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Interação genético-ambiental nos estados depressivos periparto / Genetic-environmental interaction in peripartum depressive statesFigueiredo, Felipe Pinheiro de 29 April 2016 (has links)
Introdução: Apesar de apresentar grandes prevalências e impactos, a depressão no período perinatal é subdiagnosticada, subtratada e ainda não possui uma consistente diferenciação dos episódios depressivos em outras épocas de vida. Sua etiologia engloba aspectos psicossociais e biológicos ainda controversos. Algumas mulheres expostas a estressores ambientais não desenvolvem estados depressivos no período periparto. A predisposição genética pode ser uma explicação. Estudos que avaliaram o papel de fatores genéticos demonstraram resultados inconsistentes, possivelmente por diferenças metodologias, como a época e a forma da mensuração dos sintomas depressivos, os fatores ambientais avaliados, as metodologias de análise e as diferenças étnicas entre as amostras. Este estudo objetivou investigar interações genético-ambientais na etiologia da depressão periparto, tendo como hipóteses: a) eventos estressores ou a experiência subjetiva de estresse associar-se-iam a uma maior probabilidade de desenvolvimento de sintomas depressivos perinatais em indivíduos portadores de polimorfismos associados com maior vulnerabilidade; b) haveria um efeito diferencial da vulnerabilidade genética aos estressores de acordo com a cor da pele do indivíduo. Métodos: 2847 gestantes de uma coorte prospectiva provenientes de duas cidades brasileiras foram avaliadas no pré-natal e no puerpério. Exploraram-se associações entre variáveis sociodemográficas, e fatores estressores e protetores ambientais com o desenvolvimento de sintomas depressivos perinatais, considerando a predisposição biológica, avaliada por meio de dois polimorfismos funcionais, localizados na região promotora do gene para o transportador de serotonina (5HTTLPR) e do gene para o receptor do hormônio liberador de corticotrofina (CRH1). As associações entre variáveis foram testadas por regressão de Poisson. Testaram-se modelos explicativos para os desfechos utilizando a modelagem de equações estruturais. As interações genético-ambientais foram avaliadas por regressão de Poisson e modelos multigrupos. Resultados: 2822 mulheres foram avaliadas na gestação e 1860 reavaliadas no puerpério. A prevalência de provável depressão na gestação foi de 24,4% e no puerpério, 15,9%. Os modelos com hipóteses associativas para a explicação dos desfechos mostraram que o relato de eventos estressores no último ano teve grande parte do seu efeito mediado pelos níveis de estresse percebido. Estresse percebido foi fator de risco tanto para mulheres brancas como negras, mas relato de eventos estressores foi fator de risco apenas para mulheres brancas. Houve um papel de moderação do 5-HTTLPR e dos haplótipos do CRH1 no efeito ambiental nos estados depressivos perinatais, ampliado quando a cor da pele da mãe foi considerada. Na presença de baixos indicadores de estresse, a presença de nenhuma ou uma cópia do haplótipo do CRH1 foi um fator protetor entre mulheres negras. Na depressão puerperal, ser carreadora da variante longa do 5HTTLPR, teve um efeito protetor na ausência de eventos estressores no último ano. Ao separar por cor, este efeito protetor manteve-se significativo apenas entre mulheres de cor negra. Conclusões: No que se refere à vulnerabilidade genética, os resultados apontaram para algumas semelhanças entre a depressão perinatal e a depressão em outros momentos da vida. A depressão perinatal pode ser um evento importante para o entendimento dos aspectos genéticos da fisiopatologia da depressão em outros momentos da vida. / Introduction: Although presents large prevalences and impacts, peripartum depression are under detected, under assisted and yet do not have a consistent differentiation of depressive episodes at other phases of life. Its etiology includes psychosocial and biological aspects still controversial. A few women exposed to environmental stressors did not develop peripartum depressive states. Genetic predisposition may be an explanation. Studies evaluating the role of genetic factors have shown inconsistent results probably due to methodological differences, such as the period and the way of measurement of depressive symptoms, environmental factors evaluated, analysis methods and ethnic differences between the samples. This study aimed to investigate gene-environment interactions in the etiology of peripartum depression, through these hypotheses: a) the occurrence of stressful events or the subjective experience of stress would associate themselves to a greater probability of developing perinatal depressive symptoms in