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Inclusão social e as pessoas com deficiência: uma análise na perspectiva crítica

Carvalho, Alfredo Roberto de 19 February 2009 (has links)
Made available in DSpace on 2017-07-10T16:17:11Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Alfredo.pdf: 1803108 bytes, checksum: 66df7f6358603f8a523abe15ef635fe0 (MD5) Previous issue date: 2009-02-19 / This work is inserted in the perspective of establishing a critic reflection about the proposal of social inclusion and people with disabilities, particularly those people who belong to the exploited social class. On this perspective, the starting point of the analysis is the understanding of the conditionings which took humanity to develop, historically, different practices and conceptions related the this segment, mainly: extermination or abandon, institutionalization, integration, inclusion, mystic and biologic or naïve. On the sequence, it is analyzed the uprising of the inclusive proposal, demonstrating that the mentioned proposal is an answer to the pressures made by excluded and marginalized segments, articulated with the new necessities imposed by capital´s need for expansion. Finally, there are presented and analyzed the main principals which are sustaining this proposal, especially: equal opportunities; respect for the diversity and valorization of the differences; and of concept relativist of knowledge, showing that these same principals have been responding fundamentally to the needs of the actual capitalist´s development model. Along the work, it is sustained the hypothesis that the social inclusion proposal, because it is based on those principals, cannot put itself as an effective instrument to combat the main determinants of the problems historically lived by the people with disabilities, but, on the contrary, it has been used to hide the classist nature of the capitalist society, which, nowadays, constitute the fundamental basis that sustain the whole process of generating inequality, exclusion and marginalization. On the perspective pointed by those principals, the concepts of classes' contradictions are discarded and fights between exploited and explorer are substituted for the proposition of a new attitude facing the social problems, involving changes specially on the formal plan. In order to the fight of people with disabilities can go over and above the denunciation of the traditional practices and conceptions, allowing the comprehension and the confrontation of the real determinants which, historically, have been excluding them, it is necessary that the fight does not remain restricted to the formal/ideal plan. However, this task must involve everyone who can formulate a critical analysis about the problems historically faced by humanity, contributing to put in doubt the conditions of existence of all marginalized segments from the materiality present in some historical moment. This comprehension will allow, surely, the denaturalization of the segregational practices and conceptions related to the people with disabilities, and insert the confrontation against them in the fighting process to overcome the capitalistic mode of production and the construction of a society without explorers and exploited, meaning a new social formation where every individual contributes according to its possibilities and receives according to its needs. That is the society in which can be established the necessary conditions so the defect, by itself, does not make a person with disability the individual who carries it. / Este trabalho insere-se na perspectiva de se estabelecer uma reflexão crítica a respeito da proposta de inclusão social e as pessoas com deficiência, particularmente aquelas pertencentes à atual classe social explorada. Nessa perspectiva, o ponto de partida da análise é o entendimento dos condicionantes que levaram a humanidade a desenvolver historicamente diferentes práticas e concepções relativas a esse segmento, principalmente as do extermínio ou abandono, institucionalização, integração, inclusão, mística e biológica ou ingênua. Na sequência é analisado o surgimento da proposta inclusiva, demonstrando que essa significa uma resposta às pressões dos segmentos excluídos e marginalizados, articulados com as novas demandas impostas pela necessidade de expansão do capital. Finalmente são apresentados e analisados os principais princípios que vêm sustentando essa proposta, em especial, os da igualdade de oportunidades, do respeito à diversidade e da valorização das diferenças e do conceito relativista de conhecimento, demonstrando que os mesmos têm respondido fundamentalmente às necessidades do atual modelo de desenvolvimento capitalista. Ao longo do trabalho sustenta-se a hipótese de que a proposta de inclusão social, por estar alicerçada nesses princípios, não pode ser colocada como um instrumento efetivo no combate aos principais determinantes dos problemas historicamente vivenciados pelas pessoas com deficiência, mas, pelo contrário, vem sendo utilizada para ocultar a natureza classista da sociedade capitalista, que, na atualidade, se constitui na base fundamental que sustenta todo um processo gerador de desigualdade, de exclusão e de marginalização. Na perspectiva apontada por tais princípios, são descartados os conceitos de contradição de classes e as lutas entre explorados e exploradores, propondo, em substituição, uma nova atitude diante dos problemas sociais, envolvendo principalmente mudanças no plano formal. Para que a luta das pessoas com deficiência possa ir além da denúncia das tradicionais práticas e concepções segregativas, permitindo a compreensão e o enfrentamento dos verdadeiros determinantes que historicamente as têm colocado na condição de excluídas, é necessário ultrapassar o plano formal/ideal e envolver todos aqueles que conseguem formular uma análise crítica a respeito dos problemas historicamente enfrentados pela humanidade, contribuindo para problematizar as condições de existência de todos os segmentos marginalizados a partir da materialidade presente num determinado momento histórico. Essa compreensão certamente permitirá a desnaturalização das práticas e das concepções segregativas relativas às pessoas com deficiência e inserir o enfrentamento contra as mesmas no processo de luta pela superação do modo de produção capitalista e a construção de uma sociedade sem explorados e exploradores, isto é, uma nova formação societária onde cada indivíduo contribua com a mesma conforme suas possibilidades e receba segundo suas necessidades. É nesta sociedade que se podem estabelecer as condições necessárias para que o defeito por si só não transforme alguém que o possui numa pessoa com deficiência.

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