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O conceito de infinito em Spinoza

Bezerra, Marcio Roberto Soares 08 August 2014 (has links)
Made available in DSpace on 2015-05-14T12:11:57Z (GMT). No. of bitstreams: 1 arquivototal.pdf: 898655 bytes, checksum: da0dcd2488921a9f83fe8abb462c70a5 (MD5) Previous issue date: 2014-08-08 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / This essay aims to discourse on the concept of infinite in Baruch Spinoza, taking as main theoretical reference two of his works, the Metaphysical Thoughts and The Letter 12. The objective is to show that the concept of infinite represents a key idea to Spinoza s system, where all his theses concerning immanent causality and psychophysical parallelism are based on. The research begins with a historical approach about the matter of infinite, discussed by a tradition of thinkers who preceded Spinoza, since the Greeks until Descartes in modernity. In a second moment, the analysis turns to the matter of infinite understood by Spinoza who, as he defends the idea of current infinite, ends up retaking the theory of Anaxagoras, Nicolau of Cusa and Giordano Bruno, where, according to them, God is not separated of his creatures, but keeps a relation of immanency with them. In this case, according to Spinoza, to affirm that God is infinite means saying that He comprehends all things and nothing can exist separated from Him, and moreover, being substance, God cannot be separate of his conditions (modes), what is explained by the immanency of his causality, in what cause (God) and effect (modes) occur simultaneously. The habit of separate the substance from his conditions comes from the misunderstanding between the way how the mind understands the substance through the beings of Reason (time, measure, number) and the essence of the own substance. Through the beings of Reason, the substance is composed of parts and, therefore, it is divisible; however, considering its essential aspect, it is indivisible. This explains the thesis of parallelism as well since mind and body, due to inseparability of conditions, cannot be considered independent substances, but expressions of a single and same substance, either conceived by the attribute of thinking, or conceived by the attribute of extension. According to Spinoza, the dualism proposed by his main interlocutor, Descartes, precisely appeared due to the fact of his misunderstanding concerning the real aspect of substance (indivisible attributes) with his modal aspect (divisible modes). / Esta dissertação tem o objetivo de discorrer sobre o conceito de infinito em Baruch Spinoza, tomando como referencial teórico principal duas de suas obras, Os Pensamentos Metafísicos e a Carta 12. A tarefa aqui é mostrar que o conceito de infinito representa uma ideia chave para o sistema de Spinoza, sobre o qual estão assentadas as teses da causalidade imanente e do paralelismo psicofísico. O estudo se inicia com uma abordagem histórica acerca da questão do infinito, discutido por uma tradição de pensadores que antecederam Spinoza, desde os gregos até Descartes na modernidade. Em um segundo momento, a análise se volta para questão do infinito entendido por Spinoza que, ao defender a ideia do infinito atual, acaba retomando as teorias de Anaxágoras, Nicolau de Cusa e Giordano Bruno, segundo as quais Deus não está separado de suas criaturas, mas mantém uma relação de imanência com elas. Nesse caso, para Spinoza, afirmar que Deus é infinito significa dizer que Ele abrange todas as coisas e nada pode existir separado Dele, ou melhor, sendo substância, Deus não pode ser separado de suas afecções (os modos), o que é explicado pela imanência de sua causalidade, na qual causa (Deus) e o efeito (as afecções) ocorrem conjuntamente. O hábito de separar a substância de suas afecções vem da confusão entre o modo como a mente percebe a substância através dos entes de Razão (tempo, medida, número) e a essência da própria substância. Pelos entes de Razão, a substância é composta de partes e, portanto divisível; todavia, considerando o seu aspecto essencial, ela é indivisível. Isso explica também a tese do paralelismo já que a mente e o corpo, devido à indissociabilidade das afecções, não podem ser consideradas substâncias independentes, mas expressões de uma única e mesma substância, ora concebida pelo atributo pensamento, ora concebida pelo atributo extensão. De acordo com Spinoza, o dualismo proposto pelo seu principal interlocutor, Descartes, surgiu justamente pelo fato deste confundir o aspecto real da substância (atributos indivisíveis) com seu aspecto modal (modos divisíveis).

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