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Uma ala para travestis, gays e seus maridos : pedagogias institucionais da sobrevivência no presídio central de Porto AlegrePassos, Amilton Gustavo da Silva January 2014 (has links)
Esta pesquisa está situada no campo dos Estudos de Gênero, Sexualidade e Educação, a partir de uma perspectiva pós-estruturalista. O fenômeno tomado como objeto é a criação de uma ala específica para agrupar travestis, gays e seus maridos (ala GBT) no Presídio Central de Porto Alegre (PCPA). Essa instituição foi considerada a pior prisão do Brasil segundo o relatório da CPI do Sistema Carcerário em 2008. Mesmo levando em consideração o estado aparentemente decadente do PCPA, eis que surge um espaço que abriga um grupo considerado, dentro da hierarquia prisional, o de menor valor. Galerias com até 200% de lotação contrastam com ala GBT que nem mesmo atinge o número máximo de apenados. Essa situação aparentemente paradoxal me levou às seguintes questões: como, em uma instituição extremamente heteronormativa, o estigma que o grupo GBT parece carregar passou a conferir benefícios? Como esse espaço se fez possível agora e não em outro momento? Quais os efeitos que a existência desse espaço tem sobre seus moradores? E sobre os outros apenados? A fim de responder tais questionamentos, optei por realizar entrevistas com 11 indivíduos colaboradores, sendo 6 policiais militares responsáveis pela administração prisional, 2 travestis, 2 maridos e a presidenta da ONG Igualdade-RS. As entrevistas foram iniciadas com uma pergunta norteadora, podendo ser feitas outras perguntas pontuais na tentativa de esclarecer pontos imprecisos nas narrativas. Através da uma análise das narrativas pude identificar alguns vetores discursivos que parecem ter contribuído para o surgimento da ala. A construção do acoplamento entre o sujeito travesti e a posição de vítima parece servir de mote para uma prática institucional que torna a ala possível. Através de uma normativa aqui chamada de Gestão de Risco foi possível mobilizar uma série de práticas institucionais que contribuíram para a emergência e permanência da ala. A emergência da ala desencadeou uma série de efeitos sobre os que nela habitam, sobre os outros apenados, bem como sobre a administração prisional. A imagem do indivíduo a ser protegido institui certas regras de acesso à ala ao mesmo tempo em que designa as normas para a permanência nela. Essas práticas institucionais produzidas a partir de um truque performativo funcionam pedagogicamente como uma tecnologia da produção e governo dos sujeitos. A Pedagogia da Sobrevivência se constitui numa série de estratégias pedagógicas que atuam sobre os sujeitos que desejam ter acesso à ala. É preciso aprender a performar o sujeito metafísico que tem legitimidade de habitar a ala. Essa mesma prática pedagógica produz retroativamente um estado panóptico de constante vigilância de conduta fundamental na manutenção do status de sucesso da ala. A história muito singular de emergência da ala GBT do PCPA é o ponto de partida para a formação de um complexo emaranhado jurídico-discursivo que atua de maneira eficiente na pedagogizaçao dos corpos.
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Uma ala para travestis, gays e seus maridos : pedagogias institucionais da sobrevivência no presídio central de Porto AlegrePassos, Amilton Gustavo da Silva January 2014 (has links)
Esta pesquisa está situada no campo dos Estudos de Gênero, Sexualidade e Educação, a partir de uma perspectiva pós-estruturalista. O fenômeno tomado como objeto é a criação de uma ala específica para agrupar travestis, gays e seus maridos (ala GBT) no Presídio Central de Porto Alegre (PCPA). Essa instituição foi considerada a pior prisão do Brasil segundo o relatório da CPI do Sistema Carcerário em 2008. Mesmo levando em consideração o estado aparentemente decadente do PCPA, eis que surge um espaço que abriga um grupo considerado, dentro da hierarquia prisional, o de menor valor. Galerias com até 200% de lotação contrastam com ala GBT que nem mesmo atinge o número máximo de apenados. Essa situação aparentemente paradoxal me levou às seguintes questões: como, em uma instituição extremamente heteronormativa, o estigma que o grupo GBT parece carregar passou a conferir benefícios? Como esse espaço se fez possível agora e não em outro momento? Quais os efeitos que a existência desse espaço tem sobre seus moradores? E sobre os outros apenados? A fim de responder tais questionamentos, optei por realizar entrevistas com 11 indivíduos colaboradores, sendo 6 policiais militares responsáveis pela administração prisional, 2 travestis, 2 maridos e a presidenta da ONG Igualdade-RS. As entrevistas foram iniciadas com uma pergunta norteadora, podendo ser