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Dispersão e predação de grandes sementes por Sciurus aestuans L. em fragmentos de Floresta Atlântica Montana no estado do Espírito Santo, BrasilFerreira Ribeiro, Luci January 2004 (has links)
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Previous issue date: 2004 / As interações planta dispersor modulam o valor adaptativo das espécies de plantas e animais, atuando diretamente
nas características reprodutivas das espécies vegetais e na história de vida dos animais. O padrão de frugivoria
influencia no padrão da chuva de sementes de plantas, nas taxas de predação por invertebrados e, conseqüentemente,
na germinação, sobrevivência de plântulas e no recrutamento de adultos. Considerando que as características
demográficas de uma espécie são resultantes do recrutamento de indivíduos adultos, o padrão de forrageamento de
animais dispersores é parcialmente responsável pela manutenção da organização de comunidades. No que se refere à
dispersão mediada por roedores scatterhoarders, é sugerido um padrão de adaptação ao sistema planta dispersor em
que as plantas envolvidas investiriam na produção de sementes grandes e comestíveis e com grande produção e
maturação sincronizada, para que a oferta de recurso seja atraente para os predadores. E, em contrapartida, estes
roedores realizariam armazenamento (por enterramento), para evitar competição, e propiciariam uma maior
realocação de sementes, as quais seriam enterradas em baixas densidades e distantes da fonte do recurso, o que as
protegeria do ataque de outros predadores. O enfoque desta pesquisa foi reconhecer padrões no comportamento do
roedor scatterhoarder, Sciurus aestuans, com o objetivo de estabelecer parâmetros relacionados à atividade de
frugivoria e de avaliar seus efeitos nas características populacionais de espécies arbóreas. Esta pesquisa foi realizada
em fragmentos de floresta ombrófila densa montana no município de Santa Teresa (ES). Os fragmentos estudados
apresentam influências de processos causadores de defaunação. As espécies envolvidas nos experimentos podem ser
incluídas, a partir das características morfológicas dos seus frutos, na síndrome específica associada à dispersão por
roedores. As espécies estudadas foram: (1) Attalea oleifera, Syagrus pseudococos, S. ruschiana, Polyandrococos
caudescens, Bactris setosa e Euterpe edulis da família Arecaceae; (2) Licania kunthiana e L. leptostachia da família
Chrysobalanaceae; (3) Caryocar edule da família Cariocaraceae; (4) Hymenea aurea da família Caesalpinaceae; e
(5) Vantanea obovata da família Humiriaceae. Os resultados indicam uma seletividade de S. aestuans, quando
comparadas diferentes espécies com a mesma síndrome associada a roedores. O esquilo prefere espécies de plantas
com alta produção, grandes frutos com poucas sementes envolvidas por endocarpos resistentes e que não são usadas
por outros predadores de sementes arborícolas. E, dentro desta síndrome, foi observada uma maior permanência de S.
aestuans e um padrão de manipulação dos frutos mais elaborado em espécies com maior produtividade e com frutos
de maior tamanho e dureza. Além disso, houve uma comprovação direta de menores taxas de predação e maiores
taxas de armazenamento para espécies com frutos maiores. São poucos os trabalhos relacionados ao padrão de
forrageamento de predadores de sementes da floresta Atlântica e as suas influências nas características reprodutivas
das plantas associadas. Este trabalho tem como principal mérito apresentar padrões de comportamento até então não
quantificados ou presenciados e fornecer subsídios para investigações mais profundas no que se refere às interações
mutualísticas envolvendo esta espécie de esquilo em floresta Atlântica
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