subjects with polymorphisms associated with greater biological vulnerability; b) there would be a differential effect of genetic vulnerability to environmental stressors according to the individual\'s skin color. Methods: 2847 pregnant women from two Brazilian cities in a prospective cohort study were assessed during the prenatal and postpartum period. Associations between socio-demographic, stressors and protective factors with the development of perinatal depressive symptoms was explored. It was considered the biological predisposition evaluated by two functional polymorphisms located in the promoter region of the gene for the serotonin transporter (5HTTLPR) and the gene for the corticotrophin releasing hormone receptor (CRH1). Associations between variables were tested by Poisson regression. We tested explanatory models for outcomes using structural equation modeling. The geneticenvironmental interactions were assessed by Poisson regression and multigroups models. Results: 2822 women were assessed during pregnancy and 1860 were reassessed during the postpartum period. The prevalence of probable depression during pregnancy was 24.4% and 15.9% during the postpartum period. Models with associative hypotheses to explain the outcomes showed that the report of stressful events in the last 12 months had much of its effect mediated by perceived stress levels. Perceived stress was a risk factor for both white women and black women, but reports of stressful events was a risk factor only for white women. There was a moderating role of the 5-HTTLPR and haplotypes of CRHR1 in the environmental effects on perinatal depressive states. These findings are even more significant when skin color was considered. In the presence of low stress indicators, have no copies or one copy of haplotype CRH1 was a protective factor among black women. In postpartum depression, be a carrier of the long variant of the 5 HTTLPR, had a protective effect in the absence of stressful events in the last year. If we separate by color, this protective effect remained significant only among black women. Conclusions: With regard to genetic vulnerability, the results points to similarities between peripartum depression and depression during other phases of life. Perinatal depression can be an important event for the understanding of the genetic aspects of the pathophysiology of depression.
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Interação genético-ambiental nos estados depressivos periparto / Genetic-environmental interaction in peripartum depressive statesFelipe Pinheiro de Figueiredo 29 April 2016 (has links)
Introdução: Apesar de apresentar grandes prevalências e impactos, a depressão no período perinatal é subdiagnosticada, subtratada e ainda não possui uma consistente diferenciação dos episódios depressivos em outras épocas de vida. Sua etiologia engloba aspectos psicossociais e biológicos ainda controversos. Algumas mulheres expostas a estressores ambientais não desenvolvem estados depressivos no período periparto. A predisposição genética pode ser uma explicação. Estudos que avaliaram o papel de fatores genéticos demonstraram resultados inconsistentes, possivelmente por diferenças metodologias, como a época e a forma da mensuração dos sintomas depressivos, os fatores ambientais avaliados, as metodologias de análise e as diferenças étnicas entre as amostras. Este estudo objetivou investigar interações genético-ambientais na etiologia da depressão periparto, tendo como hipóteses: a) eventos estressores ou a experiência subjetiva de estresse associar-se-iam a uma maior probabilidade de desenvolvimento de sintomas depressivos perinatais em indivíduos portadores de polimorfismos associados com maior vulnerabilidade; b) haveria um efeito diferencial da vulnerabilidade genética aos estressores de acordo com a cor da pele do indivíduo. Métodos: 2847 gestantes de uma coorte prospectiva provenientes de duas cidades brasileiras foram avaliadas no pré-natal e no puerpério. Exploraram-se associações entre variáveis sociodemográficas, e fatores estressores e protetores ambientais com o desenvolvimento de sintomas depressivos perinatais, considerando a predisposição biológica, avaliada por meio de dois polimorfismos funcionais, localizados na região promotora do gene para o transportador de serotonina (5HTTLPR) e do gene para o receptor do hormônio liberador de corticotrofina (CRH1). As associações entre variáveis foram testadas por regressão de Poisson. Testaram-se modelos explicativos para os desfechos utilizando a modelagem de equações estruturais. As interações genético-ambientais foram avaliadas por regressão de Poisson e modelos multigrupos. Resultados: 2822 mulheres foram avaliadas na gestação e 1860 reavaliadas no