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Inclusão social e as pessoas com deficiência: uma análise na perspectiva críticaCarvalho, Alfredo Roberto de 19 February 2009 (has links)
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Previous issue date: 2009-02-19 / This work is inserted in the perspective of establishing a critic reflection about the
proposal of social inclusion and people with disabilities, particularly those people who
belong to the exploited social class. On this perspective, the starting point of the
analysis is the understanding of the conditionings which took humanity to develop,
historically, different practices and conceptions related the this segment, mainly:
extermination or abandon, institutionalization, integration, inclusion, mystic and
biologic or naïve. On the sequence, it is analyzed the uprising of the inclusive
proposal, demonstrating that the mentioned proposal is an answer to the pressures
made by excluded and marginalized segments, articulated with the new necessities
imposed by capital´s need for expansion. Finally, there are presented and analyzed
the main principals which are sustaining this proposal, especially: equal
opportunities; respect for the diversity and valorization of the differences; and of
concept relativist of knowledge, showing that these same principals have been
responding fundamentally to the needs of the actual capitalist´s development model.
Along the work, it is sustained the hypothesis that the social inclusion proposal,
because it is based on those principals, cannot put itself as an effective instrument to
combat the main determinants of the problems historically lived by the people with
disabilities, but, on the contrary, it has been used to hide the classist nature of the
capitalist society, which, nowadays, constitute the fundamental basis that sustain the
whole process of generating inequality, exclusion and marginalization. On the
perspective pointed by those principals, the concepts of classes' contradictions are
discarded and fights between exploited and explorer are substituted for the
proposition of a new attitude facing the social problems, involving changes specially
on the formal plan. In order to the fight of people with disabilities can go over and
above the denunciation of the traditional practices and conceptions, allowing the
comprehension and the confrontation of the real determinants which, historically,
have been excluding them, it is necessary that the fight does not remain restricted to
the formal/ideal plan. However, this task must involve everyone who can formulate a
critical analysis about the problems historically faced by humanity, contributing to put
in doubt the conditions of existence of all marginalized segments from the materiality
present in some historical moment. This comprehension will allow, surely, the
denaturalization of the segregational practices and conceptions related to the people
with disabilities, and insert the confrontation against them in the fighting process to
overcome the capitalistic mode of production and the construction of a society
without explorers and exploited, meaning a new social formation where every
individual contributes according to its possibilities and receives according to its
needs. That is the society in which can be established the necessary conditions so
the defect, by itself, does not make a person with disability the individual who carries
it. / Este trabalho insere-se na perspectiva de se estabelecer uma reflexão crítica a
respeito da proposta de inclusão social e as pessoas com deficiência,
particularmente aquelas pertencentes à atual classe social explorada. Nessa
perspectiva, o ponto de partida da análise é o entendimento dos condicionantes que
levaram a humanidade a desenvolver historicamente diferentes práticas e
concepções relativas a esse segmento, principalmente as do extermínio ou
abandono, institucionalização, integração, inclusão, mística e biológica ou ingênua.
Na sequência é analisado o surgimento da proposta inclusiva, demonstrando que
essa significa uma resposta às pressões dos segmentos excluídos e marginalizados,
articulados com as novas demandas impostas pela necessidade de expansão do
capital. Finalmente são apresentados e analisados os principais princípios que vêm
sustentando essa proposta, em especial, os da igualdade de oportunidades, do
respeito à diversidade e da valorização das diferenças e do conceito relativista de
conhecimento, demonstrando que os mesmos têm respondido fundamentalmente às
necessidades do atual modelo de desenvolvimento capitalista. Ao longo do trabalho
sustenta-se a hipótese de que a proposta de inclusão social, por estar alicerçada
nesses princípios, não pode ser colocada como um instrumento efetivo no combate
aos principais determinantes dos problemas historicamente vivenciados pelas
pessoas com deficiência, mas, pelo contrário, vem sendo utilizada para ocultar a
natureza classista da sociedade capitalista, que, na atualidade, se constitui na base
fundamental que sustenta todo um processo gerador de desigualdade, de exclusão
e de marginalização. Na perspectiva apontada por tais princípios, são descartados
os conceitos de contradição de classes e as lutas entre explorados e exploradores,
propondo, em substituição, uma nova atitude diante dos problemas sociais,
envolvendo principalmente mudanças no plano formal. Para que a luta das pessoas
com deficiência possa ir além da denúncia das tradicionais práticas e concepções
segregativas, permitindo a compreensão e o enfrentamento dos verdadeiros
determinantes que historicamente as têm colocado na condição de excluídas, é
necessário ultrapassar o plano formal/ideal e envolver todos aqueles que
conseguem formular uma análise crítica a respeito dos problemas historicamente
enfrentados pela humanidade, contribuindo para problematizar as condições de
existência de todos os segmentos marginalizados a partir da materialidade presente
num determinado momento histórico. Essa compreensão certamente permitirá a
desnaturalização das práticas e das concepções segregativas relativas às pessoas
com deficiência e inserir o enfrentamento contra as mesmas no processo de luta
pela superação do modo de produção capitalista e a construção de uma sociedade
sem explorados e exploradores, isto é, uma nova formação societária onde cada
indivíduo contribua com a mesma conforme suas possibilidades e receba segundo
suas necessidades. É nesta sociedade que se podem estabelecer as condições
necessárias para que o defeito por si só não transforme alguém que o possui numa
pessoa com deficiência.
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