feitas outras perguntas pontuais na tentativa de esclarecer pontos imprecisos nas narrativas. Através da uma análise das narrativas pude identificar alguns vetores discursivos que parecem ter contribuído para o surgimento da ala. A construção do acoplamento entre o sujeito travesti e a posição de vítima parece servir de mote para uma prática institucional que torna a ala possível. Através de uma normativa aqui chamada de Gestão de Risco foi possível mobilizar uma série de práticas institucionais que contribuíram para a emergência e permanência da ala. A emergência da ala desencadeou uma série de efeitos sobre os que nela habitam, sobre os outros apenados, bem como sobre a administração prisional. A imagem do indivíduo a ser protegido institui certas regras de acesso à ala ao mesmo tempo em que designa as normas para a permanência nela. Essas práticas institucionais produzidas a partir de um truque performativo funcionam pedagogicamente como uma tecnologia da produção e governo dos sujeitos. A Pedagogia da Sobrevivência se constitui numa série de estratégias pedagógicas que atuam sobre os sujeitos que desejam ter acesso à ala. É preciso aprender a performar o sujeito metafísico que tem legitimidade de habitar a ala. Essa mesma prática pedagógica produz retroativamente um estado panóptico de constante vigilância de conduta fundamental na manutenção do status de sucesso da ala. A história muito singular de emergência da ala GBT do PCPA é o ponto de partida para a formação de um complexo emaranhado jurídico-discursivo que atua de maneira eficiente na pedagogizaçao dos corpos.
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Uma ala para travestis, gays e seus maridos : pedagogias institucionais da sobrevivência no presídio central de Porto AlegrePassos, Amilton Gustavo da Silva January 2014 (has links)
Esta pesquisa está situada no campo dos Estudos de Gênero, Sexualidade e Educação, a partir de uma perspectiva pós-estruturalista. O fenômeno tomado como objeto é a criação de uma ala específica para agrupar travestis, gays e seus maridos (ala GBT) no Presídio Central de Porto Alegre (PCPA). Essa instituição foi considerada a pior prisão do Brasil segundo o relatório da CPI do Sistema Carcerário em 2008. Mesmo levando em consideração o estado aparentemente decadente do PCPA, eis que surge um espaço que abriga um grupo considerado, dentro da hierarquia prisional, o de menor valor. Galerias com até 200% de lotação contrastam com ala GBT que nem mesmo atinge o número máximo de apenados. Essa situação aparentemente paradoxal me levou às seguintes questões: como, em uma instituição extremamente heteronormativa, o estigma que o grupo GBT parece carregar passou a conferir benefícios? Como esse espaço se fez possível agora e não em outro momento? Quais os efeitos que a existência desse espaço tem sobre seus moradores? E sobre os outros apenados? A fim de responder tais questionamentos, optei por realizar entrevistas com 11 indivíduos colaboradores, sendo 6 policiais militares responsáveis pela administração prisional, 2 travestis, 2 maridos e a presidenta da ONG Igualdade-RS. As entrevistas foram iniciadas com uma pergunta norteadora, podendo ser feitas outras perguntas pontuais na tentativa de esclarecer pontos imprecisos nas narrativas. Através da uma análise das narrativas pude identificar alguns vetores discursivos que parecem ter contribuído para o surgimento da ala. A construção do acoplamento entre o sujeito travesti e a posição de vítima parece servir de mote para uma prática institucional que torna a ala possível. Através de uma normativa aqui chamada de Gestão de Risco foi possível mobilizar uma série de práticas institucionais que contribuíram para a emergência e permanência da ala. A emergência da ala desencadeou uma série de efeitos sobre os que nela habitam, sobre os outros apenados, bem como sobre a administração prisional. A imagem do indivíduo a ser protegido institui certas regras de acesso à ala ao mesmo tempo em que designa as normas para a permanência nela. Essas práticas institucionais produzidas a partir de um truque performativo funcionam pedagogicamente como uma tecnologia da produção e governo dos sujeitos. A Pedagogia da Sobrevivência se constitui numa série de estratégias pedagógicas que atuam sobre os sujeitos que desejam ter acesso à ala. É preciso aprender a performar o sujeito metafísico que tem legitimidade de habitar a ala. Essa mesma prática pedagógica produz retroativamente um estado panóptico de constante vigilância de conduta fundamental na manutenção do status de sucesso da ala. A história muito singular de emergência da ala GBT do PCPA é o ponto de partida para a formação de um complexo emaranhado jurídico-discursivo que atua de maneira eficiente na pedagogizaçao dos corpos.
