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A estratégia de saúde da família no contexto social-urbano do Recife : uma contribuição à análise das desigualdades territoriais na saúde e seus determinantes

BASTOS, Priscila Felix 31 January 2009 (has links)
Made available in DSpace on 2014-06-12T18:02:39Z (GMT). No. of bitstreams: 2 arquivo3475_1.pdf: 9238022 bytes, checksum: 926aa59356e311395b0a34ede925a5e4 (MD5) license.txt: 1748 bytes, checksum: 8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33 (MD5) Previous issue date: 2009 / Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico / No Brasil, e mais especificamente, no Recife, a marcada desigualdade na educação, no saneamento básico, no acesso aos recursos de saúde, na distribuição de renda, dentre outros, tem se evidenciado por meio de acentuadas diferenças no risco de morte dos diversos estratos sociais. No tocante à mortalidade infantil, a observação das desigualdades em seus níveis é fundamental para a compreensão das relações entre a saúde e as condições sócio-econômicas e ambientais, além da possibilidade de averiguar a eficácia do sistema de atenção à saúde. Deste modo, este estudo tenciona caracterizar o perfil da mortalidade infantil do Recife através da análise das desigualdades territoriais e sociais, nas quais a população está submetida, avaliando o impacto da implantação da Estratégia de Saúde da Família (ESF) na transformação desta realidade. Para tanto, foi realizado inicialmente um levantamento bibliográfico e pesquisa documental, além da aplicação de questionários e entrevistas aos atores envolvidos nesta política de atenção básica. As localidades selecionadas para o estudo foram dois bairros do Distrito Sanitário IV da cidade do Recife: Iputinga e Engenho do Meio. Ambos são casos exemplificativos da intensidade com que as variáveis territoriais interferem nas condições de saúde da população, além de apresentarem uma boa cobertura da ESF. Através da análise dos dados obtidos, observouse uma diminuição considerável da mortalidade infantil nestes bairros. Este avanço se deve, dentre outros fatores, ao caráter indispensável da Estratégia de Saúde da Família, e particularmente, do Agente Comunitário de Saúde na redução substancial da mortalidade infantil, sendo este um indicador amplamente utilizado para avaliar o impacto da ESF. Vários são os fatores relacionados nesta assertiva. O primeiro diz respeito ao próprio foco inicial e principal da ESF: maior atenção à saúde materna e infantil. O segundo se refere ao novo modelo de atendimento implantado. Contudo, apesar da redução dos níveis da mortalidade infantil, são mantidas as desigualdades sociais em saúde, e os processos sociais que comprometem as condições de vida continuam desempenhando um relevante papel na sua determinação. Este quadro deficitário das condições de oferta de serviços essenciais de saneamento, habitação e água encanada, repercute na saúde pública, elevando os índices de mortalidade e morbidade decorrentes de doenças relacionadas às condições inadequadas de infra-estrutura urbana, principalmente na mortalidade infantil até um ano, período de maior vulnerabilidade em relação a estas condições. A Estratégia de Saúde da Família, apesar de inegavelmente contribuir com essa tendência na diminuição da mortalidade infantil no Recife, ainda tem apresentado dificuldades operacionais dentro da execução de suas ações. Além disto, tem esbarrado na necessidade de mudanças significativas dos padrões econômicos e de intensificação de políticas sociais que poderiam provocar transformações de impacto na condição de saúde das populações e, por conseqüência, na mortalidade infantil
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Percepção das desigualdades socioeconômicas : estudo sobre jovens universitários em Porto Alegre, RS

Kieling, Francisco dos Santos January 2008 (has links)
A percepção generalizada sobre a intensidade da desigualdade socioeconômica é uma questão que poderia ser considerada óbvia no caso brasileiro. A denúncia desse fenômeno por grupos populares desde muito antes da independência política; a realização de estudos desde a década de 1930; e as inúmeras reportagens e relatórios recentes que situam o Brasil no grupo dos países mais desiguais do mundo, poderiam tornar sua percepção uma obviedade. Esse trabalho problematizou junto a um grupo de jovens universitários se a desigualdade, enquanto problema social era percebida de forma homogênea por grupos com distintas trajetórias e origens sociais. Para se chegar até essa problematização, percorreu-se um caminho teórico que passou pela reconstrução dos argumentos centrais: da Sociologia do Conhecimento mannheimiana; de recentes contribuições da sociologia brasileira sobre as desigualdades locais; e de estudos sobre socialização. A realização da pesquisa com jovens exigiu um estudo específico sobre particularidades que constituem essa fase da vida. As teorias de estratificação revisitadas possibilitaram definir o pólo beneficiado pela situação social como classes sociais ricas. As percepções sobre desigualdade socioeconômica foram abordadas a partir de assuntos públicos que estiveram em debate ao longo da última década. Ao todo foram aplicados 162 junto a estudantes de oito cursos superiores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, dos quais 158 foram aproveitados na análise. A amostra foi estratificada de quatro formas diferentes: pelo Índice de Estratificação criado exclusivamente para a pesquisa; pela origem social, captada pela posição profissional do pai; pela trajetória escolar, definida pelo tipo de escola freqüentada; e pela renda familiar declarada. A seguir, captou-se a correlação entre as estratificações realizadas e as percepções sobre a desigualdade sócio-econômica. Dessa forma, foi possível relacionar e