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A diversidade das formas capitalistas de produção habitacional na estruturação da metrópole paulista / The diversity of capitalist forms of housing production in the process of structuring the São Paulo metropolisLapp, Thais Ferreira de Souza e Oliveira 18 April 2008 (has links)
A partir do final do século XIX, começa a se estruturar, em São Paulo, o modo capitalista de produção. A esta nova ordem, corresponde um novo e extraordinário produto de cidade: a metrópole paulista. O potencial de acumulação se apóia então na diversidade de formas de produção habitacional: é a complementaridade entre formas modernas e aparentemente atrasadas que viabiliza e amplia a acumulação em contexto de subdesenvolvimento. Isto vale tanto para a acumulação geral, através do peso da habitação na definição dos custos de reprodução da força de trabalho, como para a rentabilidade do setor da construção civil. A diversidade de formas de produção do espaço construído, esta característica associada à condição de subdesenvolvimento, fundamenta a estruturação rádioconcêntrica de São Paulo durante o século XX. Entretanto, a complexidade da produção e da estrutura da cidade ultrapassa a dicotomia centro x periferia. De forma incipiente na década de 1970, e especialmente a partir da década de 1980, o esgotamento do modelo de acumulação implica numa reestruturação da cidade sem, entretanto, alterar a lógica que rege a sua produção. A ocupação se pulveriza; a viabilização da acumulação assume bases menos concretas em função do desenvolvimento do sistema financeiro. Surgem modificações nas dinâmicas de valorização da terra e da distribuição dos grupos sócioeconômicos no espaço. A metrópole, entretanto, permanece através da busca constante da acumulação e da diversidade de formas de produção habitacional. Sua história pode ser dividida em duas fases essenciais: a metrópole produtiva (18501985), onde se destacam a organização rádioconcêntrica, a macrosegregação e a viabilização da acumulação através do processo produtivo do espaço (ocorra ela essencialmente na escala do empreendimento ou na escala da cidade); e a metrópole financeira (a partir de 1985), onde identificamos a formação de uma nova estrutura e onde aumenta a importância da microsegregação e da associação entre construção civil e sistema financeiro. Uma única lógica de produção gera, portanto, cidades diferentes ao longo do tempo, em função de características inerentes ao modo capitalista de produção. Mas é importante destacar que esta mesma lógica engendra espaços simultâneos, complementares e fundamentalmente diferentes que pertencem, todavia, a uma única e mesma cidade. O estudo da estruturação da metrópole revela a sobreposição de diversos processos e de diversas dimensões da acumulação de capital. Tal sobreposição dificulta a identificação das variáveis agindo sobre a produção do espaço, dificultando também a elaboração de soluções eficazes para os atuais problemas metropolitanos. Se ainda é difícil apreendermos a nova estrutura e as minúcias da produção espacial atual em São Paulo, é certo, entretanto, que enquanto a acumulação permanecer como chave da produção da cidade, as soluções efetivas para os principais problemas desta última deverão passar, obrigatoriamente, pela contenção dos desequilíbrios, das desigualdades e da degradação que acompanham o modo capitalista de produção do espaço. Sem isto, é inviável qualquer perspectiva de desenvolvimento verdadeiro e sustentável. / The capitalist mode of production starts to structure itself in São Paulo in the end of the 19th century. This new situation corresponds to a new and extraordinary city product: the São Paulo Metropolis. The accumulation potential has then its basis in the diverse forms of housing production: its the union of modern and apparently late forms that makes accumulation viable and bigger in an underdevelopment context. This is true for both, accumulation in general, through the importance of housing in the cost definition of the workforce and for the profit generated by the construction segment. The diversity of built area construction forms, which is a characteristic that is associated to underdevelopment, explains the radius concentric structure of São Paulo in the 20th century. The complexity of production and city structure goes beyond the downtown area x suburban area dichotomy, though. In an incipient way in the 70s and especially from the 80s on, the decline of this accumulation process implies in the restructuring of the city, but that doesnt change the logistics that rule its mode of production. Occupation spreads all over while accumulation viability assumes less concrete basis because of the development of the financial system. The cost of land and the distribution of socioeconomical groups in the city suffer dynamic modifications. In this process, the metropolis remains in constant search for accumulation and different ways of housing production, though. Its history can be divided in two basic phases: the productive metropolis (18501895), in which a radio concentric structure, macrosegregation, and accumulation in the process of space production (both in the scale of the building and the city) play a key role; and the financial metropolis (since 1985), in which we can identify the formation of a new structure with microsegregation playing a more important role and with the association of construction and the financial system. This way, a single production logistics system has generated different cities along time due to core characteristics of the capitalist mode of production. But it is important to emphasize that this same logistics creates simultaneous, complementary and essentially different areas that belong to a single city. The study of the process of structuring the metropolis reveals the coexistence of diverse processes and capital accumulation processes. This superposition makes it difficult to identify the various dimensions of capital accumulation. It complicates the identification of the factors that work on spatial production, which also makes it difficult to elaborate efficient solutions to the present metropolitan problems. Even though its still difficult for us to understand the new structure and the details of todays spatial production in São Paulo, we can surely say that as long as accumulation keeps its key role in the city production, effective solutions for the main city problems will necessarily have to deal with the constraint of unbalance, inequality and degradation which always go together with the capitalist mode of production of space. Without this, any real and sustainable development perspective is not viable.