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As Alamoas de Fernando : rotinas e vivências das mulheres no presídio de Fernando de Noronha no século XIX (1817-1889)Silva, Roberta Duarte da, Rosas, Suzana Cavani 06 August 2013 (has links)
Submitted by Felipe Lapenda (felipe.lapenda@ufpe.br) on 2015-03-09T12:05:59Z
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Previous issue date: 2013-08-06 / Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia de Pernambuco ; Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / Ao nos deslocarmos para Fernando de Noronha no período oitocentista, nos vemos em uma ilha-presídio que recebia detentos das mais diversas províncias do Império Brasileiro. Homens e mulheres, praticantes dos mais diversos crimes, povoaram os muros daquele presídio. Mas não muros de pedra, pois lá não existiam celas ou algemas que os mantivessem cativos em um determinado espaço. Muros de água salgada. Sim as águas transparentes que circunda Noronha funcionavam como paredões impenetráveis e intransponíveis, paredões repletos de significados. A ilha era o presídio. O presídio era a ilha. As mulheres encontravam-se inseridas nesse contexto, mas se enquadravam em certa invisibilidade perceptível nos rastros deixados nos tantos ofícios trocados entre a administração de Pernambuco e o presídio, instigando desta maneira novas investigações. Neste sentido, por meio da análise de um vasto corpus documental, e baseada numa perspectiva de gênero, esta pesquisa visou desenvolver a história das rotinas e vivências das Alamoas de Fernando, ou seja, das inúmeras mulheres que por distintos motivos habitaram os paredões de água salgada do presídio de Fernando de Noronha entre os anos 1817 - 1889. Destacou-se, deste modo, a importância dessas personagens ao cotidiano daquele cárcere, principalmente pela formação dos núcleos familiares, dando novas tonalidades aquela ilha – presídio. Sejam atuando nos serviços domésticos do presídio, na escola feminina de primeiras letras ou no comércio de gêneros, essas mulheres quando necessário resistiram e souberam negociar seus direitos neste espaço insular.
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Prisões, Pistas e Encadeamentos: Uma Experiência de Teatro no Conjunto Penal Feminino (CPF) - SalvadorRequião, Simone 25 August 2018 (has links)
Submitted by Simone Requião (requiaosimone@gmail.com) on 2018-09-07T20:13:11Z
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DISSERTAÇÃO SIMONE - Defesa Final 25.08.2018.pdf: 3556835 bytes, checksum: 44da17c83eb67cc71300f2dfec978758 (MD5) / CAPS - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / RESUMO
Por meio da presente dissertação, apresento os encadeamentos do processo de encenação que aconteceram no Conjunto Penal Feminino de Salvador (CPF), cartografados na travessia entre o teatro e o presídio, com o intuito de investigar as interações entre o espaço físico do sistema prisional, suas disciplinas e circunstâncias normativas, com vistas à ideação da existência de um lugar onde as fronteiras são permeáveis, constituindo uma zona de transgressão, não restrita ao espaço físico, mas resultante da articulação do espaço das diversidades, um espaço dinâmico, espaço “de e para” criação, onde somos confrontados com os nossos próprios limites. Assim, discorro sobre quem penso que sou, porque escrevi esta dissertação e como materializei essa produção, em parte dialética e em parte subjetiva, na qual me coloco na posição de sujeito errante de uma trajetória rizomática. O propósito foi discutir “no e sobre” o presídio, um lugar de encontros e desencontros, lugar de relações com um outro que poderia ser nós mesmos. A partir das formulações de Lemgruber, Goffman, Foucault, Carvalho Filho, Maia e colaboradores, acerca do poder, controle e vigilância das instituições totais, das consequências e privações do encarceramento, destaco aspectos percebidos que poderiam despir noções e preconceitos a respeito de quem está presa ou preso e com isso alterar configurações do pensamento de quem está fora dos muros dos cárceres. Nesse trajeto, os princípios e técnicas do TO forneceram considerável suporte para o desenvolvimento das oficinas e, junto com os indutores do jogo proposto por Ryngaert, propiciaram a elaboração de proposições que me levaram a compreender o descobrir/saber/fazer teatro em situações adversas. A dissertação divide-se em três pistas que contêm chaves nas quais discuto questões específicas do