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Processos de significação sobre família em crianças acolhidas institucionalmenteLira, Pedro Paulo Bezerra de 31 January 2012 (has links)
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Previous issue date: 2012 / FACEPE / A partir de uma compreensão sociointeracionista de desenvolvimento, este trabalho destaca a
criança como construtora ativa de significações sobre objetos sociais diversos; sua
participação na sociedade a instiga a reproduzir interpretativamente informações do mundo
adulto de forma a atender aos interesses próprios de sua idade. Explorar significações infantis
sobre família, por exemplo, pode revelar como crianças apreendem esse objeto e salientar os
aspectos de maior visibilidade, segundo suas perspectivas, ainda que a família implique um
processo de contínuas (trans)formações conforme valores e normas culturais. Em se tratando
da criança em acolhimento institucional, torna-se sobressalente colocá-la na posição de sujeito
ativo e detentor de direitos na vivência de institucionalização, escutando-a em suas próprias
percepções, especialmente em um contexto sociocultural que defende a preservação do direito
infanto-juvenil à convivência familiar e comunitária. É então que o presente estudo buscou
investigar processos de significação sobre família em crianças de 3 a 6 anos acolhidas
institucionalmente na cidade do Recife. Contou-se com 24 participantes, que estavam há pelo
menos um mês acolhidos e cujas histórias de vida e situação processual no Poder Judiciário
não foram conhecidas pelo pesquisador. Em sessões videogravadas, grupos de quatro ou cinco
crianças foram convidados a ‘brincar de família’ num setting lúdico previamente organizado
com objetos à disposição, desempenhando ‘personagens’ que admitissem integrar uma
família. Dois dias após a sessão da qual participou, cada criança conversou individualmente
com o pesquisador, também sob registro em vídeo, acerca da temática estudada, utilizando-se
como material de apoio fotografias de momentos relevantes da sessão e lápis e papel. Sob
análise microgenética, cada oficina foi observada atentamente, repetidas vezes, e episódios
envolvendo significações relacionadas a família, construídas e negociadas pelas crianças,
foram identificados, recortados e transcritos em detalhe; complementarmente, trechos das
conversas foram alçados à discussão. ‘Brincando de família’ e falando de seus ‘personagens’
e ações, as crianças sinalizaram fragmentos perceptivos a respeito desse objeto social; isso,
por meio da explicitação daqueles que julgaram compor uma família, da consideração de
diferenças nas atividades desempenhadas por estes, da referência às distintas relações
estabelecidas entre os ‘personagens’, e, especialmente, da forma como negociaram a
condução dos empreendimentos lúdicos coletivos; o que revelou diferentes modos de ‘ser
família’. Aparentes recortes mnêmicos de vivências particulares circunscreveram alguns
relatos e ações. Interessante que, independentemente de essas crianças estarem acolhidas
institucionalmente, suas brincadeiras se mostraram semelhantes a outras observadas em
crianças de mesma faixa etária fora de uma situação de acolhimento, com papéis e posições
negociadas. Os resultados evidenciam processos de significação como construções
microgenéticas no aqui e agora das interações, as quais se apresentam imprevisíveis enquanto
recombinação de significados advindos dos distintos parceiros interacionais imersos em um
contexto sócio-histórico. O estudo realizado contribui para a percepção de que, mais do que
crianças institucionalizadas, estas são crianças, e, assim sendo, são socialmente competentes
como quaisquer outras. Além disso, permite refletir sobre o brincar na ontogênese infantil e as
implicações metodológicas quando este é considerado lugar de observação.
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Processos de significação sobre família em crianças acolhidas institucionalmentePaulo Bezerra de Lira, Pedro 27 February 2012 (has links)
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Previous issue date: 2012 / A partir de uma compreensão sociointeracionista de desenvolvimento, este trabalho destaca a
criança como construtora ativa de significações sobre objetos sociais diversos; sua
participação na sociedade a instiga a reproduzir interpretativamente informações do mundo
adulto de forma a atender aos interesses próprios de sua idade. Explorar significações infantis
sobre família, por exemplo, pode revelar como crianças apreendem esse objeto e salientar os
aspectos de maior visibilidade, segundo suas perspectivas, ainda que a família implique um
processo de contínuas (trans)formações conforme valores e normas culturais. Em se tratando
da criança em acolhimento institucional, torna-se sobressalente colocá-la na posição de sujeito
ativo e detentor de direitos na vivência de institucionalização, escutando-a em suas próprias
percepções, especialmente em um contexto sociocultural que defende a preservação do direito
infanto-juvenil à convivência familiar e comunitária. É então que o presente estudo buscou
investigar processos de significação sobre família em crianças de 3 a 6 anos acolhidas
institucionalmente na cidade do Recife. Contou-se com 24 participantes, que estavam há pelo
menos um mês acolhidos e cujas histórias de vida e situação processual no Poder Judiciário
não foram conhecidas pelo pesquisador. Em sessões videogravadas, grupos de quatro ou cinco
crianças foram convidados a brincar de família num setting lúdico previamente organizado
com objetos à disposição, desempenhando personagens que admitissem integrar uma
família. Dois dias após a sessão da qual participou, cada criança conversou individualmente
com o pesquisador, também sob registro em vídeo, acerca da temática estudada, utilizando-se
como material de apoio fotografias de momentos relevantes da sessão e lápis e papel. Sob
análise microgenética, cada oficina foi observada atentamente, repetidas vezes, e episódios
envolvendo significações relacionadas a família, construídas e negociadas pelas crianças,
foram identificados, recortados e transcritos em detalhe; complementarmente, trechos das
conversas foram alçados à discussão. Brincando de família e falando de seus personagens
e ações, as crianças sinalizaram fragmentos perceptivos a respeito desse objeto social; isso,
por meio da explicitação daqueles que julgaram compor uma família, da consideração de
diferenças nas atividades desempenhadas por estes, da referência às distintas relações
estabelecidas entre os personagens , e, especialmente, da forma como negociaram a
condução dos empreendimentos lúdicos coletivos; o que revelou diferentes modos de ser
família . Aparentes recortes mnêmicos de vivências particulares circunscreveram alguns
relatos e ações. Interessante que, independentemente de essas crianças estarem acolhidas
institucionalmente, suas brincadeiras se mostraram semelhantes a outras observadas em
crianças de mesma faixa etária fora de uma situação de acolhimento, com papéis e posições
negociadas. Os resultados evidenciam processos de significação como construções
microgenéticas no aqui e agora das interações, as quais se apresentam imprevisíveis enquanto
recombinação de significados advindos dos distintos parceiros interacionais imersos em um
contexto sócio-histórico. O estudo realizado contribui para a percepção de que, mais do que
crianças institucionalizadas, estas são crianças, e, assim sendo, são socialmente competentes
como quaisquer outras. Além disso, permite refletir sobre o brincar na ontogênese infantil e as
implicações metodológicas quando este é considerado lugar de observação
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