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Modernidade e homens de cultura: vocação cultural, religiosidade e outras ambiguidades no município de Cataguases – MGCruz, Inácio Manoel Neves Frade da 27 August 2013 (has links)
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Previous issue date: 2013-08-27 / Cataguases: “Terra de Gente Boa”, “Berço do Cinema Nacional”, “Princesinha da Mata”, solo fértil para as reflexões sobre a narrativa de uma vocação cultural em cujo terreno fecundado pelo Movimento Verde e capturado pelas lentes de Humberto Mauro, desde seus priscos tempos empenha-se em estabelecer uma relação de extrema intimidade com o universo artístico. Reconhecida e consagrada para além de suas fronteiras por uma suposta disposição espontânea que a impele em direção às elaborações culturais, a cidade é tida como um idiossincrático e provocador microcosmo das principais capitais brasileiras. Esta tese tem por finalidade conhecer as “Muitas Cataguases” que se escondem sob o mito da urbe cultural. Em decorrência da historiografia e, indiscriminadamente, dos discursos sobre a essência cataguasense se apoiarem num passado repleto de realizações grandiosas, capitaneadas por intelectuais êmicos e artistas de renome internacional, há a necessidade de remover o dossel quase sagrado da vocação que encobre sua construção identitária. Realizo também uma mirada sobre o seu campo religioso com o propósito de estabelecer algumas diferenças susceptíveis de comparação em relação à perspectiva modernizante com que a ideia da vocação cultural quer assinalar a localidade. Mesmo que vagamente ritualizada pelo poder público e subaproveitada nos meios educacionais, a idéia da propensão para o exercício da arte em Cataguases não parece perder força na atualidade. Hipostasiando relações pontuais delega-se a toda a sociedade uma suposta “inclinação artística”, na verdade, circunscrita a uns poucos indivíduos ligados ao mundo da cultura. Tal fato dá a entender que, do centro à zona rural, passando pela periferia, subsiste apenas uma postura condizente com um estilo de vida que refluiria, sem cessar, numa produção consciente de obras artísticas cujos conteúdos invariavelmente procuram desempenhar o papel de vanguardistas. Construído com base na combinação epistemológica entre Antropologia, Sociologia e História, um dos maiores objetivos deste trabalho é sublinhar as especificidades das narrativas que permitem a uma pequena parcela da elite intelectual se apropriar e reinventar os discursos que traduzem a “Catagu(arte)”. Ainda hoje umbilicalmente ligado ao Movimento Verde e ao Ciclo de Cataguases, o mito da vocação cultural de Cataguases ganha o senso comum e serpenteia mundo afora. / Cataguases: “Land of Fine People”, “Cradle of the National Cinema”, “Little Princess of the Mata”, fertile ground for reflections about a place with a kind of cultural vocation that gave birth to the Movimento Verde and was captured by the lenses of Humberto Mauro who devoted himself to establishing a relationship of genuine intimacy with the artistic universe. Recognized well beyond its own frontiers for a certain spontaneity that always impelled it towards manifestations of the cultural kind, the city has been perceived as idiosyncratic and something of a provocateur in microcosm by Brazil’s major cities. The goal of this thesis is to reveal the “Many Cataguases” that hide behind the myth of the cultural city. In the playing out of the historiography and, throughout, in the discourse regarding the cataguasense essence here is a past full of great achievements led by intellectuals and artists of international renown It is important to cast off the that somewhat sacred canopy that covers over the city’s identity. I look also at religious issues and how they play into comparisons between the modernizing perspective of the city and the idea of its unique cultural vocation. Even though it has been somewhat ritualized by the public powers and underutilized by educational institutions, the idea that Cataguases is a unique place to practice art has not lost its power nowadays. In spite of the fact that the city’s “artistic inclination” supposedly affects all of society, in fact, this same inclination is limited to individuals connected to the world of culture. The consequences of this fact explain why from the heart of the city to the rural areas passing through its periphery there is just one school of thought associated with artistic production and the artists who holds these view really play the role of an elite vanguard. Based upon an epistemological combination of anthropology, sociology and history, one of the main objectives of this study is to highlight the specifics of the narratives that enable a small part of the intellectual elite to appropriate and reinvent the discourse that translates into “Catagu(arte)”. Even today, closely linked to the Movimento Verde and the Cycle of Cataguases, the myth of the cultural vocation of Cataguases makes good common sense at home and beyond.
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