puerpério. A prevalência de provável depressão na gestação foi de 24,4% e no puerpério, 15,9%. Os modelos com hipóteses associativas para a explicação dos desfechos mostraram que o relato de eventos estressores no último ano teve grande parte do seu efeito mediado pelos níveis de estresse percebido. Estresse percebido foi fator de risco tanto para mulheres brancas como negras, mas relato de eventos estressores foi fator de risco apenas para mulheres brancas. Houve um papel de moderação do 5-HTTLPR e dos haplótipos do CRH1 no efeito ambiental nos estados depressivos perinatais, ampliado quando a cor da pele da mãe foi considerada. Na presença de baixos indicadores de estresse, a presença de nenhuma ou uma cópia do haplótipo do CRH1 foi um fator protetor entre mulheres negras. Na depressão puerperal, ser carreadora da variante longa do 5HTTLPR, teve um efeito protetor na ausência de eventos estressores no último ano. Ao separar por cor, este efeito protetor manteve-se significativo apenas entre mulheres de cor negra. Conclusões: No que se refere à vulnerabilidade genética, os resultados apontaram para algumas semelhanças entre a depressão perinatal e a depressão em outros momentos da vida. A depressão perinatal pode ser um evento importante para o entendimento dos aspectos genéticos da fisiopatologia da depressão em outros momentos da vida. / Introduction: Although presents large prevalences and impacts, peripartum depression are under detected, under assisted and yet do not have a consistent differentiation of depressive episodes at other phases of life. Its etiology includes psychosocial and biological aspects still controversial. A few women exposed to environmental stressors did not develop peripartum depressive states. Genetic predisposition may be an explanation. Studies evaluating the role of genetic factors have shown inconsistent results probably due to methodological differences, such as the period and the way of measurement of depressive symptoms, environmental factors evaluated, analysis methods and ethnic differences between the samples. This study aimed to investigate gene-environment interactions in the etiology of peripartum depression, through these hypotheses: a) the occurrence of stressful events or the subjective experience of stress would associate themselves to a greater probability of developing perinatal depressive symptoms in subjects with polymorphisms associated with greater biological vulnerability; b) there would be a differential effect of genetic vulnerability to environmental stressors according to the individual\'s skin color. Methods: 2847 pregnant women from two Brazilian cities in a prospective cohort study were assessed during the prenatal and postpartum period. Associations between socio-demographic, stressors and protective factors with the development of perinatal depressive symptoms was explored. It was considered the biological predisposition evaluated by two functional polymorphisms located in the promoter region of the gene for the serotonin transporter (5HTTLPR) and the gene for the corticotrophin releasing hormone receptor (CRH1). Associations between variables were tested by Poisson regression. We tested explanatory models for outcomes using structural equation modeling. The geneticenvironmental interactions were assessed by Poisson regression and multigroups models. Results: 2822 women were assessed during pregnancy and 1860 were reassessed during the postpartum period. The prevalence of probable depression during pregnancy was 24.4% and 15.9% during the postpartum period. Models with associative hypotheses to explain the outcomes showed that the report of stressful events in the last 12 months had much of its effect mediated by perceived stress levels. Perceived stress was a risk factor for both white women and black women, but reports of stressful events was a risk factor only for white women. There was a moderating role of the 5-HTTLPR and haplotypes of CRHR1 in the environmental effects on perinatal depressive states. These findings are even more significant when skin color was considered. In the presence of low stress indicators, have no copies or one copy of haplotype CRH1 was a protective factor among black women. In postpartum depression, be a carrier of the long variant of the 5 HTTLPR, had a protective effect in the absence of stressful events in the last year. If we separate by color, this protective effect remained significant only among black women. Conclusions: With regard to genetic vulnerability, the results points to similarities between peripartum depression and depression during other phases of life. Perinatal depression can be an important event for the understanding of the genetic aspects of the pathophysiology of depression.
