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História e contabilidade – diálogos possíveis : o caso da Companhia Geral de Comércio de Pernambuco e Paraíba – 1759-1775

ANDRADE, Álvaro Pereira de 01 October 2013 (has links)
Submitted by Felipe Lapenda (felipe.lapenda@ufpe.br) on 2015-03-09T14:43:45Z No. of bitstreams: 2 Tese Álvaro de Andrade História e Contabilidade-Diálogos Possívei s - O caso da Cia de PE e PB - Tese de Doutorado-História-UFPE.pdf: 5714369 bytes, checksum: 2249d562fa8c1dec16723b68ef3a7da0 (MD5) license_rdf: 1232 bytes, checksum: 66e71c371cc565284e70f40736c94386 (MD5) / Made available in DSpace on 2015-03-09T14:43:45Z (GMT). No. of bitstreams: 2 Tese Álvaro de Andrade História e Contabilidade-Diálogos Possívei s - O caso da Cia de PE e PB - Tese de Doutorado-História-UFPE.pdf: 5714369 bytes, checksum: 2249d562fa8c1dec16723b68ef3a7da0 (MD5) license_rdf: 1232 bytes, checksum: 66e71c371cc565284e70f40736c94386 (MD5) Previous issue date: 2013-10-01 / Através desse trabalho, intitulado História e Contabilidade – diálogos possíveis: o caso da Companhia Geral de Comércio de Pernambuco e Paraíba, estudou-se o funcionamento operacional, a gestão e as politicas comerciais desse empreendimento, compreendendo o período de 1760 a 1775. Essa Companhia Geral de Comércio foi instituída no reinado de D. José I, como parte das reformas estruturais empreendidas pelo Marquês de Pombal, durante as quase três décadas em que esteve a frente da administração do império português. O cenário existente na segunda metade do século XVIII era bastante sombrio para Portugal e seus domínios. A crise econômica que assolava o país não dava sinais de melhora, e o terremoto ocorrido em Lisboa, no ano de 1755, somente veio a agravar a situação caótica vivida pelos lusitanos. O comércio ultramarino português se encontrava enfraquecido, e a concorrência no mercado comercial europeu entre países como a França, a Holanda e a Inglaterra não dava espaços para Portugal competir. Adicione-se que a Inglaterra mantinha acordo comercial com Portugal para a exclusividade na venda dos seus têxteis aos lusitanos, tendo como contrapartida a importação dos seus vinhos, numa relação de negócios monopolizada, que era garantida pelo Tratado de Methuen (1703), e que gerou fortes prejuízos para a economia portuguesa. A instituição da Companhia Geral de Comércio de Pernambuco e Paraíba, em 1759, tinha o propósito de fortalecer o comércio ultramarino com o Brasil e auxiliar na recuperação da economia portuguesa. A criação da Aula de Comércio trouxe meios para a melhor qualificação profissional dos comerciantes portugueses para a gestão dos seus negócios, principalmente pela introdução nas atividades comerciais da escrituração contábil pelo método das partidas dobradas, denominado de método italiano de escrituração mercantil. No Brasil, a Aula de Comércio somente chegou em 1808, com a vinda da corte portuguesa, entretanto, constatou-se que a escrituração mercantil das transações comerciais por partidas dobradas foi praticada na capitania de Pernambuco desde o ano de 1760, pelos guarda-livros e escriturários contadores da Companhia Geral de Comércio de Pernambuco e Paraíba, a exemplo de Julião Lumachi (guarda-livros) e de Antônio Martins Viana (primeiro escriturário contador do Brasil). Constatou-se que as práticas administrativas levadas a efeito pelos membros da sua Direção conduziram esse empreendimento ao insucesso, além de promover a transferência de renda da colônia para os grandes comerciantes lusitanos, particularmente para os membros da sua administração. Essa transferência de renda se consumou, também, pela manipulação dos lucros estimados sobre as operações comerciais e pela contração de dívidas junto à Companhia de Comércio de Pernambuco e Paraíba que não foram liquidadas até o final de monopólio. Menciona-se os casos do intendente (Antônio José Souto) e do guarda-livros (Julião Lumachi), que em 1776 ainda constavam em lista de devedores, e os mais significativos da empresa. Conclui-se, portanto, que a Companhia Geral de Comércio de Pernambuco e Paraíba serviu como um veículo de transferência de renda da colônia para comerciantes lusitanos que estiveram ao lado do Marquês de Pombal, no processo de reformas implementadas no reinado de D. José I.

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