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Um estudo sobre o adiamento da maternidade em mulheres contemporâneas / A study on the postponement of motherhood in contemporary womenLima, Maria Galrão Rios 18 May 2012 (has links)
A possibilidade do controle feminino sobre a reprodução, de escolha ou não pela maternidade, do número de filhos e de quando tê-los, se coloca como um fenômeno que vem se consolidando ao longo do tempo, acompanhando as diversas transformações na família, no casamento, na maternidade e na paternidade. Cresce, nesse contexto, o número de mulheres que postergam a maternidade para idades cada vez mais avançadas. Tal fenômeno vem muitas vezes carregado de idealizações e de desconhecimento, o que pode gerar a ilusão de um controle que não necessariamente equivale às vivências reais. O objetivo geral desta tese é o de investigar o fenômeno do adiamento da maternidade, na sociedade atual, com base nas vivências de mulheres de dois diferentes grupos que optaram por ter o primeiro filho depois dos trinta e cinco anos: aquelas que conseguiram e aquelas que não, seja porque ainda estivessem tentando, seja porque houvessem desistido. Como objetivo específico, pretende-se pensar a influência dos fatores conjugalidade, carreira profissional e história de vida, nas famílias de origem na determinação desse tipo de escolha. Para tanto, foram realizadas, a partir de uma metodologia clínico-qualitativa, a aplicação das pranchas 1, 2, 7MF, 10 e 16 do TAT, além de uma entrevista semidirigida, com oito mulheres quatro pertencentes a cada grupo com idades entre trinta e seis e quarenta e um anos, em um relacionamento estável, com mais de oito anos de escolaridade, habitantes da região metropolitana de São Paulo. Os dados foram analisados de acordo com o referencial psicanalítico, levando-se em conta, também, aspectos históricos e psicossociais que influenciam o fenômeno. Os resultados são apresentados de acordo com as seguintes categorias de análise: a experiência do adiamento da maternidade; a maternidade, como experiência para aquelas que se tornaram mães, e como experiência projetada, para aquelas que não se tornaram mães; conjugalidade; carreira profissional; relação com a própria mãe e conjugalidade dos pais; e a questão do poder. Conclui-se que o fenômeno do adiamento da maternidade, na sociedade contemporânea, mostra-se complexo e imerso em uma multiplicidade de significados. Em meio às especificidades de cada caso, algumas aproximações puderam ser feitas entre as experiências das mulheres dos dois grupos, especialmente no que diz respeito à valorização e idealização da conjugalidade, percebida inclusive como mais importante que o desenvolvimento de uma carreira profissional, bem como a possibilidade de integração dos aspectos que concernem ao poder em relação ao corpo e ao controle da reprodução por meio dos binômios: onipotência/impotência e elementos femininos/masculinos puros na mulher contemporânea, de um ponto de vista winnicottiano. As divergências mais marcantes entre os dois grupos se referem sobretudo à relação estabelecida com as próprias mães, além da conjugalidade dos pais. A postergação da maternidade, fenômeno tão atual e com potencial para mobilizar tantas angústias e sofrimentos, pode ser vivenciada pelas mulheres contemporâneas de maneira mais ou menos saudável ou criativa, com uma maior ou menor capacidade de integração da ambivalência, a depender dos recursos psíquicos individuais e do legado geracional / The womans option to control her fertility, to choose motherhood or not, to choose the number of children and the time to have them, is a phenomenon that has been establishing itself over time, following diverse transformations in the family and the marriage, as well as in motherhood and fatherhood. In this context, there has been an increase in the number of women who delay childbirth until later in life. Many times, such phenomenon comes loaded with idealization and lack of knowledge, which may generate an illusion of control that does not necessarily equate with the real experience. The general objective of this thesis is to investigate the phenomenon of delayed motherhood in current society from the perspective of two different groups of women who delayed childbirth to later than thirty-five years of age: those who had already succeeded and those who hadnt yet and either gave up or kept trying. The specific objective is to reflect on the influence of the following factors in determining the choice of delayed childbirth: marital situation, professional career and history of families of origin. For this purpose, it was used a clinical-qualitative methodology that included the application of pictures 1, 2, 7GF, 10 and 16 of the TAT (Thematic apperception test) and of semi-directed interviews with eight women (four from each group) with ages ranging from thirty-six to forty-one years, who were in a steady relationship, had more than eight years of schooling, and resided in the metropolitan region of São Paulo. The data are analyzed in accordance to the psychoanalytical referential, taking into account historical and psychosocial aspects that influence the phenomenon. The results are presented in accordance to the following categories of analysis: the experience of delayed childbirth; the experience of motherhood for those who became mothers and the projected experience for those who did not become mothers; marital life; professional career; relationship with their own mother; their parents marital life; and the power issue. The conclusion is that the phenomenon of delayed motherhood in contemporary society reveals itself as complex and immersed in a multiplicity of meanings. Among the specificities of each case, some proximity between the experiences of the women of the two different groups could be established particularly with regard to the attributed value and idealization of the marital relationship, perceived as more important than the development of a professional career; and with regard to the integration of the power aspects that refer to the body and the control of fertility, by means of the binomials: omnipotence/impotence and pure masculine/feminine elements in the contemporary woman, from a Winnicottian point of view. The remarkable divergences between the two groups referred especially to the relationship established with their own mothers and the marital life of their parents. The delayed motherhood, a current phenomenon with potential to stir much distress and suffering, can be experienced deeply by the contemporary women in a more or less healthy or creative way, to a greater or lesser degree of integration of their capacity for sustaining ambivalence, depending on the individual psychic resources and his/hers generational legacy
