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Identidade e Mobilidade Angolanas na Ficção de Pepetela

Vidal, Francisco Élder Freitas January 2013 (has links)
VIDAL, Francisco Élder Freitas. Identidade e Mobilidade Angolanas na Ficção de Pepetela. 2013. 134f. – Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Ceará, Programa de Pós-graduação em Letras, Fortaleza (CE), 2013. / Submitted by Márcia Araújo (marcia_m_bezerra@yahoo.com.br) on 2014-05-21T11:09:16Z No. of bitstreams: 1 2013_dis_fefvidal.pdf: 1156155 bytes, checksum: fae8828a80ac5a197c86a57dbdbdd26b (MD5) / Approved for entry into archive by Márcia Araújo(marcia_m_bezerra@yahoo.com.br) on 2014-05-21T12:09:14Z (GMT) No. of bitstreams: 1 2013_dis_fefvidal.pdf: 1156155 bytes, checksum: fae8828a80ac5a197c86a57dbdbdd26b (MD5) / Made available in DSpace on 2014-05-21T12:09:14Z (GMT). No. of bitstreams: 1 2013_dis_fefvidal.pdf: 1156155 bytes, checksum: fae8828a80ac5a197c86a57dbdbdd26b (MD5) Previous issue date: 2013 / This research aims to analyze the Angolan national identity in Pepetela’s literary works, with emphasis on the novel O Planalto e a estepe [The Plateau and the steppe], published in 2009. The hypothesis that guides this dissertation is that Pepetela, in his works, argues that any model that takes the Angolan national identity as something fixed and finished is doomed to failure because, as well as its history, the identity of Angola is dynamic and mobile, i.e., it is in a constant process of reconfiguration. In order to verify this assumption, we choose as research corpus four Pepetela’s works in which the discussion of Angolan identity is clearly evident: the short story “Estranhos pássaros de asas abertas” ["Strange birds with open wings"] (from the book Contos de morte [Tales of Death], 2008) and the novels Yaka (1980), Mayombe (1985) and O Planalto e a estepe (2009). To the development of this work, we turn to some important ideas linked to identity discussion and to Pepetela’s fiction, being more important the following concepts: a) the ellipse of the hero, a thesis by which Robson Dutra shows that Pepetela, in order to criticize the authoritarian and hegemonic discourses, intentionally avoids to build characters inspired in classic heroes; b) the concept of unsubmissive literature developed by professor Roberto Pontes and that is linked with some works written by African Portuguese speakers who, even before the independence of their countries, rebelled against colonial literature forms prevailed in the former Portugal colonies in Africa; c) memory identity, an expression created by Janine Ponty and that is used by Jöel Candau (2012) in a study on the close relationship between memory and identity; and d) the understanding of nation as narration, argument developed by Homi Bhabha, and that has its origin in the fact that the nation, like literature, is also a narrative, given that it is developed from an arrangement of symbols, events, formulations and mythical characters that give meaning to the trajectory of the members of a given country. Through these and other theoretical constructs, we demonstrate that the different Angolas arisen from the Pepetela’s works shelter a diversity of individual identities that preclude any construction project of an Angolan national identity based on fixity and homogeneity. / Esta pesquisa tem como objetivo analisar a questão da identidade nacional angolana em obras de Pepetela, com ênfase para o romance O planalto e a estepe, publicado em 2009. A hipótese que serve como horizonte de trabalho é a de que Pepetela, através de suas obras, demonstra que qualquer modelo que tome a identidade nacional angolana como algo fixo e acabado está condenado ao fracasso, pois, assim como sua história, a identidade dessa nação é dinâmica e móvel, ou seja, está em constante processo de reconfiguração. Com o fim de verificarmos tal premissa, elegemos como corpus de pesquisa quatro obras de Pepetela em que a discussão sobre a identidade angolana fica claramente evidenciada: o conto “Estranhos pássaros de asas abertas” (extraído da obra Contos de morte, de 2008) e os romances Yaka (1980), Mayombe (1985) e O planalto e a estepe (2009). Para a consecução do trabalho, recorremos a alguns conceitos importantes ligados tanto à questão da identidade quanto às marcas da produção ficcional de Pepetela, merecendo destaque a) a elipse do herói, tese através da qual Robson Dutra demonstra que Pepetela, com o fim de criticar os discursos hegemônicos e autoritários, intencionalmente evita construir personagens à imagem e semelhança dos heróis clássicos; b) literatura insubmissa, conceito desenvolvido pelo professor Roberto Pontes e que se refere às obras de autores africanos lusófonos que, mesmo antes da independência de seus países, se insurgiram contra as formas de literatura colonial que predominavam na ex-colônias africanas de Portugal; c) memória identitária, expressão cunhada por Janine Ponty e que é utilizada por Jöel Candau (2012) em um estudo sobre as relações estreitas entre memória e identidade; e d) nação como narração, argumento desenvolvido por Homi Bhabha, e que diz respeito ao fato de que a nação, como a literatura, é também uma narrativa, tendo em vista que se desenvolve a partir de um arranjo de símbolos, acontecimentos, formulações míticas e personagens que visa atribuir sentidos para a trajetória dos membros de uma dada nação. Através desses e de outros construtos teóricos, mostramos que as diferentes Angolas que surgem das páginas da obra de Pepetela abrigam uma diversidade de identidades individuais que impossibilitam qualquer projeto de construção de uma identidade nacional angolana que se baseie na fixidez e na homogeneidade.

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