hierarquizar os fatores socializadores específicos com as percepções sociais. Para a análise diferenciaram-se as respostas em três categorias: nível de reconhecimento da desigualdade como um problema social estruturante das relações sociais no país; posicionamento aproximado às reivindicações igualitaristas, caracterizado como progressista; e posicionamento aproximado às reivindicações não-igualitaristas, caracterizado como conservador. Através do método da estratificação cruzada revelou-se que os indicadores que explicam o maior reconhecimento da desigualdade como problema são a trajetória escolar em escolas públicas, o pertencimento ao GSE C e a posição profissional do pai como funcionário. A segunda categoria apontou para um posicionamento progressista em relação ao equacionamento da desigualdade sócio-econômica. O exercício apontou para uma correlação mais forte entre o posicionamento progressista e as variáveis: trajetória escolar em estabelecimentos públicos, posição profissional do pai entre filhos de autônomos e funcionários. A terceira categoria indicou o posicionamento conservador em relação ao equacionamento da desigualdade. O procedimento adotado revelou uma correlação mais forte entre posicionamento mais conservador e as variáveis: renda familiar elevada; posição profissional do pai entre filhos de “executivos” e de autônomos. A apresentação dos dados e a análise a partir das categorias construídas indicam que há um padrão em torno de algumas variáveis do processo socializador que condicionam o modo de perceber a realidade social e sua dinâmica. Existe, tendencialmente, uma polarização entre um posicionamento mais conservador em relação ao enfrentamento da desigualdade socioeconômica naqueles egressos de escolas privadas, filhos de “executivos” e oriundos de famílias ricas, por um lado; e mais progressista entre os egressos de escolas públicas, filhos de funcionários e membros do grupo médio-baixo, por outro. / The generalized perception about the intensity of the social economic inequality is an issue that could be considered obvious in the Brazilian case. The complaint of this phenomenon by popular groups since long before political independence, the realization of studies since the 1930’s and the several reports that place Brazil in the group of the most unequal countries in the world, could make its perception an obviousness. This paper problematized in a group of young undergraduate students if the inequality, as a social problem, were noticed in a homogenous way by groups with different developments and social origins. To come to this problematization, it was taken a theoretical path that passed by the reconstruction of the central arguments: the Mannheimian Sociology of Knowledge, recent contributions of the Brazilian sociology about local inequalities and studies about socialization. The realization of the survey with young ones demanded a specific study about the particularities that constitute this stage of life. The reviewed theories of stratification enabled defining the benefit pole by the social situation, such as the rich social classes. The perceptions about social economical inequality were approached from public issues that were on debate through the last decade. It was applied 162 to students from eight undergraduate courses of the Federal University of Rio Grande do Sul (UFRGS), from which 158 were used in this analysis. The sample was stratified in four different ways: by the Stratification Rate created exclusively for this research; by the social origin, taken from the father’s professional position; by the school career, defined by the kind of school they have gone to; and by the declared familiar income. Following, it was taken the correlation between the realized stratifications and the perceptions about the social economical inequality. In this way, it was possible to relate and hierarchizate the specific socializing factors with the social perceptions. For this analysis the answers were divided in three categories: level of awareness of the inequality as a social problem that structures the social relations in this country; the positioning close to the equalitarian claim, characterized as progressist; and the positioning close to the non-equalitarian claim, characterized as conservative. Through the crossed stratification method it was revealed that the indicators that explain the greatest awareness of inequality as a problem are the school career in public schools, being part of the GSE C and the professional position of the father as employee. The second category pointed to a progressist positioning in relation to the equalization of the social economical inequality. The activity pointed to a stronger correlation between the progressist positioning and the variants: school career in public schools, professional position of the father between children of autonomous workers and employees. The third category indicated the conservative positioning relating to the equalization of the inequality. The adopted procedure revealed a stronger correlation between the more conservative positioning and the variants: high familiar income; professional position of the father between children of executives and autonomous workers. The presentation of data and the analysis from the built categories indicate that there is a pattern in some variants of socializing process that conditions the way of realizing the social reality and its dynamics. There is, tendentiously, a polarization between a more conservative positioning in relation to facing the social economical inequality in those who come from private schools, children of executives and born in rich families. On the other hand, there is a more progressist positioning among those who come from public schools, children of employees and members of the medium-low group.