presídio, do método e da oficina de teatro realizada no CPF. Assim, reflito sobre o presídio como instituição total e molar detentora do tempo de pessoas e sobre as consequências do encarceramento; sobre o processo como método da pesquisa, mapeando tudo que pensava em conjunção com as leituras, experimentos, músicas e as vozes que ecoavam, pois precisava visualizar os territórios por onde me deslocava e, sendo assim, elaborei mapas visuais para entender as possíveis conexões de força entre eles e os dispositivos de pergunta/resposta/pergunta a partir dos quais fagulhas do pensamento de Deleuze e Guattari sustentaram o trajeto e as possibilidades de cruzamento que dele surgia. Descrevo as singularidades da criação no Conjunto Penal Feminino – Salvador, que foram divididos no período do Projeto Dialogando com a Liberdade em 2014 e durante o reencontro com às mulheres presas, que aconteceu em 2017/2018, período desta investigação. Assim, aproximei e ao mesmo tempo delimitei as fronteiras entre o teatro e o presídio (liberdade e encarceramento), para encadeá-las na escrita desta dissertação. Deste modo, nas considerações nada finais concebo o teatro como ato de resistência que projetou a voz das mulheres presas. / RÉSUMÉ
Grâce à cette thèse, je présente les fils du processus de mise en scène qui a eu lieu dans le création la Institution pénale feminine de Salvador (CPF), mis en correspondance à la frontière entre le théâtre et la prison, afin d'étudier les interactions entre l'espace physique du système pénitentiaire, leurs disciplines et les circonstances réglementaires, en vue de l'idéation de l'existence d'un lieu où les limites sont perméables, constituant une zone de transgression, ne se limite pas à l'espace physique, mais en raison de l'espace commun de la diversité, un espace dynamique, l'espace pour la création, où nous sommes confrontés à nos propres limites. Donc, je parle au sujet de qui je pense que je suis, le pour quoi j'ai écrit cette thèse et comment cette production a etait matérialisée, dans la dialectique de la pièce et une partie subjective, où je me place dans la position du sujet errant d'une trajectoire de rhizome. Le but était de discuter “à l'intérieur et a propos” de la prison, un lieu d'accords et désaccords, un lieu de rencontre avec ceux qui pourraient être nous-mêmes. A partir de conception Lemgruber, Goffman, Foucault, Carvalho Filho, Maia et collaborateus, sur le pouvoir, le contrôle et la surveillance des institutions totales, les conséquences et l'emprisonnement de privation, et mettre en évidence les aspects qui pourraient dépouiller les notions et les préjugés au sujet de qui est arrêtés ou emprisonnés et altérant ainsi la pensée de ceux qui sont en dehors des murs de la prison. Dans cette voie, les principes et les techniques du théâtre de l'opprimé on fourni un soutien considérable pour le développement des ateliers et en collaboration avec les inducteurs du jeu proposé par Ryngaert, a conduit à l'élaboration de propositions qui m'a amené à comprendre la découverte / savoir / faire du théâtre dans des situations difficiles. La thèse est divisée en trois pistes qui contiennent des clés sur des questions spécifiques qui traitent de la prison, la méthode et l'atelier de théâtre a eu lieu à CPF. Ainsi, je réfléchis à la prison en tant qu’institution totale et molaire détenant le temps des personnes et aux conséquences de l’incarcération; au sujet du processus en tant que méthode de recherche, la cartographie toute pensée en conjonction avec les lectures, les expériences, la musique et les voix qui résonnaient, pour visualiser les territoires où me déplacés, par conséquent jai’s élaboré des cartes visuelles pour comprendre les possibles connexions de force entre eux et les techniques de question / réponse / question qui suscite la pensée de Deleuze et Guattari ont soutenu le chemin et les possibilités de le traverser. Je décris les singularités de la création dans le cadre pénal féminin - Salvador, qui ont été divisées pendant la période du projet Dialogando com a Liberdade en 2014 et lors de la rencontre avec les femmes détenues en 2017/2018, période de l'enquête. Ainsi, je me suis approché et en même temps délimité les frontières entre le théâtre et la prison (liberté et emprisonnement), pour les relier à la rédaction de cette thèse. Ainsi, dans les dernières considérations, je conçois le théâtre comme un acte de résistance qui projette la voix des femmes détenues.
