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INFÂNCIA E ESPAÇO URBANO Significados e sentidos de morar em posse urbana para crianças com idade entre sete e onze anosCarvalho, Luiz do Nascimento 29 March 2006 (has links)
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Previous issue date: 2006-03-29 / The present research has as study objects the meanings and senses of living in urban
ownership for children of the popular layers. The meaning is conceived as the most steady
dimension of the word, the synthesis of the communication and the thought. By the meaning,
it is explicit the entailing of the person with its social group. The sense is the most singular
dimension of the person, composed by affection and memories, aspirations and projects.
Through these two concepts, critical social psychology has been studying the individual
in the intersection with society and groups. To map the meanings and the senses for
children of living in the urban ownership, it was opted to adopt, as privileged informants,
children with age between seven and eleven years, resident in an urban ownership of
Goiânia – Goiás. The adopted procedures to contact what the children think and feel in
relation to that social space that they inhabit consisted in triangulation of procedures,
with surveys of partner-demographic information, obtained in documents of the Brazilian
Institute of Geography and Statistics (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas –
IBGE) and of agencies of the Municipal City Hall of Goiânia. With such information it
was identified the historic-social context in which such children are inserted. It was also
used structuralized interview, photographic registers, focal group, as well as daily field
registers, following the ethnographical research model. Fifty children were interviewed,
among which five of them were chosen to participate of the structuralized interview. To
live in the village for the children had double meaning. On one side, it is associated to
the relations characterized for the kinship, neighborhood and friendship. Playing appears,
in this context, as a privileged form of activity on the part of them, strengthening the
triple qualified relations (kinship – neighborhood – friendship) and as vehicle of a set of
affection that are part of the dynamics of these relations. On another side, to live in the
village means to coexist with danger, to venture in the middle of the spaces of security
and unreliability, and to coexist in a context that demands to be silent about it, and many
times, to be affected by the vision of the barbarity. The senses of the social place that the
children occupy also are configured by the tension between two antagonistic forms that
objectify-subjectify in social life. On one side, the children feel the existing affection and
protection in the significant relations, with the extensive family who inhabits the place,
with friends, relatives and neighbors, what gives the child a sense of belonging : “I belong
here”. On the other side, when in the pendulum between these two polar regions, the tragic
sense prevails, the village starts to configure itself as a place of repulses and refuses, what
produces the desire to search for another place. This other place is the utopia that the child
elaborates in the process of temporizing and subjectivazing of the space. Such meanings
and senses are expressions of the social dialectic exclusion-inclusion. / A presente pesquisa tem como objeto de estudo os significados e sentidos de morar na
posse urbana para crianças das camadas populares. O significado é concebido como a
dimensão mais estável da palavra, a síntese da comunicação e do pensamento. Por meio
dele, explicita-se a vinculação do indivíduo com seu grupo social. O sentido é a dimensão
mais singular do sujeito, composto por afetos e memórias, aspirações e projetos. Por
meio desses dois conceitos, a psicologia social crítica tem buscado estudar o individuo na
intersecção com sociedades e grupos. Para mapear os significados e os sentidos de morar
na posse urbana para crianças, optou-se por adotar, como informantes privilegiadas,
crianças com idade entre sete e onze anos, residentes em uma posse urbana em Goiânia-
GO. Os procedimentos adotados para ter acesso ao que as crianças pensam e sentem em
relação àquele espaço social que habitam consistiram em triangulação de procedimentos,
com levantamentos de informações sócio-demográficas, obtidas em documentos do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e de órgãos da Prefeitura Municipal
de Goiânia. Com tais informações buscou-se identificar o contexto histórico-social no
qual estão inseridas tais crianças. Também trabalhou-se com entrevista estruturada,
registros fotográficos, grupo focal, além de registros em diário de campo, seguindo o
modelo de pesquisa etnográfica. Foram entrevistadas cinqüenta crianças, dentre as quais
foram escolhidas cinco delas para participarem da entrevista em grupo, segundo algumas
respostas à entrevista estruturada. Morar na vila para as crianças possui duplo significado.
De um lado, está associado a relações caracterizadas pelo parentesco, vizinhança a amizade.
A brincadeira surge, nesse contexto, como forma privilegiada de atividade por parte delas,
reforçando as relações triplamente qualificadas (parentesco-vizinhança-amizade) e como
veículo de um conjunto de afetos que permeiam a dinâmica dessas relações. De outro lado,
morar na vila significa conviver com o perigo, aventurar-se no vaivém entre os espaços
de segurança e insegurança, e conviver em meio a um contexto que exige silenciar sobre
ele, e muitas vezes, ser afetado pela visão da barbárie. Os sentidos do lugar social que as
crianças ocupam também se configuram no tensionamento entre duas formas antagônicas
que se objetivam-subjetivam na vida social. De um lado, as crianças sentem o carinho e a
proteção existente nas relações significativas, com a família extensa que reside no local,
com os amigos, parentes e vizinhos, o que dá à criança um sentido de pertencimento a ela:
“eu sou daqui”. Der outro lado, quando, no pêndulo entre esses dois pólos, prevalece o
sentido do trágico, a vila passa a configurar-se como um lugar de repulsa e recusa, o que
produz o desejo de buscar outro lugar. Esse outro lugar é a utopia que a criança elabora
no processo de temporalização e subjetivação do espaço. Tais significados e sentidos são
expressões da dialética exclusão-inclusão social.
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