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Percepção das desigualdades socioeconômicas : estudo sobre jovens universitários em Porto Alegre, RS

Kieling, Francisco dos Santos January 2008 (has links)
A percepção generalizada sobre a intensidade da desigualdade socioeconômica é uma questão que poderia ser considerada óbvia no caso brasileiro. A denúncia desse fenômeno por grupos populares desde muito antes da independência política; a realização de estudos desde a década de 1930; e as inúmeras reportagens e relatórios recentes que situam o Brasil no grupo dos países mais desiguais do mundo, poderiam tornar sua percepção uma obviedade. Esse trabalho problematizou junto a um grupo de jovens universitários se a desigualdade, enquanto problema social era percebida de forma homogênea por grupos com distintas trajetórias e origens sociais. Para se chegar até essa problematização, percorreu-se um caminho teórico que passou pela reconstrução dos argumentos centrais: da Sociologia do Conhecimento mannheimiana; de recentes contribuições da sociologia brasileira sobre as desigualdades locais; e de estudos sobre socialização. A realização da pesquisa com jovens exigiu um estudo específico sobre particularidades que constituem essa fase da vida. As teorias de estratificação revisitadas possibilitaram definir o pólo beneficiado pela situação social como classes sociais ricas. As percepções sobre desigualdade socioeconômica foram abordadas a partir de assuntos públicos que estiveram em debate ao longo da última década. Ao todo foram aplicados 162 junto a estudantes de oito cursos superiores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, dos quais 158 foram aproveitados na análise. A amostra foi estratificada de quatro formas diferentes: pelo Índice de Estratificação criado exclusivamente para a pesquisa; pela origem social, captada pela posição profissional do pai; pela trajetória escolar, definida pelo tipo de escola freqüentada; e pela renda familiar declarada. A seguir, captou-se a correlação entre as estratificações realizadas e as percepções sobre a desigualdade sócio-econômica. Dessa forma, foi possível relacionar e hierarquizar os fatores socializadores específicos com as percepções sociais. Para a análise diferenciaram-se as respostas em três categorias: nível de reconhecimento da desigualdade como um problema social estruturante das relações sociais no país; posicionamento aproximado às reivindicações igualitaristas, caracterizado como progressista; e posicionamento aproximado às reivindicações não-igualitaristas, caracterizado como conservador. Através do método da estratificação cruzada revelou-se que os indicadores que explicam o maior reconhecimento da desigualdade como problema são a trajetória escolar em escolas públicas, o pertencimento ao GSE C e a posição profissional do pai como funcionário. A segunda categoria apontou para um posicionamento progressista em relação ao equacionamento da desigualdade sócio-econômica. O exercício apontou para uma correlação mais forte entre o posicionamento progressista e as variáveis: trajetória escolar em estabelecimentos públicos, posição profissional do pai entre filhos de autônomos e funcionários. A terceira categoria indicou o posicionamento conservador em relação ao equacionamento da desigualdade. O procedimento adotado revelou uma correlação mais forte entre posicionamento mais conservador e as variáveis: renda familiar elevada; posição profissional do pai entre filhos de “executivos” e de autônomos. A apresentação dos dados e a análise a partir das categorias construídas indicam que há um padrão em torno de algumas variáveis do processo socializador que condicionam o modo de perceber a realidade social e sua dinâmica. Existe, tendencialmente, uma polarização entre um posicionamento mais conservador em relação ao enfrentamento da desigualdade socioeconômica naqueles egressos de escolas privadas, filhos de “executivos” e oriundos de famílias ricas, por um lado; e mais progressista entre os egressos de escolas públicas, filhos de funcionários e membros do grupo médio-baixo, por outro. / The generalized perception about the intensity of the social economic inequality is an issue that could be considered obvious in the Brazilian case. The complaint of this phenomenon by popular groups since long before political independence, the realization of studies since the 1930’s and the several reports that place Brazil in the group of the most unequal countries in the world, could make its perception an obviousness. This paper problematized in a group of young undergraduate students if the inequality, as a social problem, were noticed in a homogenous way by groups with different developments and social origins. To come to this problematization, it was taken a theoretical path that passed by the reconstruction of the central arguments: the Mannheimian Sociology of Knowledge, recent contributions of the Brazilian sociology about local inequalities and studies about socialization. The realization of the survey with young ones demanded a specific study about the particularities that constitute this stage of life. The reviewed theories of stratification enabled defining the benefit pole by the social situation, such as the rich social classes. The perceptions about social economical inequality were approached from public issues that were on debate through the last decade. It was applied 162 to students