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Disfunção neuroquímica na depressão periparto / Neurochemistry dysfunction in peripartum depressive disorderRosa, Carlos Eduardo 16 March 2016 (has links)
A depressão periparto (PPD) é subtipo altamente prevalente e subdiagnosticado do transtorno depressivo maior (MDD), e causa um importante sofrimento para a mulher, sua família e seu filho. Uma interação complexa entre hormônios, neurotransmissores e fatores genéticos e ambientais pode estar envolvida na etiologia da PPD. Contudo, estudos de neuroimagem na PPD ainda são escassos, particularmente os que identificam alterações neuroquímicas. Sabe-se que a região do córtex pré frontal dorsolateral (dlPFC) está relacionada à funções executivas no circuito pré frontal, e juntamente com o giro do cíngulo anterior (ACG) faz parte das vias neuronais envolvidas no processamento emocional, desde a geração, regulação e reavaliação do estado afetivo. Existem evidências de que ambas as áreas estejam disfuncionais na MDD. A avaliação neuroquímica obtida pela espectroscopia de próton por ressonância magnética (MRS) permite inferir o metabolismo, a neurotransmissão e a viabilidade do tecido neuronal de interesse destas áreas fronto-límbicas. Objetivo: comparar puérperas com depressão periparto (grupo PPD) com puérperas saudáveis (grupo HP) quanto à avaliação neuroquímica no dlPFC esquerdo e no ACG bilateral. Métodos: 36 puérperas do grupo PPD e 25 puérperas do grupo HP foram submetidas à duas entrevistas psiquiátricas estruturadas e à aplicação de questionários e escalas psicométricas, sendo a segunda avaliação realizada seccionalmente à MRS. A MRS foi adquirida pro MRI com campo de 3 Tesla, estando o volume de interesse (VOI) posicionado no dlPFC esquerdo e no ACG bilateral e processada pelo software LCModel. Os resultados neuroquímicos expressos em valores absolutos e normalizados pela creatina (razão metabólito/creatina) foram analisados por ANCOVA, incluindo a idade, o tempo de puerpério e o tipo de contraceptivo, enquanto covariáveis. Resultados: No dlPFC, o grupo PPD apresentou menores valores de Glu/Cr (-0,17; p=0,05), Glx (-0,95 mM; p=0,04), Glx/Cr (-0,22; p=0,03), NAA (-0,60 mM; p<0,01), e NAA/Cr (-0,13; p=0,02) em relação ao grupo HP. No ACG, o uso de hormônios contraceptivos somente com progestágenos resultou em um aumento dos valores de Glu (2,18 mM; p=0,03), Glx (1,84 mM; p=0,03), e redução de Cho/Cr (-0,08; p=0,03) quando comparados ao grupo que não utilizou somente progestágenos, independentemente dos grupos HP e PPD. Conclusão: Os níveis reduzidos de Glu e NAA no grupo PPD estão relacionados, respectivamente, à disfunção metabólica glutamatérgica e neuroglial no dlPFC, o que pode explicar sintomas cognitivos também relacionados à PPD, tal como já verificado no MDD. O uso de hormônios contraceptivos com progestágenos isoladamente interferiu com a neuroquímica do ACG, mas não se relacionou com a PPD. Embora o aumento do glutamato possa sugerir uma hiperfuncionalidade do ACG, e a redução da Cho/Cr representar diminuição de \"turnover\" da membrana lipídica ou da transdução sináptica, seu significado clínico e fisiopatológico ainda é incerto. Estes resultados contribuem com a compreensão dos substratos neuroquímicos de PPD / Peripartum depression (PPD) is a highly prevalent subtype of major depressive disorder (MDD) related to a significant loss for mother, family and baby. An Interaction between hormones, genetic, and environmental factors must be involved in its etiology. However, neuroimaging studies on PPD are still rare, particularly those that identify neurochemical changes. However, neuroimaging studies in PPD are still rare, particularly those that identify neurochemical changes. It is known that the region of the dorsolateral prefrontal cortex (dlPFC) is related to executive functions in the prefrontal circuit, and together with the anterior cingulate gyrus (ACG) is part of the neural pathways involved in emotional processing, including the generation, regulation, and reappraisal of affective state. And, there is evidence that both areas are dysfunctional in MDD. The neurochemical evaluation obtained by spectroscopy of