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Comportamento de caroneiras e suas implicações no forrageamento de Acromyrmex subterraneus subterraneus (Forel, 1893)Hastenreiter, Isabel Neto 28 February 2012 (has links)
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Previous issue date: 2012-02-28 / Nas trilhas de forrageamento de formigas cortadeiras são encontradas operárias de diferentes
classes de tamanho que desempenham várias funções relacionadas ao corte e transporte de
folhas para o ninho, bem como de manutenção e defesa da trilha. Operárias da casta mínina
podem ser comumente observadas “pegando carona” nos fragmentos transportados, ato
bastante conhecido para Atta (saúvas), mas ainda pouco estudado para Acromyrmex (quemquéns).
Na literatura dados relacionam a ocorrência deste comportamento com a defesa contra
parasitóides e com a limpeza e preparo da folha para incorporação no jardim de fungo. Nesta
situação, a ocorrência das caroneiras promoveria um incremento na eficiência do
forrageamento. Por outro lado, o ato de pegar carona também se relaciona com a ingestão de
seiva exsudada do fragmento, com menor custo energético para locomoção entre ninho e
recurso ou ainda com o simples fato que as operárias não conseguem descer dos fragmentos.
Neste caso, o ato de “pegar carona” pode representar um custo extra para a forrageira que a
transporta reduzindo sua eficiência individual no forrageamento. Apesar deste comportamento
não ser observado em todos os fragmentos transportados, seu papel durante o forrageamento
ainda não está bem esclarecido, bem como dos fatores estimulam sua ocorrência. Sendo assim,
objetivou-se elaborar um etograma das caroneiras a fim de relacionar suas atitudes
comportamentais com a provável finalidade de sua ocorrência; avaliar o efeito da presença de
caroneiras sobre a velocidade de deslocamento e a eficiência do forrageamento individual das
forrageiras; investigar a frequência de caroneiras em fragmentos vegetais de diferentes
tamanhos e tipos; e verificar se há relação entre o tamanho do fragmento transportado com o
tempo de permanência das caroneiras sobre as folhas. O etograma obtido indica que as
caroneiras são vigilantes e sugere-se que elas se mantêm no fragmento de forma a diminuir o
impacto de sua presença sobre a forrageira que a transporta. Tal suposição está embasada visto
que a ocorrência de caroneiras influencia negativamente na velocidade de deslocamento e na
eficiência individual da forrageira que a transporta. Caroneiras aumentam a vigilância durante
o forrageamento e embora representem um custo individual à forrageira transportadora, este
custo é provavelmente compensado pelo incremento na defesa e reduzido pela atitude
comportamental mantida sob a folha. A frequência de caroneiras nos diferentes substratos
sugere que elas são hábeis em discriminar o tipo de substrato no qual irão subir. A maior
freqüência de caroneiras em folhas de Acalypha wilkesiana que em pétalas de Rosa sp. pode
estar relacionado com a presença de tricomas nas folhas, que podem servir como ponto de
apoio, e com a presença de mais feixes vasculares nas folhas, que deve conferir maior dureza à
folha. O maior número de caroneiras em fragmentos grandes de A. wilkesiana deve estar
relacionado com maior área de patrulhamento da caroneira e maior área exsudando seiva. A
ocorrência de caroneiras também pode ser disparada pela presença de forídeos nas trilhas de
forrageamento. Entretanto, a presença de parasitóides diminui o tamanho das operárias
forrageiras, diminuindo em consequência, o tamanho do fragmento transportado. Porém, deve
haver um limite mínimo de tamanho de fragmento para que a condição de caroneira seja
exercida. Dessa forma, as operárias menores presentes nas trilhas devem forragear próximo ao
ótimo, transportando fragmentos grandes. Assim, as forrageiras teriam alto gasto energético,
mas ajustariam o tamanho e o tipo de substrato vegetal de modo que a ocorrência de caroneiras
seja maximizada, permitindo que as mínimas subam nas folhas e exerçam a defesa das
operárias contra forídeos parasitóides. / Foraging trails of leaf-cutting ants are composed by a great number of workers of different
sizes also performing many different acts. Their behavior is related with the cut and transport
of leaves to the nest, as well as the trail maintenance and defense. Minimal workers are
commonly observed hitchhiking the transported fragments, well-known behavior for Atta, but
still not investigated for Acromyrmex. Some reported data relate the occurrence of this behavior
with the defense against parasitoids and the cleaning and preparation of the leaf before being
incorporated in the fungus garden. In this context, hitchhikers promote an increase at the
foraging efficiency. On the other hand, the hitchhiker behavior is also related with the ingestion
of exuded sap from the leaves fragments, with lower energy expend for moving between the
nest and the resource or just to the fact that the workers could not get down of the fragments. In
this situation, hitchhiking could represent an extra cost for the forager workers reducing its
individual foraging efficiency. Although this behavior is not observed in all types of fragments
transported, their role during foraging is still not well explained as well as which factors
stimulate their occurrence. Our objective was to develop an ethogram in order to relate the
posture of the hitchhikers with their function; to evaluate the effect of hitchhikers presence on
the running speed and colony's foraging efficiency; to investigate the frequency of hitchhikers
over plant fragments of different sizes and types, and to check the relationship between the size
of the transported fragment with the permanence time of hitchhikers over the leaves. Results
indicate that hitchhikers are vigilant and keep over the fragment in order to reduce the impact
of their presence. This supposition is based on our results that show a negative influence of the
hitchhikers on the running speed and individual foraging efficiency. Hitchhikers increase
vigilance during foraging, and although they represent a cost to the forager, this cost is
probably offset by a defense increase. Also, the frequency of hitchhikers on different substrates
suggests that they are able to choose the type of substrate on which they will climb. Their
higher frequency in A. wilkesiana leaves than in petals of Rosa sp. could be related with the
largest number of trichomes, that can serve as support, and largest number of vascular bundles,
that increased hardness of the substrate. The higher frequency of hitchhikers over bigger
fragments of A. wilkesiana must be related to a bigger patrolling area and more exuded sap.
Hitchhikers behavior could also be triggered by phorids presence at foraging trails. However,
parasitoids presence turn the fragments size smaller due to the fact that smaller foragers cut
smaller fragments. But the size could not be too much reduced allowing the occurrence of
hitchhikers. Thus, minimal workers present at the foraging trails must forage close to their
optimal foraging, carrying large fragments. So, foragers have higher energy expenditure, but
adjust the size and type of plant substrate so that the occurrence of hitchhikers is maximized,
allowing that minimal workers climb on the leaves and engaged in the defense against phorid
parasitoids.
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