from eight undergraduate courses of the Federal University of Rio Grande do Sul (UFRGS), from which 158 were used in this analysis. The sample was stratified in four different ways: by the Stratification Rate created exclusively for this research; by the social origin, taken from the father’s professional position; by the school career, defined by the kind of school they have gone to; and by the declared familiar income. Following, it was taken the correlation between the realized stratifications and the perceptions about the social economical inequality. In this way, it was possible to relate and hierarchizate the specific socializing factors with the social perceptions. For this analysis the answers were divided in three categories: level of awareness of the inequality as a social problem that structures the social relations in this country; the positioning close to the equalitarian claim, characterized as progressist; and the positioning close to the non-equalitarian claim, characterized as conservative. Through the crossed stratification method it was revealed that the indicators that explain the greatest awareness of inequality as a problem are the school career in public schools, being part of the GSE C and the professional position of the father as employee. The second category pointed to a progressist positioning in relation to the equalization of the social economical inequality. The activity pointed to a stronger correlation between the progressist positioning and the variants: school career in public schools, professional position of the father between children of autonomous workers and employees. The third category indicated the conservative positioning relating to the equalization of the inequality. The adopted procedure revealed a stronger correlation between the more conservative positioning and the variants: high familiar income; professional position of the father between children of executives and autonomous workers. The presentation of data and the analysis from the built categories indicate that there is a pattern in some variants of socializing process that conditions the way of realizing the social reality and its dynamics. There is, tendentiously, a polarization between a more conservative positioning in relation to facing the social economical inequality in those who come from private schools, children of executives and born in rich families. On the other hand, there is a more progressist positioning among those who come from public schools, children of employees and members of the medium-low group.
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Percepção das desigualdades socioeconômicas : estudo sobre jovens universitários em Porto Alegre, RS

Kieling, Francisco dos Santos January 2008 (has links)
A percepção generalizada sobre a intensidade da desigualdade socioeconômica é uma questão que poderia ser considerada óbvia no caso brasileiro. A denúncia desse fenômeno por grupos populares desde muito antes da independência política; a realização de estudos desde a década de 1930; e as inúmeras reportagens e relatórios recentes que situam o Brasil no grupo dos países mais desiguais do mundo, poderiam tornar sua percepção uma obviedade. Esse trabalho problematizou junto a um grupo de jovens universitários se a desigualdade, enquanto problema social era percebida de forma homogênea por grupos com distintas trajetórias e origens sociais. Para se chegar até essa problematização, percorreu-se um caminho teórico que passou pela reconstrução dos argumentos centrais: da Sociologia do Conhecimento mannheimiana; de recentes contribuições da sociologia brasileira sobre as desigualdades locais; e de estudos sobre socialização. A realização da pesquisa com jovens exigiu um estudo específico sobre particularidades que constituem essa fase da vida. As teorias de estratificação revisitadas possibilitaram definir o pólo beneficiado pela situação social como classes sociais ricas. As percepções sobre desigualdade socioeconômica foram abordadas a partir de assuntos públicos que estiveram em debate ao longo da última década. Ao todo foram aplicados 162 junto a estudantes de oito cursos superiores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, dos quais 158 foram aproveitados na análise. A amostra foi estratificada de quatro formas diferentes: pelo Índice de Estratificação criado exclusivamente para a pesquisa; pela origem social, captada pela posição profissional do pai; pela trajetória escolar, definida pelo tipo de escola freqüentada; e pela renda familiar declarada. A seguir, captou-se a correlação entre as estratificações realizadas e as percepções sobre a desigualdade sócio-econômica. Dessa forma, foi possível relacionar e hierarquizar os fatores socializadores específicos com as percepções sociais. Para a análise diferenciaram-se as respostas em três categorias: nível de reconhecimento da desigualdade como um problema social estruturante das relações sociais no país; posicionamento aproximado às reivindicações igualitaristas, caracterizado como progressista; e posicionamento aproximado às reivindicações não-igualitaristas, caracterizado como conservador. Através do método da estratificação cruzada revelou-se que os indicadores que explicam o maior reconhecimento da desigualdade como problema são a trajetória escolar em escolas públicas, o pertencimento ao GSE C e a posição profissional do pai como funcionário. A segunda