proton magnetic resonance (MRS) allows to infer metabolism, neurotransmission and the viability of the neuronal tissue of interest these frontal-limbic areas. Objective: Compare postpartum women with peripartum depression (PPD group) with healthy postpartum women (HP group) regarding the neurochemical evaluation in the left dlPFC and bilateral ACG. Methods: 36 postpartum women of PPD group and 25 postpartum women of the HP group were subjected to two structured psychiatric interviews and questionnaires and psychometric scales, with the second evaluation performed sectionally at MRS. The MRS was obtained by 3-T MRI system with the volume of interest (VOI) positioned on the left dlPFC and bilateral ACG and processed by LC Model software. The neurochemical results expressed in absolute values and normalized by creatine (reason metabolite/creatine) were analyzed using ANCOVA, including age, postpartum time, the type of contraceptive as covariates. Results: In the dlPFC, PPD group presented significantly lower values of Glu/Cr (-0.17; p=0.05), Glx (-0.95mM; p=0.04), Glx/Cr (-0.22; p=0.03), NAA (-0.60mM; p<0.01), and NAA/Cr (-0.13; p=0.02) than HP. In ACG, progestogens isolated contraceptive hormones use resulted in significantly increased Glu (2.18mM; p=0.03), Glx (1.84mM; p=0.03), and reduced Cho/Cr (-0.08; p=0.03), compared to women without use them, regardless of diagnostic groups. Conclusions: The reduced levels of Glu and NAA in the PPD group are related respectively to the glutamatergic and neuroglial metabolic dysfunction in the dlPFC, which may explain cognitive symptoms also related to PPD as already verified in MDD. Progestogens isolated contraceptive hormones use interfered with neurochemistry of ACG, but not associated with PPD. Although the increase of glutamate may suggest an overactive ACG, and lower Cho/Cr represent decrease of the lipid membrane turnover or synaptic transduction its clinical and pathophysiological significance remains uncertain. These results contribute to the understanding of the neurochemical substrates of PPD
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Disfunção neuroquímica na depressão periparto / Neurochemistry dysfunction in peripartum depressive disorderCarlos Eduardo Rosa 16 March 2016 (has links)
A depressão periparto (PPD) é subtipo altamente prevalente e subdiagnosticado do transtorno depressivo maior (MDD), e causa um importante sofrimento para a mulher, sua família e seu filho. Uma interação complexa entre hormônios, neurotransmissores e fatores genéticos e ambientais pode estar envolvida na etiologia da PPD. Contudo, estudos de neuroimagem na PPD ainda são escassos, particularmente os que identificam alterações neuroquímicas. Sabe-se que a região do córtex pré frontal dorsolateral (dlPFC) está relacionada à funções executivas no circuito pré frontal, e juntamente com o giro do cíngulo anterior (ACG) faz parte das vias neuronais envolvidas no processamento emocional, desde a geração, regulação e reavaliação do estado afetivo. Existem evidências de que ambas as áreas estejam disfuncionais na MDD. A avaliação neuroquímica obtida pela espectroscopia de próton por ressonância magnética (MRS) permite inferir o metabolismo, a neurotransmissão e a viabilidade do tecido neuronal de interesse destas áreas fronto-límbicas. Objetivo: comparar puérperas com depressão periparto (grupo PPD) com puérperas saudáveis (grupo HP) quanto à avaliação neuroquímica no dlPFC esquerdo e no ACG bilateral. Métodos: 36 puérperas do grupo PPD e 25 puérperas do grupo HP foram submetidas à duas entrevistas psiquiátricas estruturadas e à aplicação de questionários e escalas psicométricas, sendo a segunda avaliação realizada seccionalmente à MRS. A MRS foi adquirida pro MRI com campo de 3 Tesla, estando o volume de interesse (VOI) posicionado no dlPFC esquerdo e no ACG bilateral e processada pelo software LCModel. Os resultados neuroquímicos expressos em valores absolutos e normalizados pela creatina (razão metabólito/creatina) foram analisados por ANCOVA, incluindo a idade, o tempo de puerpério e o tipo de contraceptivo, enquanto covariáveis. Resultados: No dlPFC, o grupo PPD apresentou menores valores de