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Fetichismo da mercadoria e inconsciente: contribuições marxianas e psicanalíticas para uma teoria da ideologia / Commodity fetishism and unconscious: Marxian and Psychoanalytic contributions to a theory of ideologyLúcia Cristina Dezan 16 May 2013 (has links)
Este trabalho tem por objetivo construir um diálogo teórico entre a alienação do fetichismo da mercadoria, em Marx, e algumas categorias da psicanálise. A noção marxista clássica de ideologia, concebida como o desconhecimento e a distorção da consciência necessariamente produzidos pelas condições efetivas da realidade social, é criticada pelo filósofo esloveno Slavoj iek, ao trazer para o campo da ideologia a noção psicanalítica de fantasia. Entretanto, realizamos uma primeira problematização dessa elaboração do filósofo por dirigir a sua crítica a essa noção de ideologia, remetendo-a ao fetichismo da mercadoria. Mostramos que esse conceito de ideologia a que a sua crítica se dirige se adéqua justamente à noção de ideologia desenvolvida por Marx e Engels nA ideologia alemã, e não ao fetichismo da mercadoria, visto que o fetichismo comporta uma noção mais complexa que não se resume a um mero desconhecimento da realidade e a uma distorção socialmente necessária da consciência. Retornamos a O capital de Marx para mostrar as imbricações da fantasia no fetichismo da mercadoria e para mostrar que a sujeição que atinge os sujeitos sob a alienação fetichista é da ordem do inconsciente. No contexto da relação entre fetichismo da mercadoria e inconsciente, problematizamos também aquilo que denominamos uma generalização a que iek incorre, ao defender a tese de que a alienação fetichista teria se deslocado genericamente do saber para o fazer humano. Dessa forma, concluímos que a formulação marxiana, Não o sabem, mas o fazem, continua atual e exercendo o seu poder ideológico, dependendo das condições sócio-simbólicas em que os sujeitos se inserem e são inseridos. Para compreender o sentido da noção de fantasia no campo da ideologia, empreendemos uma breve apresentação da noção freudiana da fantasia até uma compreensão lacaniana, em sua dimensão de gozo e de objeto a, elaborada por iek. O filósofo realiza uma distinção entre sintoma e fantasia para dizer que a ideologia não se estrutura na forma do primeiro, mas sim da segunda, em que a fantasia ideológica, em sua dimensão real, estrutura a realidade social. Na direção da pista deixada por iek, seguimos rumo às operações lacanianas de alienação e separação para pensar possibilidades do sujeito fazer frente à ideologia. Apresentamos, então, um estudo dessas operações em Lacan, e elaboramos, por nossa própria conta e risco, uma articulação delas com o fetichismo da mercadoria, tentando mostrar as determinações mútuas entre fetichismo e inconsciente. Da mesma forma que a fantasia ideológica e a operação da alienação operam um fechamento imaginário da abertura possibilitada pela separação, essa operação permite uma abertura desejante entre sujeito e Outro, lugar de onde se poderia partir para uma crítica possível à ideologia / This paper aims to build a theoretical dialogue amongst the alienation of commodity fetishism in Marx, and some categories of psychoanalysis. The classical Marxist notion of ideology, conceived as the ignorance and the distortion of consciousness necessarily produced by the actual conditions of social reality, is criticized by the Slovenian philosopher Slavoj iek, in bringing to the field of ideology the psychoanalytic notion of fantasy. However, we perform an initial questioning of his elaboration, for he addresses his critique to this notion of ideology, reporting it to the commodity fetishism. We show that this concept of ideology that his criticism is addressed precisely fits in the notion of ideology developed by Marx and Engels, in The German Ideology, and not in the commodity fetishism, since the fetishism involves a more complex notion that is not summed to a mere ignorance of reality and to a socially necessary distortion of conscious. We return to Marxs Capital to show the imbrications of fantasy in commodity fetishism and to show that the subjection, which reaches the subjects under the fetishist alienation is of the order of the unconscious. In the context of the relationship between commodity fetishism and unconscious, we also problematize what we call a generalization that iek incurs in defending the thesis that fetishist alienation would have generically shifted from the human knowing to the human making. Thus, we conclude that the Marxian formulation, We are not aware of this, nevertheless we do it, is still present and exerting its ideological power, depending on the socio-symbolic conditions in which the subjects insert themselves and are inserted. To understand the meaning of the notion of fantasy in the field of ideology, we undertake a brief presentation of the Freudian notion of fantasy to a Lacanian understanding, in its dimension of enjoyment and the object little-a, elaborated by iek. The philosopher makes a distinction between symptom and fantasy to say that ideology is structured not in the form of the former, but of the latter, in which the ideological fantasy, in its real dimension, structures the social reality. Towards the clue left by iek, we turn to the Lacanian operations of alienation and separation to think of possibilities to the subject to cope with ideology. Then we present a study of these operations in Lacan, and prepare at our own risk, an articulation of these psychic operations with commodity fetishism, trying to show the mutual determinations between fetishism and unconscious. Just as the ideological fantasy and the operation of alienation carry out an imaginary closure of the opening made possible by the separation, this operation allows a desiring gap between subject and Other, a place from which one could depart for a possible critique of ideology
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Patrick Bateman, Violence and Consumption: Bret Easton Ellis’s American PsychoNystrand, Alexander January 2010 (has links)
This essay investigates how Bret Easton Ellis portrays Patrick Bateman as a projection of American society, in order to criticize consumerism and capitalism in his novel American Psycho. By applying Marxist theory, this essay examines Bateman's consumption patterns and class-consciousness using key Marxist terms. This essay investigates the relationship between Bateman and his commodities, through the Marxist concept of value. Furthermore, this essay suggests that Bateman's consumption pattern creates his identity and that Bateman's lust for consumption has no boundaries. Bateman quenches his thirst for consumption by consuming humans of low status on the social hierarchy, by acts of violence, rape or cannibalism.
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