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A celebridade e seus fãs: contribuição ao estudo de comunidades de marca no setor do entretenimentoBussab, Mariana de Oliveira 09 December 2004 (has links)
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Previous issue date: 2004-12-09T00:00:00Z / Dados os altos níveis de competitividade que caracterizam a maioria dos mercados contemporâneos, muito tem sido estudado a respeito da lealdade, comprometimento e retenção de consumidores na literatura de marketing. As estratégias propostas focam a conquista de consumidores comprometidos afetivamente com as marcas, que entre outros benefícios seriam responsáveis por espontaneamente defendê-la e divulgá-la. Observando o fenômeno pós-industrial do agrupamento de pessoas em torno de padrões de consumo próximos, e em alguns casos mais extremos, em torno de uma marca em específico, alguns estrategistas propuseram a criação de comunidades de marca como forma de retenção de seus clientes atuais e mesmo de atração de novos. No setor do entretenimento estas comunidades são muito características e apresentam-se de forma evidenciada através dos inúmeros fã-clubes que podem ser encontrados. Além desta característica, observa-se também que no setor do entretenimento há uma maior evidência e concentração dos consumidores comprometidos, os fãs devotos. Assim, com o objetivo de ajudar na compreensão da relação das comunidades de marca com a lealdade de clientes, buscou-se compreender o papel do fã-clube para um consumidor que individualmente já apresenta um comportamento comprometido, o fã devoto. Entre as diversas possibilidades de fã-clubes dentro do setor, optou-se por estudar o caso de uma celebridade, pela importância cultural e econômica que a fama tem na sociedade pós-industrial. Assim sendo, como objetivo secundário, o trabalho chama a atenção para as relações de consumo deste tipo específico de produto, a celebridade. O estudo de caso foi realizado com o cantor Daniel e seus fã-clubes. De fato, o estudo levantou que o comprometimento afetivo do fã devoto se dá pelo processo de sacralização da marca que ocorre em âmbito individual. Assim, neste trabalho não se evidenciou o fã-clube como gerador do comprometimento afetivo com a marca. Este é um evento que se mostrou ocorrer anterior e independentemente da agremiação. Porém, nos limites do caso estudado, o fã-clube demonstrou ser fundamental para a manutenção e intensificação deste tipo de comprometimento. Ao representar o locus privilegiado para a realização de procedimentos de sustentação da sacralização da marca, através dos rituais, peregrinações e sacrifícios coletivos, o fã-clube mantém operante o antecedente que gerou o comprometimento afetivo deste fã. A intensificação do comprometimento através do fã-clube acontece porque ele proporciona para o fã um senso de comunidade, nutrido tanto pelos rituais como pelos sensos de pertencimento e responsabilidade moral que se estabelecem entre os membros. Fica claro, então, que apesar das vantagens estratégicas de um fã-clube, quando criado pela empresa ele perde a característica de comunidade de marca e passa a representar mais um programa de relacionamento e fidelidade, assumindo um inerente interesse comercial. Este “clube de fãs” não demonstra funcionar plenamente como uma comunidade de marca porque uma vez que os significados são atribuídos pelos consumidores, a empresa não domina o processo de sacralização. O fã-clube, enquanto comunidade de marca, não pode ser criado nem gerenciado pela empresa. A empresa pode, porém, dar suporte e incentivo para que o ciclo de vida desta comunidade se prolongue. / Given the high level of competition that is typical in most contemporary markets, much has been studied in marketing literature regarding loyalty, commitment and retention of consumers. The focus of strategies that have been proposed is the conquering of consumers emotionally committed to the brands, who, amongst other benefits, would be responsible for spontaneously defending and divulging them. By observing the postindustrial phenomenon of grouping of people around similar consumption patterns and, in some extreme cases, around a specific brand, some strategists have proposed the creation of brand communities as a way to retain their current clients and even attract new ones. In the entertainment sector, these communities are quite typical and appear in a very evident way thorugh numerous fan clubs. Besides such characteristic, it is also possible to observe that in this sector there is much more evidence and concentration of committed consumers, the so-called devoted fans. Thus, in order to aid the comprehension of the relationship between brand communities and consumers loyalty, we have pursued to understand the role played by a fan club towards a consumer that individually already shows a behavior of commitment, i.e. a devoted fan. Amongst the various possible forms of fan clubs in this sector, we have chosen to study the case of a celebrity, taking into consideration the cultural and economic importance that fame has in post-industrial society. Therefore, as a secondary objective, this work focuses on the consumption relationships of this specific kind of product, the celebrity. The study case has been done based on the singer Daniel and his fan clubs. In fact, this study has concluded that the emotional commitment of a devoted fan takes place through the process of sacralization of the brand on the individual level. Thus, in the present study, a fan club has not proven to be a generator of affective commitment to the brand. Such is an event that takes place prior to and independently from the grouping process. However, within the boundaries of this study case, fan clubs have shown to be essential to maintain as well to intensify such kind of commitment. By representing the ideal locus to perform proactive sustaining behaviors through rituals, pilgrimage and collective sacrifices, fan clubs keep alive the antecedent that generated fans affective commitment. The intensification of fans commitment through fan clubs occurs due to the fact fan clubs offer sense of community, nurtured both by rituals and by the senses of belonging and of moral responsibility that takes places amongst the members. As a result, it becomes clear that despite of the strategic advantages of a fan club, when created by the marketer, it looses its characteristics of brand community and turns to be a representation of just another relationship and loyalty program, assuming an intrinsic commercial interest. Such fan club does not prove to fully operate as a brand community in view of the fact that, once meanings are attributed by consumers, the marketer does not lead the sacralization process. The fan club, as a brand community, cannot be created or managed by the marketer. However, it may provide support and incentive so that the life cycle of such community is prolonged.
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