Glu/Cr (-0,17; p=0,05), Glx (-0,95 mM; p=0,04), Glx/Cr (-0,22; p=0,03), NAA (-0,60 mM; p<0,01), e NAA/Cr (-0,13; p=0,02) em relação ao grupo HP. No ACG, o uso de hormônios contraceptivos somente com progestágenos resultou em um aumento dos valores de Glu (2,18 mM; p=0,03), Glx (1,84 mM; p=0,03), e redução de Cho/Cr (-0,08; p=0,03) quando comparados ao grupo que não utilizou somente progestágenos, independentemente dos grupos HP e PPD. Conclusão: Os níveis reduzidos de Glu e NAA no grupo PPD estão relacionados, respectivamente, à disfunção metabólica glutamatérgica e neuroglial no dlPFC, o que pode explicar sintomas cognitivos também relacionados à PPD, tal como já verificado no MDD. O uso de hormônios contraceptivos com progestágenos isoladamente interferiu com a neuroquímica do ACG, mas não se relacionou com a PPD. Embora o aumento do glutamato possa sugerir uma hiperfuncionalidade do ACG, e a redução da Cho/Cr representar diminuição de \"turnover\" da membrana lipídica ou da transdução sináptica, seu significado clínico e fisiopatológico ainda é incerto. Estes resultados contribuem com a compreensão dos substratos neuroquímicos de PPD / Peripartum depression (PPD) is a highly prevalent subtype of major depressive disorder (MDD) related to a significant loss for mother, family and baby. An Interaction between hormones, genetic, and environmental factors must be involved in its etiology. However, neuroimaging studies on PPD are still rare, particularly those that identify neurochemical changes. However, neuroimaging studies in PPD are still rare, particularly those that identify neurochemical changes. It is known that the region of the dorsolateral prefrontal cortex (dlPFC) is related to executive functions in the prefrontal circuit, and together with the anterior cingulate gyrus (ACG) is part of the neural pathways involved in emotional processing, including the generation, regulation, and reappraisal of affective state. And, there is evidence that both areas are dysfunctional in MDD. The neurochemical evaluation obtained by spectroscopy of proton magnetic resonance (MRS) allows to infer metabolism, neurotransmission and the viability of the neuronal tissue of interest these frontal-limbic areas. Objective: Compare postpartum women with peripartum depression (PPD group) with healthy postpartum women (HP group) regarding the neurochemical evaluation in the left dlPFC and bilateral ACG. Methods: 36 postpartum women of PPD group and 25 postpartum women of the HP group were subjected to two structured psychiatric interviews and questionnaires and psychometric scales, with the second evaluation performed sectionally at MRS. The MRS was obtained by 3-T MRI system with the volume of interest (VOI) positioned on the left dlPFC and bilateral ACG and processed by LC Model software. The neurochemical results expressed in absolute values and normalized by creatine (reason metabolite/creatine) were analyzed using ANCOVA, including age, postpartum time, the type of contraceptive as covariates. Results: In the dlPFC, PPD group presented significantly lower values of Glu/Cr (-0.17; p=0.05), Glx (-0.95mM; p=0.04), Glx/Cr (-0.22; p=0.03), NAA (-0.60mM; p<0.01), and NAA/Cr (-0.13; p=0.02) than HP. In ACG, progestogens isolated contraceptive hormones use resulted in significantly increased Glu (2.18mM; p=0.03), Glx (1.84mM; p=0.03), and reduced Cho/Cr (-0.08; p=0.03), compared to women without use them, regardless of diagnostic groups. Conclusions: The reduced levels of Glu and NAA in the PPD group are related respectively to the glutamatergic and neuroglial metabolic dysfunction in the dlPFC, which may explain cognitive symptoms also related to PPD as already verified in MDD. Progestogens isolated contraceptive hormones use interfered with neurochemistry of ACG, but not associated with PPD. Although the increase of glutamate may suggest an overactive ACG, and lower Cho/Cr represent decrease of the lipid membrane turnover or synaptic transduction its clinical and pathophysiological significance remains uncertain. These results contribute to the understanding of the neurochemical substrates of PPD
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