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Monitoramento de aves migratórias da ordem charadriiformes no Parque Nacional da Lagoa do Peixe, Rio Grande do SulLuiz Xavier do Nascimento, João 31 January 2010 (has links)
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Previous issue date: 2010 / O Parque Nacional da Lagoa do Peixe, no sul do Brasil, foi criado como
garantia de refúgio para aves migratórias. Com o objetivo de avaliar a
importância do local para o condicionamento pré-migratório de cinco espécies
de Charadriiformes (Charadrius semipalmatus, Calidris alba, Calidris pusilla,
Calidris fuscicollis e Sterna hirundo), utilizou-se dados coletados em diferentes
anos, de 1993 a 2007, para o monitoramento das espécies, considerando duas
variáveis, a gordura acumulada e o estado da plumagem. Também revisou-se
as rotas migratórias das quatro primeiras espécies. Comparou-se a massa
média das aves no período de sua chegada ao Sul do Brasil e na migração para
o Norte. Dados de massa e comprimento de asa foram utilizados para cálculos
de capacidade de vôo de C. semipalmatus, C. alba, C. pusilla e C. fuscicollis.
De S. hirundo também avaliou-se o estado de conservação das penas de vôo e
os tipos de plumagens ocorrentes na população capturada em abril e analisouse
as proporções de indivíduos capturados, por idade, para confirmar a
predominância de adultos e, a origem das aves recuperadas em 2006 e 2007,
para avaliar se a maioria das aves era da costa norte-americana. Verificou-se
que os valores médios de massas das cinco espécies aumentaram nos meses
de abril e maio, confirmando a expectativa de acúmulo de reservas energéticas
pelas aves no período de preparação para migrar. Dos C. semipalmatus, mais
de 70% da população em estudo apresentou valores positivos de capacidade
de vôo, em distâncias de até 3.598 km em abril e maio e, já no primeiro terço
de abril verificou-se aumento na proporção de aves com potencial para voar
1.000 km e maiores. O mesmo foi verificado para C. alba a partir do segundo
terço do mês. O maior valor de capacidade de vôo obtido para C. alba foi de
2.010 km. Mais da metade da população de C. pusilla capturada a partir do
segundo terço de abril apresentou valores positivos de capacidade de vôo, cuja
proporção seguiu aumentando até maio. O maior valor de capacidade de vôo
para a espécie obtido no estudo foi de 3.500 km. Dos C. fuscicollis também
verificou-se tendência de aumento em abril, acentuada a partir do dia 21, e
com a predominância de indivíduos capazes de empreender vôos de 1000 km
ou mais, localizados também a partir dos 25 dias após 1º de abril. A maior
capacidade de vôo calculada para C. fuscicollis foi de 4.130 km. De S. hirundo,
as aves de abril estavam em final de muda das penas de vôo, tendo sido
registrados alguns indivíduos mudando em seqüências simultâneas distintas
tanto nas asas quanto nas caudas, caracterizando 2 centros de mudas para
rêmiges e retrizes. Em abril as aves estavam iniciando a aquisição da
plumagem nupcial. Do total de aves capturadas, 90% eram adultas. Das 9
recuperações, 8 foram anilhadas nos Estados Unidos, em New York (7), e
Mayne (1). A utilização preferencial da rota migratória do Oceano Atlântico
tanto no sentido Norte-Sul, quanto Sul-Norte foi confirmada para C.
semipalmatus, C. alba, C. pusilla e C. fuscicollis. No período de estudo, o
Parque Nacional Lagoa do Peixe foi de importância fundamental para o
condicionamento pré-migratório de Charadrius semipalmatus, Calidris alba,
Calidris pusilla, Calidris fuscicollis e Sterna hirundo, propiciando os nutrientes
necessários às mudas de penas e acúmulo de reservas energéticas para iniciar
a migração a partir de abril
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