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A diversidade das formas capitalistas de produção habitacional na estruturação da metrópole paulista / The diversity of capitalist forms of housing production in the process of structuring the São Paulo metropolisThais Ferreira de Souza e Oliveira Lapp 18 April 2008 (has links)
A partir do final do século XIX, começa a se estruturar, em São Paulo, o modo capitalista de produção. A esta nova ordem, corresponde um novo e extraordinário produto de cidade: a metrópole paulista. O potencial de acumulação se apóia então na diversidade de formas de produção habitacional: é a complementaridade entre formas modernas e aparentemente atrasadas que viabiliza e amplia a acumulação em contexto de subdesenvolvimento. Isto vale tanto para a acumulação geral, através do peso da habitação na definição dos custos de reprodução da força de trabalho, como para a rentabilidade do setor da construção civil. A diversidade de formas de produção do espaço construído, esta característica associada à condição de subdesenvolvimento, fundamenta a estruturação rádioconcêntrica de São Paulo durante o século XX. Entretanto, a complexidade da produção e da estrutura da cidade ultrapassa a dicotomia centro x periferia. De forma incipiente na década de 1970, e especialmente a partir da década de 1980, o esgotamento do modelo de acumulação implica numa reestruturação da cidade sem, entretanto, alterar a lógica que rege a sua produção. A ocupação se pulveriza; a viabilização da acumulação assume bases menos concretas em função do desenvolvimento do sistema financeiro. Surgem modificações nas dinâmicas de valorização da terra e da distribuição dos grupos sócioeconômicos no espaço. A metrópole, entretanto, permanece através da busca constante da acumulação e da diversidade de formas de produção habitacional. Sua história pode ser dividida em duas fases essenciais: a metrópole produtiva (18501985), onde se destacam a organização rádioconcêntrica, a macrosegregação e a viabilização da acumulação através do processo produtivo do espaço (ocorra ela essencialmente na escala do empreendimento ou na escala da cidade); e a metrópole financeira (a partir de 1985), onde identificamos a formação de uma nova estrutura e onde aumenta a importância da microsegregação e da associação entre construção civil e sistema financeiro. Uma única lógica de produção gera, portanto, cidades diferentes ao longo do tempo, em função de características inerentes ao modo capitalista de produção. Mas é importante destacar que esta mesma lógica engendra espaços simultâneos, complementares e fundamentalmente diferentes que pertencem, todavia, a uma única e mesma cidade. O estudo da estruturação da metrópole revela a sobreposição de diversos processos e de diversas dimensões da acumulação de capital. Tal sobreposição dificulta a identificação das variáveis agindo sobre a produção do espaço, dificultando também a elaboração de soluções eficazes para os atuais problemas metropolitanos. Se ainda é difícil apreendermos a nova estrutura e as minúcias da produção espacial atual em São Paulo, é certo, entretanto, que enquanto a acumulação permanecer como chave da produção da cidade, as soluções efetivas para os principais problemas desta última deverão passar, obrigatoriamente, pela contenção dos desequilíbrios, das desigualdades e da degradação que acompanham o modo capitalista de produção do espaço. Sem isto, é inviável qualquer perspectiva de desenvolvimento verdadeiro e sustentável. / The capitalist mode of production starts to structure itself in São Paulo in the end of the 19th century. This new situation corresponds to a new and extraordinary city product: the São Paulo Metropolis. The accumulation potential has then its basis in the diverse forms of housing production: its the union of modern and apparently late forms that makes accumulation viable and bigger in an underdevelopment context. This is true for both, accumulation in general, through the importance of housing in the cost definition of the workforce and for the profit generated by the construction segment. The diversity of built area construction forms, which is a characteristic that is associated to underdevelopment, explains the radius concentric structure of São Paulo in the 20th century. The complexity of production and city structure goes beyond the downtown area x suburban area dichotomy, though. In an incipient way in the 70s and especially from the 80s on, the decline of this accumulation process implies in the restructuring of the city, but that doesnt change the logistics that rule its mode of production. Occupation spreads all over while accumulation viability assumes less concrete basis because of the development of the financial system. The cost of land and the distribution of socioeconomical groups in the city suffer dynamic modifications. In this process, the metropolis remains in constant search for accumulation and different ways of housing production, though. Its history can be divided in two basic phases: the productive metropolis (18501895), in which a radio concentric structure, macrosegregation, and accumulation in the process of space production (both in the scale of the building and the city) play a key role; and the financial metropolis (since 1985), in which we can identify the formation of a new structure with microsegregation playing a more important role and with the association of construction and the financial system. This way, a single production logistics system has generated different cities along time due to core characteristics of the capitalist mode of production. But it is important to emphasize that this same logistics creates simultaneous, complementary and essentially different areas that belong to a single city. The study of the process of structuring the metropolis reveals the coexistence of diverse processes and capital accumulation processes. This superposition makes it difficult to identify the various dimensions of capital accumulation. It complicates the identification of the factors that work on spatial production, which also makes it difficult to elaborate efficient solutions to the present metropolitan problems. Even though its still difficult for us to understand the new structure and the details of todays spatial production in São Paulo, we can surely say that as long as accumulation keeps its key role in the city production, effective solutions for the main city problems will necessarily have to deal with the constraint of unbalance, inequality and degradation which always go together with the capitalist mode of production of space. Without this, any real and sustainable development perspective is not viable.
