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O design de aparência de atores e a comunicação em cena

Ramos, Adriana Vaz 27 October 2008 (has links)
Made available in DSpace on 2016-04-26T18:17:30Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Adriana Vaz Ramos.pdf: 2913822 bytes, checksum: e8e49d9acb82f1cd0f43b7e3c3d4697d (MD5) Previous issue date: 2008-10-27 / This study aimed to analyze the actor s visual characterization, which is the language used to construct the actor s and characters appearance for performances, as well as to evaluate its importance for the construction of signs in a particular artistic production. Visual characterization specifically refers to the expressive relationships among colors, shapes, volumes and lines that differently from the costumes, makeup, hairdo and accessories in order to translate the general appearance into sensitive plastic material, that is, the actor s characterization in a production scene. Nowadays, in performances broadcasted by different means, a distinct manner to conceive the construction of the actor s appearance has been noted. It differs from the simple reference functions that are usually presented by the concept of costume design in a production, generally considered an accessory of the representation. A costume design production results from a mimetic referential design that anticipates the performance where the actor is inserted, like costumes portraying a determined period in time, for example. This study reflects on the complexity process that the language named actor s visual characterization has been going through, in order to understand its conceptual field and propose the existence of another way to constitute this language defined as actor s appearance design, where the costume design is just a partial element. As a language, visual characterization may be organized according to costume design or appearance design. Giulio Carlo Argan s concepts of existing differences between project and program as well as Regis Debray s propositions of distinct ways to organize a piece of information were decisive to define the concept of appearance design and show the divergences between the actor s characterization form and the costume design production. Because of the metonymic mechanism of thinking, common sense uses the word costume to refer to an actor s general appearance, ignoring the importance of the other components to the construction of the scenic image. The concepts elaborated by the semioticians from the Tartu- Moscow School present the necessary theoretical perspectives to the understanding of the actor s appearance in performances with open systems that consist of dialogues among several modeling systems. Therefore, it can be said that an actor s appearance is a cultural text, which resulted from a complex overlapping of languages, and that can only be understood through that complexity. An artistic performance is a systemic production, a bundle of relations, in which innumerous languages influence the construction of the final product. It is not possible to isolate just one of the constituting languages of a production in order to understand it because it is always necessary to do a relational reading, mainly a communicating or mediating one, of the inference repertoire that may be constructed by the receptor. The realized analyses try to understand how the images created by the actor s appearance design construct spatialities in an artistic scene. Thus, the following analytical corpus was studied: Os sete gatinhos, a play by Nelson Rodrigues, directed by Antunes Filho in 1989; the micro series Hoje é dia de Maria, directed by Luiz Fernando Carvalho and produced by Globo Television Network in 2005; and three images made by the American photographer Cindy Sherman / Esta pesquisa pretende analisar a linguagem utilizada para construir a aparência de atores e personagens no âmbito de espetáculos, a qual denominamos caracterização visual de atores, bem como dimensionar sua importância na edificação dos significados de uma dada obra artística. A expressão caracterização visual refere-se, mais especificamente, aos relacionamentos expressivos entre cores, formas, volumes e linhas que, de diferentes maneiras, materializam os figurinos, as maquiagens, os penteados e os adereços, visando traduzir, em matéria plástica sensível, a aparência geral, ou seja, a caracterização de um ator, numa cena espetacular. Atualmente, nota-se, em espetáculos veiculados por diferentes meios, uma forma peculiar de conceber a construção da aparência de atores, que difere da mera função de referência usualmente apresentada pela concepção do figurino de uma obra, que, em geral, é tomado como parte acessória da representação. O trabalho de realização de um figurino é decorrente de um desenho mimético e referencial, que antecede o espetáculo em que se insere o ator, como é o caso dos figurinos que retratam determinada época, por exemplo. Neste trabalho, pretendemos refletir sobre o processo de complexidade pelo qual tem passado a linguagem que denominamos caracterização visual de atores para, enfim, entender seu campo conceitual e propor a existência de um outro modo de constituir essa linguagem, conceituado como design de aparência de atores, em que o figurino é, apenas, um elemento parcial. A caracterização visual, como uma linguagem, pode ser organizada segundo os modos figurino ou design de aparência. As concepções de Giulio Carlo Argan sobre as diferenças existentes entre as noções de projeto e programa, bem como as proposições de Régis Debray a respeito dos distintos modos de se organizar uma informação foram decisivas para que pudéssemos formular a conceituação de design de aparência e assinalar as divergências entre esse modo de caracterizar atores e um trabalho de figurino. Por um mecanismo metonímico do pensamento, o senso comum costuma usar o termo figurino apenas para se referir à aparência geral de um ator, ignorando a importância dos demais componentes para a construção da imagem cênica. Os conceitos elaborados pelos semioticistas da Escola de Tártu-Moscou apresentam as perspectivas teóricas necessárias para podermos compreender a aparência de atores em espetáculos como um sistema aberto, constituído por diálogos entre inúmeros sistemas modelizantes. Assim, podemos dizer que a aparência de um ator é um texto cultural, resultante de um complexo imbricamento de linguagens e que somente em meio a essa complexidade pode ser entendido. Um espetáculo artístico é uma obra sistêmica, um feixe de relações, no qual inúmeras linguagens atuam para a construção de um produto final. Não é possível isolar apenas uma das linguagens constitutivas de uma obra para compreendê-la, pois é necessário fazer, sempre, uma leitura relacional e, sobretudo, comunicante ou mediativa com o repertório de inferências que poderá ser construído pelo receptor. As análises realizadas buscam compreender como as imagens criadas pelo design de aparência de atores constroem as espacialidades de uma cena artística. Para tanto, trabalhamos com o seguinte corpus analítico: a peça Os sete gatinhos de Nelson Rodrigues, dirigida por Antunes Filho, em 1989; a microssérie Hoje é dia de Maria, dirigida por Luiz Fernando Carvalho, produzida pela Rede Globo de televisão, em 2005; três imagens criadas pela fotógrafa norte americana Cindy Sherman

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