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O que O Cidadão Kane tem a ver com a Rainha Christina? : a economia e a política para a perpetuação dos estereótipos de gênero nos cinemas transnacionais

Machado, Sandra de Souza 23 October 2009 (has links)
Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Humanas, Departamento de História, 2009. / Submitted by Elna Araújo (elna@bce.unb.br) on 2010-04-07T19:15:47Z No. of bitstreams: 1 2009_SandradeSouza Machado.pdf: 9231269 bytes, checksum: a94fc292d55ed56d7a279bc1969c8be1 (MD5) / Approved for entry into archive by Daniel Ribeiro(daniel@bce.unb.br) on 2010-04-15T23:17:24Z (GMT) No. of bitstreams: 1 2009_SandradeSouza Machado.pdf: 9231269 bytes, checksum: a94fc292d55ed56d7a279bc1969c8be1 (MD5) / Made available in DSpace on 2010-04-15T23:17:24Z (GMT). No. of bitstreams: 1 2009_SandradeSouza Machado.pdf: 9231269 bytes, checksum: a94fc292d55ed56d7a279bc1969c8be1 (MD5) Previous issue date: 2009-10-23 / A tese analisa características marcantes, comuns, e fundamentais nas produções audiovisuais eurocêntricas, hegemônicas e dominantes no panorama mundial, que instigam, perpetram, e perpetuam a negação do feminino e a formação dos estereótipos de gênero que permeiam as diversas culturas e sociedades globais. As teorias da imagem em movimento (cinema) e da fotografia, bem como as análises críticas das teorias feministas do cinema, são desenvolvidas como ferramentas para a pesquisa. A imagem é um instrumento poderoso de comunicação, assemelha-se ou confunde-se com o que representa. Visualmente imitadora, ou reflexo, pode levar ao conhecimento, educar, ou enganar. A imagem construída cria associações mentais sistemáticas. A análise da (i)materialidade da imagem questiona suas diversas significações e os problemas que ela levanta enquanto signo. A metodologia envolve o hibridismo da leitura comparativa e análise fílmica entre as produções audiovisuais em estudo, do ponto de vista das questões de gênero, dos feminismos, da crítica psicanalítica, da História do Possível. O controle da memória andro-eurocêntrica, mormente pelas mídias audiovisuais, está ligado a questões históricas de poder e dominação. Nessa memória, a mulher é o segundo sexo, ela é o Outro, e segue representada pela identidade de dominação patriarcal: o homem. Dados e pesquisas deste século XXI mostram que o cinema norte-americano, feito para as massas, movimenta entre 10 a 12 bilhões de dólares, por ano, com a produção, exibição, distribuição, bilheterias, vendas de vídeos e DVDs, em escala mundial. E o montante cresce a cada ano. Apesar de seus lugares-comuns, clichês, e fórmulas prontas, as produções audiovisuais dominantes procuram acompanhar as exigências “politicamente corretas” e novas preocupações, em nível global, com questões como o racismo, sexismo, gênero, meio ambiente, questões religiosas e sócio-culturais. Entretanto, em pleno século XXI, pouco mudou, de fato. Principalmente, no que tange os problemas de gênero. Aos que reclamam contra os estereótipos femininos negativos e mesmo a nulidade do feminino, que se perpetuaram e são exaustivamente reproduzidos, desde todo o século passado, na mídia norteamericana, e no Ocidente, por conseguinte, os executivos da mídia audiovisual argumentam que a economia e a política sócio-culturais dessa indústria tornam impossível aos produtores evitarem tais estereótipos de gênero. As mulheres, em todo o mundo, ainda têm que lidar com o fato de que muitos produtores (imensa maioria) do cinema estão muito mais preocupados em serem chamados de racistas, por exemplo, do que de misóginos. _________________________________________________________________________________________ ABSTRACT / This thesis analyzes the striking features, common and fundamental, in Eurocentric audiovisual productions, hegemonic and dominant on the world scenery, which incite, perpetrate and perpetuate the denial of the feminine and the formation of gender stereotypes that pervade the diverse cultures and global societies. Theories of the moving image (cinema) and photography, as well as the critiques of feminist theories of cinema, are developed as tools for research. Image is a powerful tool of communication; it is similar to or confused with what it represents. Visually imitator (mimesis), or reflection, can lead to knowledge, to education, or serve as a means to deceit. Image builds up mental associations systematically. The analysis of the (im)materiality of the image questions its various meanings and the issues it raises as a sign. The methodology involves a hybrid of comparative reading and film analysis of the audiovisual productions in case study, in terms of gender, the feminist and psychoanalytic criticism: the so-called History of the Possible. The andro-eurocentric memory control, especially through audiovisual media, is linked to historical issues of power and domination. In this realm, woman is the second sex, she is the Other, and is represented by the identity of patriarchal domination: Man. Recent researches and data demonstrate, and confirm, the incredible growth of the film industry in the USA. The production, distribution, exhibition, box office revenues, video and DVD sales stir a global scale sum around 10 to 12 billion dollars, which grows annually. Despite all this industry’s common places, clichés, ready-made formulas or sequels, it is constantly trying to follow up and fulfill new demands and what would be politically correct angles on matters like racism, sexism, gender, environment, multicultural or religious issues. Nonetheless, at the dawn of this 21st century, little has changed, in fact. Chiefly, in what touches gender troubles. Many are the critics who complain against female stereotypes which have been perpetuated and are used, and abused, repeatedly, within the United States mass media (motion picture and TV industry), and consequently all over the Western world. However, film industry executives argue that established social and cultural politics and the economy dynamics of the industry, as a whole, make it impossible to avoid and prevent such stereotypes in their productions. Women around the globe still have to deal with the fact that most moviemakers are far more concerned about being called racists, for instance, than misogynists.

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