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Maryse Condé, relatos (auto) biográficosRibeiro, Aída Maria Jorge 06 June 2017 (has links)
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Tese janeiro 2017 pronta.pdf: 1972713 bytes, checksum: f7eb7a75eb343405aeb9802405a17137 (MD5) / Instituto Federal Fluminense, Diretoria de Ensino, Campos dos Goytacazes, RJ / Esta tese se propõe a discutir em que medida a literatura constitui um viés de
resgate memorial de um indivíduo e, ao mesmo tempo, da sociedade em que se insere.
Também pretende mostrar como as leituras constituem uma genealogia literária e
colaboram para a formação da identidade de leitores e escritores. Para tal, serão
consideradas quatro obras da escritora antilhana Maryse Condé: Le coeur à rire et à
pleurer- souvenirs de mon enfance (1999), Victoire, les saveurs et les mots (2006), La
vie sans fards (2012) e Mets et merveilles (2015).
Entre Maryse Condé e seu leitor, que entra (ou não) no jogo proposto pela
narrativa autobiográfica, estabelece-se uma espécie de “pacto” entre quem escreve e
quem lê: de um lado, tem-se a autora, desejosa de escrever, de ser lida e reconhecida,
que se compromete a dizer a (sua) verdade, esperando, em troca, um comprometimento
afetivo por parte do leitor; do outro lado, encontra-se o leitor que, perante as vivências
partilhadas com a narradora, dificilmente permanecerá incólume, manifestando reações
diversas (da adesão à rejeição, da identificação ao distanciamento), podendo mesmo
colocar-se a si próprio em causa. Esse jogo, aliás, é proposto em todo texto literário,
mas no caso da narrativa autobiográfica, a cooperação textual é ainda mais premente, já
que o sucesso da sua recepção depende da predisposição do leitor para pactuar com uma
lógica discursiva que cria uma teia narrativa de ilusões, que parece ser uma coisa, mas
que, na realidade, pode ser muitas outras.
A escritora antilhana, nesses relatos, recorda, escreve e lê o passado, o que
implica necessariamente a evocação de uma ausência recuperada pelo poder das
palavras através da memória ou da imaginação transfiguradoras. Nesse sentido, os
relatos (auto) biográficos de Condé são narrativas que representam um desafio face ao
esquecimento e às traições da memória, uma possibilidade face às dificuldades
enfrentadas na busca do autoconhecimento e uma confirmação das capacidades da
linguagem para recuperar e recriar vivências e mundos possíveis. Eles constituem,
afinal, um contributo literário para a busca de respostas em torno das inúmeras questões
sobre a autobiografia, seus modos de fazer e seus modos de ler, sugestões de receitas
(sempre mutáveis, é claro) sobre os modos possíveis de se contar a própria vida, sempre
um compósito da vida dos seus, dos lugares pelos quais passou e também de suas
leituras e incontáveis interpretações / Cette thèse se propose à discuter dans quelle mesure la littérature constitue un
moyen de réappropriation mémorielle de l’individu ainsi que de la société dans laquelle
il est inséré. Elle a également l'intention de montrer comment les lectures sont une
généalogie littéraire et collaborent pour la formation de l'identité de lecteurs et
d'écrivains. Quatre ouvrages de l'écrivaine antillaise Maryse Condé seront analysés: Le
coeur à rire et à pleurer- souvenirs de mon enfance (1999), Victoire, les saveurs et les
mots (2006), La vie sans fards (2012) et Mets et merveilles (2015).
Entre Maryse Condé et son lecteur, qui entre (ou non) dans le jeu proposé par le
récit autobiographique, se met en place une sorte de «pacte» entre celui qui écrit et celui
qui lit: d'une part, nous avons l'auteur, désireux d'écrire, d'être lu et reconnu, qui se
charge de dire (sa) vérité, en attendant, en échange, un engagement émotionnel du
lecteur; d'autre part, nous trouvons le lecteur qui, vis-à-vis des expériences partagées
avec le narrateur, ne pourra pas demeurer indemne, exprimant des réactions diverses (de
l’adhésion au rejet, de l’identification à la distance) il peut même se remettre en
question. Ce jeu est, d'ailleurs, présent dans tous les textes littéraires, mais dans le cas
du récit autobiographique, la coopération textuelle est encore plus importante, puisque
le succès de sa réception dépend de la volonté du lecteur de collaborer avec une logique
discursive qui crée un tissu narratif d’illusions, qui paraît quelque chose, mais en fait,
peut être beaucoup d'autres.
L'écrivaine antillaise, dans ces récits, se souvient, écrit et lit le passé qui
implique nécessairement l'évocation d'une absence récupérée par le pouvoir des mots
par la mémoire ou l'imagination qui transfigurent. Dans ce sens, les rapports (auto)
biographiques de Condé sont des récits qui représentent un défi contre l'oubli et les
trahisons de la mémoire, une possibilité face aux difficultés de l'auto-recherche et la
confirmation des capacités de la langue pour récupérer et reconstruire des expériences et
des mondes possibles. Ils sont, après tout, une contribution littéraire à la recherche de
réponses sur les nombreuses questions concernant l'autobiographie, les façons de faire
et les manières de lire, des suggestions de recettes (toujours mouvantes, bien sûr) sur
comment l’on peut raconter sa propre vie, toujours un composite de la vie des autres,
des lieux parcourus et aussi de lectures et des innombrables interprétations
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