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Modernidade industrial e cidades prisionais: estudo sobre a favelização urbana e as artes de fazer no Presídio Regional do SerrotãoRamos, Helmano de Andrade 22 February 2012 (has links)
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Helmano de Andrade Ramos.pdf: 1037430 bytes, checksum: 49f2b2d6fd55acd01749b2c50bdd7f88 (MD5)
Previous issue date: 2012-02-22 / This Master's thesis examines some aspects relating to the historicity of the emergence of slums and shantytowns processes in Campina Grande, particularly the intertwining history of urban slums with the slums that are effectively in the prison systems. It starts with the premise that the prison system promotes the internal reproduction of the slum, expanding and becoming more complex the struggle for survival and the unequal power relations. The problem posed is how the detainee's Presidio Regional Serrotão reframed its internal space a slum? We appropriate methodological experiences afforded by the thick description of the history and genealogy, trying at first to observe the genesis of controlling tendencies, between the medical and sanitation judicial arrests, made between eugenics and laws of the poor, for a second time to relate them receptions between the elites and the industrial context in which they were put into practice in order to promote the segregation of the poor in areas that became known as slums and their materialization in urban planning in which the poor are excluded and, specifically, and spaces within the own tasks prisons. For the analysis of secondary sources were used, such as studies on modernity, cities, power, control systems, and prisons, and primary sources such as newspapers, government publications and interviews. Concluding that the movements segregation of prison s structures, such as the urban poor, develop by physicians theories, but also by the resistance to these widely used inside and outside the prisons. / A presente dissertação de Mestrado analisa alguns aspectos relacionados à historicidade do
surgimento das favelas e processos de favelização na cidade de Campina Grande, particularmente, a imbricação histórica das favelas urbanas com as favelas que efetivamente se constituem nos sistemas de presídio. Parte-se da premissa de que o sistema presidiário promove a reprodução da fevelização em seu interior, ampliando e tornando mais complexa a luta pela sobrevivência e as desigualdade nas relações de poder. A problemática colocada é como os detentos do Presidio Regional do Serrotão ressignificaram seu espaco interno como favela? O objetivo é analisar as artes de fazer no Presídio Regional do Serrotão, a partir da investigação de como os presidiários produzem no sistema e espaços de poder os códigos de ordem e sociabilidadeque regem a luta pela sobrevivênvia no presídio. Nos apropriamos de experiências metodológicas conferidas pela descrição densa e pela genealogia da história, buscando num primeiro momento observar a gênese das tendências controladoras, entre o sanitarismo médico e as prisões judiciais, constituídas entre eugenismo e leis dos pobres, para num segundo momento relacioná-las às recepções entre as elites e o contexto industrial em que foram colocadas em prática, de modo a promover a segregação dos pobres para áreas que se tornaram conhecidas como favelas e as suas materializações dentro de um planejamento urbano em que o pobre é excluído e, especificamente, no interior de espaços e fazeres próprios do sistema prisional. Para a análise foram utilizadas fontes secundárias, tais como estudos sobre modernidade, cidades, poder, sistemas de controle, e presídios; e fontes primárias, tais como jornais, publicações de órgãos governamentais e entrevistas. Concluindo disso que os movimentos de segragacao das estruturas prisionais, como dos pobres dos centros urbanos, se desenvolvem gestionados por teorias medico-jurídicos, mas também pelas resistências a estas, largamente utilizadas dentro e fora das prisiões.
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