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Aids e tuberculose na casa de detenção de São Paulo / Aids and tuberculosis in \"Casa de Detenção of São Paulo\"Mauro Abrahão Rozman 12 September 1995 (has links)
Um estudo transversal foi realizado em novembro-dezembro de 1993 na Casa de Detenção (CD), principal prisão de São Paulo, para avaliar fatores de risco e transmissão das infecções por HIV, Mycobacterium tubercu/osis e doenças correspondentes. Seiscentos e trinta e um presos do sexo masculino, selecionados por amostragem casual simples, concordaram em participar. Estes indivíduos foram entrevistados e submetidos a exames médico e laboratoriais. A prevalência da infecção por HIV foi de 16,0%. Os resultados obtidos após correção do efeito da mortalidade por AIDS e prevalência de HIV de entrada sugerem ocorrência de transmissão da infecção dentro da prisão. O maior preditivo da infecção por HIV foi a soropositividade ao vírus da hepatite C e o uso de drogas injetáveis o mais importante fator de risco. Estudo caso-controle aninhado, realizado nos HIV positivos e igual número de HIV negativos sorteados, indicou a existência de risco potencial de transmissão da infecção dentro da prisão por uso de drogas, relação sexual com parceiros do mesmo sexo e com visitas íntimas. 84,3% dos indivíduos apresentaram PPD maior ou igual a 10 mm e 93,0% maior ou igual a 5 mm. A força e o risco anual de infecção tuberculosa, elevados nos indivíduos com pequena permanência, decrescem e atingem o valor zero em aproximadamente cinco anos, o que sugere saturação da infecção. PPD maior ou igual a 5mm mostrou ser o critério mais adequado de defmição de positividade tuberculínica para os indivíduos HIV negativos. A prevalência de tuberculose na amostra foi de 2,4%, enquanto a incidência segundo os registros da instituição foi 2,65/100 pessoas-ano. O impacto da infecção pelo HIV no aumento da ocorrência de casos de tuberculose foi estimado entre 40 e 124%. A alta prevalência da infecção e a concentração de usuários de drogas injetáveis tornam o sistema prisional local prioritátio para implantação de programa de tratamento, prevenção e conscientização sobre riscos de transmissão. O número relativamente pequeno de presos que se infectam pelo Mycobacterium tubercu/osis por ano indica que o controle da doença não será conseguido apenas com a redução da transmissão. Além da quimioprofilaxia nos indivíduos HIV positivos é necessária a implantação do programa de controle da tuberculose em todo o sistema prisional. / A cross-sectional study was undertaken in November-Decemberl1993 in \"Casa de Detenção\", São Paulo main prison, to evaluate risk factors and transmission of HIV and Mycobacterium tuberculosis infections and corresponding diseases. Six hundred and thirty-one male prisoners, selected by simple random sampling, agreed to participate. They were interviewed, had medical examination and laboratory tests. The HIV seroprevalence was 16,0%. The results obtained after correction for the effect of mortality from AIDS and HIV prevalence on admission suggest ocurrence of infection transmission within the prison. Seropositivity to hepatitis C vírus was the best predictive of HIV infection and injecting drug use the main risk factor. A ramdom1y selected nested case-control study, conducted in the HIV seropositive and equal number of HIV seronegative prisoners, indicated a potential transmission of infection within the prison, by drug use, sexual intercourse with same sex partners and intimate visitors. It was found that 84,3% of the individuaIs had a reaction of 10 mm or more and 93,0% had a reaction of 5mm or more to PPD test. The force and annual risk of tuberculosis infection were high in individuaIs with short permanence, decreasing and reaching zero in approximate1y five years, suggesting saturation of the infection. PPD induration of 5 mm or greater was shown to be the appropriate criterion for definition of tuberculin positivity for the HIV seronegative individuaIs. Tuberculosis prevalence in the sample was 2,4% whereas the incidence rate, according to institution records, was 2,65/100 person-years. The impact of HIV infection on increasing tuberculosis occurrence was estimated to be 40-124%. The high infection prevalence and concentration of injecting drug users make the prisional system a basic place in order to set up a programme of treatment, prevention and awareness about risks of transmission. The relative1y small number of prisoners annualy infected with Mycobacterium tuberculosis indicate that disease control will not be obtained with infection on1y. In addition to chemopriphylaxis for HIV positive individuaIs there is a need to set up a programme for tuberculosis control in the whole prison system.
