse estudo foi contribuir para o entendimento dos sistemas de orientação que podem estar envolvidos quando os macacos-pregos constroem suas rotas. Os sujeitos desse estudo são macacos-pregos (Cebus nigritus) selvagens, vivendo na Mata Atlântica, no Parque Estadual Carlos Botelho (PECB), porção sul do Estado de São Paulo. Os macacosprego foram seguidos durante dias consecutivos em um total de 100 dias (2006, 2007 e 2008) e seus movimentos foram registrados como pontos de coordenadas geográficas com o uso de GPS. As rotas foram então mapeadas e analisadas com o apoio de tecnologia de sistemas de informação geográfica (ArcView 9.2 e 9.3). As rotas foram analisadas em mapas topográficos e modelos em terceira dimensão. Com o uso de sistemas de informação geográfica foram realizadas análises para verificar se os animais deslocam-se por um sistema de mapa de redes preferenciais; se aumentam a velocidade de deslocamento quando se aproximam de uma fonte de alimento ou sítio de dormida, o que seria evidência de memória espacial; se fazem uma trajetória mais linear, quando se aproximam de uma fonte de alimento ou sítio de dormida, o que seria evidência de orientação alocêntrica. Os resultados indicaram que os macacos-prego vivendo no PECB não se deslocam por um sistema de mapa de redes preferenciais e se deslocam em maior velocidade e linearidade para fontes de alimento conhecidas, sugerindo que possuem memória da localização destas fontes. Em metade da amostra, os animais atingem as fontes de alimento por meio de atalhos, sugerindo o uso de um mecanismo de orientação alocêntrico. / Capuchin monkeys are remarkable for their flexible foraging behavior, occupying environments with diverse characteristics, and, because of these elements they have the largest geographic distribution among the New World primates. They have skills such as tool use and spatial recognition of their home range when searching for food, relying on both egocentric and allocentric orientation systems. However, studies about the orientation systems of these animals in the wild, with naturalistic observation, are rare. Because of the adaptive convergence and phylogenetic similarities to humans, mainly with regards to behavioral variability linked to the diversity of occupied environments, research on Cebus nigritus spatial cognition are required and important to investigate whether the behavioral flexibility of these primates is also observed in terms of their spatial orientation skills. The goal of this study was to contribute to the comprehension of the orientation systems that may be involved when the capuchin monkeys build their routes. The subjects of this study are wild capuchin monkeys (Cebus nigritus), living as a group, in the Atlantic Forest, in the Carlos Botelho State Park (PECB), southern portion of the State of Sao Paulo (Brazil). The capuchin monkeys were followed during consecutive days totaling 100 days (2006, 2007, and 2008) and their movements were registered as points of geographic coordinates with the use of GPS. The routes were then mapped and analyzed with the support of geographic information systems (ArcView 9.2 and 9.3). The routes were analyzed in topographic maps and three-dimensional models. Multiple analyses, supported by geographic information systems, were developed to verify if the animals move according to a system of network routes; if they increase their moving speed when closer to a source of food or sleeping site (evidence of spatial memory); if they use a more linear path, when closer to a source of food or sleeping site (evidence of allocentric orientation). Findings suggest that capuchin monkeys living in PECB do not move based on a system of network routes and do move faster and more linearly to know sources of food, suggesting that they have memory of the location of such sources. In half of the cases, the animals reach the sources of food using shortcuts, suggesting the use of an allocentric orientation mechanism.
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