nÃo hà / A presente pesquisa objetivou analisar as concepÃÃes sobre alfabetizaÃÃo de professoras do 1o ano do Ensino Fundamental da rede municipal de Fortaleza participantes do Programa de AlfabetizaÃÃo na Idade Certa (PAIC). O estudo tem como referencial teÃrico a proposta sociointeracionista de Vygotsky (1991, 2001) e de Luria (2010). Apoia-se tambÃm nos estudos de Ferreiro e Teberosky (1985) e de Ferreiro (1990, 2001, 2011) sobre concepÃÃo de alfabetizaÃÃo e nas contribuiÃÃes de Tardif e Gauthier (1996), Tardif (2010), Gauthier (1998) e Pimenta (1999, 2012) acerca dos saberes docentes. A pesquisa à de natureza qualitativa do tipo estudo de caso mÃltiplo, e contou com a participaÃÃo de seis professoras da rede municipal de Fortaleza, sendo cada uma de um Distrito Educacional. A coleta de dados ocorreu por meio de associaÃÃo livre de palavras, entrevista, anÃlise de produÃÃes escritas de crianÃas em diferentes nÃveis psicogenÃticos e anÃlise documental de planos de aula das participantes da investigaÃÃo. Os resultados obtidos sugeriram duas diferentes concepÃÃes de alfabetizaÃÃo: a concepÃÃo tradicional e a construtivista-interacionista. As duas professoras apresentaram a predominÃncia da concepÃÃo tradicional atribuÃram importÃncia ao desenvolvimento de prÃ-requisitos para a alfabetizaÃÃo. Para elas, a alfabetizaÃÃo à um processo cumulativo em que o ensino parte do fÃcil ao difÃcil e vincula-se a metodologias tais como treino da leitura, emprego do mÃtodo silÃbico e uso do autoditado diÃrio como forma de se evitar o erro. Apesar de ter predominantemente a concepÃÃo tradicional, essas docentes caracterizaram os nÃveis psicogenÃticos da lÃngua escrita, mas demonstraram dificuldades e imprecisÃes em propor intervenÃÃes didÃticas de acordo com o nÃvel psicogenÃtico da escrita. As quatro professoras defensoras da concepÃÃo construtivista-interacionista compreendem a alfabetizaÃÃo como um processo que se inicia antes mesmo da entrada da crianÃa na escola. Para essas professoras, a crianÃa percorre diferentes nÃveis de conceitualizaÃÃes na tentativa de compreender a representaÃÃo alfabÃtica da lÃngua. Verificou-se coerÃncia entre a anÃlise das professoras sobre nÃveis psicogenÃticos de escrita e as sugestÃes de intervenÃÃo. Segundo essas quatro professoras, as crianÃas constroem conhecimentos e ao professor à atribuÃdo o papel de mediÃ-los. Conclui-se que, apesar das aÃÃes da formaÃÃo do PAIC se basearem em pressupostos construtivistas-interacionistas, identifiou-se professoras que ainda nÃo consolidaram essa concepÃÃo de alfabetizaÃÃo.