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Aids e tuberculose na casa de detenção de São Paulo / Aids and tuberculosis in \"Casa de Detenção of São Paulo\"Rozman, Mauro Abrahão 12 September 1995 (has links)
Um estudo transversal foi realizado em novembro-dezembro de 1993 na Casa de Detenção (CD), principal prisão de São Paulo, para avaliar fatores de risco e transmissão das infecções por HIV, Mycobacterium tubercu/osis e doenças correspondentes. Seiscentos e trinta e um presos do sexo masculino, selecionados por amostragem casual simples, concordaram em participar. Estes indivíduos foram entrevistados e submetidos a exames médico e laboratoriais. A prevalência da infecção por HIV foi de 16,0%. Os resultados obtidos após correção do efeito da mortalidade por AIDS e prevalência de HIV de entrada sugerem ocorrência de transmissão da infecção dentro da prisão. O maior preditivo da infecção por HIV foi a soropositividade ao vírus da hepatite C e o uso de drogas injetáveis o mais importante fator de risco. Estudo caso-controle aninhado, realizado nos HIV positivos e igual número de HIV negativos sorteados, indicou a existência de risco potencial de transmissão da infecção dentro da prisão por uso de drogas, relação sexual com parceiros do mesmo sexo e com visitas íntimas. 84,3% dos indivíduos apresentaram PPD maior ou igual a 10 mm e 93,0% maior ou igual a 5 mm. A força e o risco anual de infecção tuberculosa, elevados nos indivíduos com pequena permanência, decrescem e atingem o valor zero em aproximadamente cinco anos, o que sugere saturação da infecção. PPD maior ou igual a 5mm mostrou ser o critério mais adequado de defmição de positividade tuberculínica para os indivíduos HIV negativos. A prevalência de tuberculose na amostra foi de 2,4%, enquanto a incidência segundo os registros da instituição foi 2,65/100 pessoas-ano. O impacto da infecção pelo HIV no aumento da ocorrência de casos de tuberculose foi estimado entre 40 e 124%. A alta prevalência da infecção e a concentração de usuários de drogas injetáveis tornam o sistema prisional local prioritátio para implantação de programa de tratamento, prevenção e conscientização sobre riscos de transmissão. O número relativamente pequeno de presos que se infectam pelo Mycobacterium tubercu/osis por ano indica que o controle da doença não será conseguido apenas com a redução da transmissão. Além da quimioprofilaxia nos indivíduos HIV positivos é necessária a implantação do programa de controle da tuberculose em todo o sistema prisional. / A cross-sectional study was undertaken in November-Decemberl1993 in \"Casa de Detenção\", São Paulo main prison, to evaluate risk factors and transmission of HIV and Mycobacterium tuberculosis infections and corresponding diseases. Six hundred and thirty-one male prisoners, selected by simple random sampling, agreed to participate. They were interviewed, had medical examination and laboratory tests. The HIV seroprevalence was 16,0%. The results obtained after correction for the effect of mortality from AIDS and HIV prevalence on admission suggest ocurrence of infection transmission within the prison. Seropositivity to hepatitis C vírus was the best predictive of HIV infection and injecting drug use the main risk factor. A ramdom1y selected nested case-control study, conducted in the HIV seropositive and equal number of HIV seronegative prisoners, indicated a potential transmission of infection within the prison, by drug use, sexual intercourse with same sex partners and intimate visitors. It was found that 84,3% of the individuaIs had a reaction of 10 mm or more and 93,0% had a reaction of 5mm or more to PPD test. The force and annual risk of tuberculosis infection were high in individuaIs with short permanence, decreasing and reaching zero in approximate1y five years, suggesting saturation of the infection. PPD induration of 5 mm or greater was shown to be the appropriate criterion for definition of tuberculin positivity for the HIV seronegative individuaIs. Tuberculosis prevalence in the sample was 2,4% whereas the incidence rate, according to institution records, was 2,65/100 person-years. The impact of HIV infection on increasing tuberculosis occurrence was estimated to be 40-124%. The high infection prevalence and concentration of injecting drug users make the prisional system a basic place in order to set up a programme of treatment, prevention and awareness about risks of transmission. The relative1y small number of prisoners annualy infected with Mycobacterium tuberculosis indicate that disease control will not be obtained with infection on1y. In addition to chemopriphylaxis for HIV positive individuaIs there is a need to set up a programme for tuberculosis control in the whole prison system.