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Um estudo sobre o adiamento da maternidade em mulheres contemporâneas / A study on the postponement of motherhood in contemporary womenMaria Galrão Rios Lima 18 May 2012 (has links)
A possibilidade do controle feminino sobre a reprodução, de escolha ou não pela maternidade, do número de filhos e de quando tê-los, se coloca como um fenômeno que vem se consolidando ao longo do tempo, acompanhando as diversas transformações na família, no casamento, na maternidade e na paternidade. Cresce, nesse contexto, o número de mulheres que postergam a maternidade para idades cada vez mais avançadas. Tal fenômeno vem muitas vezes carregado de idealizações e de desconhecimento, o que pode gerar a ilusão de um controle que não necessariamente equivale às vivências reais. O objetivo geral desta tese é o de investigar o fenômeno do adiamento da maternidade, na sociedade atual, com base nas vivências de mulheres de dois diferentes grupos que optaram por ter o primeiro filho depois dos trinta e cinco anos: aquelas que conseguiram e aquelas que não, seja porque ainda estivessem tentando, seja porque houvessem desistido. Como objetivo específico, pretende-se pensar a influência dos fatores conjugalidade, carreira profissional e história de vida, nas famílias de origem na determinação desse tipo de escolha. Para tanto, foram realizadas, a partir de uma metodologia clínico-qualitativa, a aplicação das pranchas 1, 2, 7MF, 10 e 16 do TAT, além de uma entrevista semidirigida, com oito mulheres quatro pertencentes a cada grupo com idades entre trinta e seis e quarenta e um anos, em um relacionamento estável, com mais de oito anos de escolaridade, habitantes da região metropolitana de São Paulo. Os dados foram analisados de acordo com o referencial psicanalítico, levando-se em conta, também, aspectos históricos e psicossociais que influenciam o fenômeno. Os resultados são apresentados de acordo com as seguintes categorias de análise: a experiência do adiamento da maternidade; a maternidade, como experiência para aquelas que se tornaram mães, e como experiência projetada, para aquelas que não se tornaram mães; conjugalidade; carreira profissional; relação com a própria mãe e conjugalidade dos pais; e a questão do poder. Conclui-se que o fenômeno do adiamento da maternidade, na sociedade contemporânea, mostra-se complexo e imerso em uma multiplicidade de significados. Em meio às especificidades de cada caso, algumas aproximações puderam ser feitas entre as experiências das mulheres dos dois grupos, especialmente no que diz respeito à valorização e idealização da conjugalidade, percebida inclusive como mais importante que o desenvolvimento de uma carreira profissional, bem como a possibilidade de integração dos aspectos que concernem ao poder em relação ao corpo e ao controle da reprodução por meio dos binômios: onipotência/impotência e elementos femininos/masculinos puros na mulher contemporânea, de um ponto de vista winnicottiano. As divergências mais marcantes entre os dois grupos se referem sobretudo à relação estabelecida com as próprias mães, além da conjugalidade dos pais. A postergação da maternidade, fenômeno tão atual e com potencial para mobilizar tantas angústias e sofrimentos, pode ser vivenciada pelas mulheres contemporâneas de maneira mais ou menos saudável ou criativa, com uma maior ou menor capacidade de integração da ambivalência, a depender dos recursos psíquicos individuais e do legado geracional / The womans option to control her fertility, to choose motherhood or not, to choose the number of children and the time to have them, is a phenomenon that has been establishing itself over time, following diverse transformations in the family and the marriage, as well as in motherhood and fatherhood. In this context, there has been an increase in the number of women who delay childbirth until later in life. Many times, such phenomenon comes loaded with idealization and lack of knowledge, which may generate an illusion of control that does not necessarily equate with the real experience. The general objective of this thesis is to investigate the phenomenon of delayed motherhood in current society from the perspective of two different groups of women who delayed childbirth to later than thirty-five years of age: those who had already succeeded and those who hadnt yet and either gave up or kept trying. The specific objective is to reflect on the influence of the following factors in determining the choice of delayed childbirth: marital situation, professional career and history of families of origin. For this purpose, it was used a clinical-qualitative methodology that included the application of pictures 1, 2, 7GF, 10 and 16 of the TAT (Thematic apperception test) and of semi-directed interviews with eight women (four from each group) with ages ranging from thirty-six to forty-one years, who were in a steady relationship, had more than eight years of schooling, and resided in the metropolitan region of São Paulo. The data are analyzed in accordance to the psychoanalytical referential, taking into account historical and psychosocial aspects that influence the phenomenon. The results are presented in accordance to the following categories of analysis: the experience of delayed childbirth; the experience of motherhood for those who became mothers and the projected experience for those who did not become mothers; marital life; professional career; relationship with their own mother; their parents marital life; and the power issue. The conclusion is that the phenomenon of delayed motherhood in contemporary society reveals itself as complex and immersed in a multiplicity of meanings. Among the specificities of each case, some proximity between the experiences of the women of the two different groups could be established particularly with regard to the attributed value and idealization of the marital relationship, perceived as more important than the development of a professional career; and with regard to the integration of the power aspects that refer to the body and the control of fertility, by means of the binomials: omnipotence/impotence and pure masculine/feminine elements in the contemporary woman, from a Winnicottian point of view. The remarkable divergences between the two groups referred especially to the relationship established with their own mothers and the marital life of their parents. The delayed motherhood, a current phenomenon with potential to stir much distress and suffering, can be experienced deeply by the contemporary women in a more or less healthy or creative way, to a greater or lesser degree of integration of their capacity for sustaining ambivalence, depending on the individual psychic resources and his/hers generational legacy
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