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Para além da reforma psiquiátrica: o adoecimento psíquico das pessoas em situação de rua no Município de Ponta Grossa - Paraná

Santos, Fernanda Pimentel 09 April 2018 (has links)
Submitted by Eunice Novais (enovais@uepg.br) on 2018-06-07T23:15:19Z No. of bitstreams: 2 license_rdf: 811 bytes, checksum: e39d27027a6cc9cb039ad269a5db8e34 (MD5) FernandaPimentelSantos.pdf: 3623675 bytes, checksum: 72d0e8d265bbbe4cccd2ce6d643e03be (MD5) / Made available in DSpace on 2018-06-07T23:15:19Z (GMT). No. of bitstreams: 2 license_rdf: 811 bytes, checksum: e39d27027a6cc9cb039ad269a5db8e34 (MD5) FernandaPimentelSantos.pdf: 3623675 bytes, checksum: 72d0e8d265bbbe4cccd2ce6d643e03be (MD5) Previous issue date: 2018-04-09 / A loucura foi compreendida como um objeto a ser tratado pela repressão, destinada não apenas ao louco, mas as pessoas em condições de vulnerabilidade socioeconômica, por vezes em situação de rua, utilizando-se da exclusão social para higienizar a sociedade. O andarilho, o mendigo, o excluído historicamente pela condição de extrema pobreza, partilha da segregação realizada pela saúde mental durante os anos em que foram reprimidos pelo tratamento asilar vitalício. No Brasil, após uma extensa história desigual, marcada pela exclusão social de uma parcela da população em condição de pobreza e adoecida psiquicamente, foram legisladas políticas de reintegração social. Entretanto, o louco e o pobre ainda vivenciam a exclusão social, que não ocorre mais pelo enclausuramento em instituições asilares de forma vitalícia. Mas, é reafirmada pela marginalidade do louco e do pobre. A invisibilidade que as pessoas adoecidas psiquicamente e em situação de vulnerabilidade socioeconômica vivenciam na atualidade, ocorre de forma histórica. O que contrapõem o acesso aos direitos como cidadãos, resultando na exclusão social de uma parcela da população adoecida e em condição de pobreza, mantendo-os as margens da sociedade. Diante de tal cenário social, a presente dissertação analisa a partir do discurso institucional, a relação tríade entre o agravamento do adoecimento psíquico, a condição de pobreza, e a situação de rua de pessoas que são atendidas pelas instituições governamentais e não governamentais no município de Ponta Grossa/PR. Para atingir o objetivo deste estudo, foram utilizados de procedimentos metodológicos com abordagem qualitativa, iniciando-se a partir da pesquisa bibliográfica. Na sequência de observações assistemáticas, de pesquisa documental e de entrevistas semiestruturadas com gestores de sete instituições, que são: Centro de Referência Especializado de Assistência Social para população em situação de rua (CREAS POP), Centro de AtençãoPsicossocial (CAPS II), Centro de Atenção Psicossocial de Álcool e Drogas (CAPS AD), Casa da Acolhida, Ministério Melhor Viver e os hospitais Pronto Socorro Municipal de Ponta Grossa, Centro Integrado de Saúde São Camilo. Os dados coletados foram analisados e categorizados a partir do método análise de conteúdo. Os resultados obtidos evidenciam uma realidade que ainda utiliza-se da exclusão social de uma parcela da população, em condições vulneráveis, para efetivar a higienização social. O discurso de minorias preenche a realidade excludente das pessoas em situação de rua, por vezes adoecidas psiquicamente, que não mais são enclausuradas nos antigos manicômios, mas tornam-se invisíveis a sociedade capitalista. Diante de tal realidade, se torna evidente que as minorias ainda são minorias, com políticas públicas latentes, submetidas à pobreza, ao adoecimento psíquico, por vezes a situação de rua agravando-se a cada movimento, a cada ação higienista da sociedade como um todo. / The madness was understood as an object to be treated by repression, aimed not only the crazy, but people in socio-economic vulnerability conditions, sometimes in a street situation, using social exclusion to sanitize society. The homeless, the beggar, the historically excluded by the condition of extreme poverty sharing the segregation fulfilled through the mental health during the years in which they were repressed for asylum lifelong treatment. In Brazil, after an extensive unequal history, marked by the social exclusion of a portion of the population in poverty and psychically sick, social reintegration policies were legislated. However, the crazy and the poor still experience social exclusion, which no longer occurs by enclosing more in asylum institutions lifelong. But it is reaffirmed by the marginality of the madman and the poor. The invisibility that are people psychically sick and in socio-economic vulnerability conditions, are currently experiencing, occurs in a historical form. What opposes access to rights as citizens, resulting in the social exclusion of a portion of the population sick and in poverty condition, keeping the margin of society. Against of such social scenario, this dissertation analyzes from the institutional discouse the relationship triad between the aggravation of psychic illness, the poverty condition, and the street situation of people who are attended by governmental and non-governmental institutions in the city of Ponta Grossa/PR. To reach the objective this study, were used of methodological procedures with a qualitative approach, starting from the bibliographic research, in sequence unsystematic observations, documentary research and semi-structured interviews with managers of seven institutions, which are: Center of Specialized Reference of Social Assistance for population in situation of street (CSRS SS), Psychosocial Attention Center (PAC II), Center for Psychosocial Care of Alcohol and Drugs (PAC AD), Home gives welcome, Ministry to live Best, and hospitals Emergency Room Municipal the Ponta Grossa, Integrated Center of health São Camilo. The results obtained evidenced a reality that still is used of the social exclusion of a part of the population, in vulnerable conditions, to carry out the social hygiene. The discourse of minorities fills the exclusionary reality of street people, sometimes psychically sick, who are no longer cloistered in the old asylums, but if they make society invisible. Faced the such reality, it becomes evident that minorities are still minorities, with latent public policies, subjected to poverty, to psychic illness, sometimes the street situation aggravated by every movement, every hygienist action of society as a whole.

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