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A administração prisional e os direitos sociais previstos na Lei de Execução Penal : um desafio a complementariedadePalma, Paola Oliveira da 29 June 2015 (has links)
Submitted by Cristiane Chim (cristiane.chim@ucpel.edu.br) on 2016-08-17T20:45:32Z
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Previous issue date: 2015-06-29 / The enforcement of social rights of prisoners and the management conditions that prisons administrators have for this are the two focuses of this dissertation. It is a being intersection point the perspective of rights and social policies with those of criminal and penitentiary policies, with the axis organizational character of prisons and the administrator position - directly responsible and manager of these environments and intersections. The empirical research was conducted in the 2nd Region Penitentiary of Rio Grande do Sul state, which involves 12 prison establishments were interviewed all of its administrators, the content of the speeches were treated using the methodology of discursive textual analysis. The theoretical contributions are buoyed both key players in the field of prison issue and the sociology of punishment, such as Michel Foucault and David Garland, as national authors who have dedicated themselves to approach the careers of prison staff, among them Pedro Rodolfo Bode Moraes and Luiz Antônio Bogo Chies. The data collected reveal a known scenario of structural deficiencies, material and human - through the negligence of fruit rule and political state of neglect - that is complemented with a labor position which requires dedication, character and willingness to overcome the challenges imposed by absences and resource shortfalls. Here emerges the highlight of research: being and administrator in prison is a reality that makes operational in less rational and bureaucratic criteria, in organizational terms, and more on call for vocations merits and analyzed from subjectivity criteria and political utility in the larger system ; which affects an inadequate view of attaining social rights of convicts. Even if the empirical field research to link your results to the particularities of the gaucho prison system and the realities of its 2nd Region Penitentiary, the results are understood valid to point a general demand for the Brazilian penitentiary question: greater attention in terms of public policies and social, dimensions of the prison system, especially in its structural adequacy and training of its staff of servers is requirement for direct provided by law become a reality and not just a speech. / A efetivação dos direitos sociais dos encarcerados e as condições de gestão que os administradores de instituições prisionais dispõem para tal são os dois focos desta Dissertação. Trata-se de um ponto de intersecção entre a perspectiva dos direitos e políticas sociais com as das políticas criminal e penitenciária, tendo como eixo o caráter organizacional das prisões e a posição do administrador – direto responsável e gestor desses ambientes e intersecções. A pesquisa empírica foi realizada na 2ª Região Penitenciária do estado do Rio Grande do Sul, a qual envolve 12 estabelecimentos carcerários, tendo sido entrevistados todos os respectivos administradores, cujos conteúdo das falas foram tratados através da metodologia da análise textual discursiva. As contribuições teóricas são balizadas tanto em autores fundamentais no campo da questão penitenciária e da sociologia das punições, tais como Michel Foucault e David Garland, como em autores nacionais que já se dedicaram ao enfoque das carreiras de servidores penitenciários, dentre eles Pedro Rodolfo Bodê de Moraes e Luiz Antônio Bogo Chies. Os dados coletados revelam um já conhecido cenário de carências estruturais, materiais e humanas – via de regra fruto da negligência e descaso político do Estado – que se complementa com uma posição laboral da qual se requer dedicação, caráter e boa vontade para superar os desafios impostos pelas ausências e insuficiências de recursos. Aqui emerge o destaque da pesquisa: ser e estar administrador no cárcere é uma realidade que se operacionaliza menos sob critérios racionais e burocráticos, em termos organizacionais, e mais no apelo a vocações e méritos analisados sob critérios de subjetividade e utilidade política no sistema mais amplo; o que repercute numa inadequada perspectiva de efetivação dos direitos sociais dos apenados. Mesmo que o campo empírico da pesquisa vincule seus resultados às particularidades do sistema prisional gaúcho e às realidades da sua 2ª Região Penitenciária, os resultados se entendem válidos para apontar uma demanda geral à questão penitenciária brasileira: uma maior atenção, em termos de políticas públicas e sociais, às dimensões do sistema prisional, em especial na sua adequação estrutural e formação profissional de seu quadro de servidores, é exigência para que os diretos previstos em lei se tornem uma realidade e não somente um discurso.
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O Presídio Central de Porto Alegre pelo olhar de foraGuilherme, Vera Maria January 2015 (has links)
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Previous issue date: 2015 / The present dissertation is about Presídio Central de Porto Alegre through the outside perspective of the visitors who stand in line in order to visit their friends and relatives, going from a historical perspective of the choice of prison in order to punish problematic behaviors, and the presentation of different prison archtectural arrangements to a highlight in international recommendations on the handling of prisoners according to human rights. The gap between those international recommendations and the Brazilian penal execution, especially in Rio Grande do Sul, arouses certain repercussions on the present situation of Presídio Central de Porto Alegre, a prison that has motivated the representation against Brazil at OAS due to human rights violations. The text unfolds certain myths on Presídio Central de Porto Alegre, and the author reaches for an outside non institutional/institutionalized perspective coming from its visitors on the daily life in that institution. / Esta dissertação tem por objeto o Presídio Central de Porto Alegre a partir do olhar de fora, dos visitantes que lá permanecem em fila para poderem visitar seus amigos e familiares. O ponto de partida é um histórico da escolha da prisão como meio de punição para situações problemáticas e as diferentes formulações propostas de sistema prisional, culminando com as recomendações internacionais quanto ao tratamento dispensado aos presos a partir do respeito aos direitos humanos. Emerge, então, o descompasso entre as recomendações internacionais e a execução penal no Brasil e, em especial, no Rio Grande do Sul, repercutindo na situação atual do Presídio Central de Porto Alegre, casa prisional que suscitou a representação do Brasil à OEA por violação de direitos humanos. O texto passa a desconstruir certas falácias sobre o Presídio Central de Porto Alegre, e busca, na fila de seus visitantes, um olhar de fora, não institucional/institucionalizado, do que é esta casa prisional na sua vida cotidiana.
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As facções e o grupo da segurança no Presídio Central de Porto Alegre: relações em um sistema social complexoSallin, Vinícius Ricardo January 2008 (has links)
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Previous issue date: 2008 / The present study subject is prison gangs, discussed considering individual, group and institutional implications, focusing on the relations stablished between prisoners and security staff at Presidio Central de Porto Alegre, and more specifically between prison gangs and prison administration. This dissertation contains two sections: Section 1, Prison, groups and individuals: cooperative relations through the logic of self preservation, which is a theorical study starting with the current context of prison gangs, going to a refletion on individuals, groups, and institution. Those were the basis where the relations between the two groups were studied using the theorical references of complexity. This first part, mainly theoric, helped defining the aspects to be investigated on the empirical paper. Section 2 is the research report of this dissertation: Relations between prison gangs and prison administration, operating through self organization and autopietic principles. The main objective was to understand how relations between prison gangs and security staff happen, considering that these relations are strategic to administrate and reduce violent conflicts inside prison. A qualitative methodology was used with the ideas of Edgar Morin and Humberto Maturana. By the end of the research there was evidence that groups, individuals and the institution operate as interconnected systems. The relations between prison gangs and security staff were reorganized in a cooperative way and are considered, from system self preservation point of view, strategies. They are self organizating and autopoietic processes aimed to reduce violent conflicts. / O tema do presente estudo são as facções, postas em discussão a partir das implicações individuais, grupais e institucionais, focada nas relações que se estabelecem entre presos e funcionários da segurança do Presídio Central de Porto Alegre, mais especificamente entre as facções e a administração do presídio. A dissertação é composta por duas seções: a seção I, instituição prisão, grupos, facções e indivíduo: relações cooperativas na lógica da autopreservação, é um aprofundamento teórico que inicia por um contexto atual das facções, abrindo para uma reflexão sobre indivíduos, grupos e instituição, os quais serviram de base para tratamento das relações entre os dois grupos por operadores teóricos da complexidade. Essa primeira parte, de caráter teórico, favoreceu a delimitação dos pontos a serem investigados no trabalho empírico. O relatório de pesquisa deste trabalho, na seção II da dissertação, A relação entre as facções e o grupo da administração: co-operando pelos princípios auto-organizativo e autopoiético, é resultado de uma pesquisa que teve como objetivo principal compreender como se organizam as relações entre as facções e o grupo da segurança, sendo essas relações consideradas estratégias que objetivam administrar e reduzir os conflitos no presídio. Para isso utilizou-se uma abordagem qualitativa e pressupostos teórico-metodológicos sistêmicos complexos, a partir das idéias de Edgar Morin e Humberto Maturana. Ao final da dissertação, evidenciou-se que os grupos, o indivíduo e a instituição prisão operam como sistemas interligados. As relações entre as facções e agentes de segurança sofreram rearranjos de caráter cooperativo e são considerados, do ponto de vista da autopreservação dos sistemas, estratégias. São processos auto-organizativos e autopoiéticos que visam minimizar os conflitos violento.
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