categoria apontou para um posicionamento progressista em relação ao equacionamento da desigualdade sócio-econômica. O exercício apontou para uma correlação mais forte entre o posicionamento progressista e as variáveis: trajetória escolar em estabelecimentos públicos, posição profissional do pai entre filhos de autônomos e funcionários. A terceira categoria indicou o posicionamento conservador em relação ao equacionamento da desigualdade. O procedimento adotado revelou uma correlação mais forte entre posicionamento mais conservador e as variáveis: renda familiar elevada; posição profissional do pai entre filhos de “executivos” e de autônomos. A apresentação dos dados e a análise a partir das categorias construídas indicam que há um padrão em torno de algumas variáveis do processo socializador que condicionam o modo de perceber a realidade social e sua dinâmica. Existe, tendencialmente, uma polarização entre um posicionamento mais conservador em relação ao enfrentamento da desigualdade socioeconômica naqueles egressos de escolas privadas, filhos de “executivos” e oriundos de famílias ricas, por um lado; e mais progressista entre os egressos de escolas públicas, filhos de funcionários e membros do grupo médio-baixo, por outro. / The generalized perception about the intensity of the social economic inequality is an issue that could be considered obvious in the Brazilian case. The complaint of this phenomenon by popular groups since long before political independence, the realization of studies since the 1930’s and the several reports that place Brazil in the group of the most unequal countries in the world, could make its perception an obviousness. This paper problematized in a group of young undergraduate students if the inequality, as a social problem, were noticed in a homogenous way by groups with different developments and social origins. To come to this problematization, it was taken a theoretical path that passed by the reconstruction of the central arguments: the Mannheimian Sociology of Knowledge, recent contributions of the Brazilian sociology about local inequalities and studies about socialization. The realization of the survey with young ones demanded a specific study about the particularities that constitute this stage of life. The reviewed theories of stratification enabled defining the benefit pole by the social situation, such as the rich social classes. The perceptions about social economical inequality were approached from public issues that were on debate through the last decade. It was applied 162 to students from eight undergraduate courses of the Federal University of Rio Grande do Sul (UFRGS), from which 158 were used in this analysis. The sample was stratified in four different ways: by the Stratification Rate created exclusively for this research; by the social origin, taken from the father’s professional position; by the school career, defined by the kind of school they have gone to; and by the declared familiar income. Following, it was taken the correlation between the realized stratifications and the perceptions about the social economical inequality. In this way, it was possible to relate and hierarchizate the specific socializing factors with the social perceptions. For this analysis the answers were divided in three categories: level of awareness of the inequality as a social problem that structures the social relations in this country; the positioning close to the equalitarian claim, characterized as progressist; and the positioning close to the non-equalitarian claim, characterized as conservative. Through the crossed stratification method it was revealed that the indicators that explain the greatest awareness of inequality as a problem are the school career in public schools, being part of the GSE C and the professional position of the father as employee. The second category pointed to a progressist positioning in relation to the equalization of the social economical inequality. The activity pointed to a stronger correlation between the progressist positioning and the variants: school career in public schools, professional position of the father between children of autonomous workers and employees. The third category indicated the conservative positioning relating to the equalization of the inequality. The adopted procedure revealed a stronger correlation between the more conservative positioning and the variants: high familiar income; professional position of the father between children of executives and autonomous workers. The presentation of data and the analysis from the built categories indicate that there is a pattern in some variants of socializing process that conditions the way of realizing the social reality and its dynamics. There is, tendentiously, a polarization between a more conservative positioning in relation to facing the social economical inequality in those who come from private schools, children of executives and born in rich families. On the other hand, there is a more progressist positioning among those who come from public schools, children of employees and members of the medium-low group.
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Os determinantes do custo do voto: uma análise para a eleição de 2010

Silva, Clarissa Benatti 07 May 2013 (has links)
Made available in DSpace on 2015-05-08T14:44:55Z (GMT). No. of bitstreams: 1 arquivototal.pdf: 873142 bytes, checksum: 065ce01190ec045e51f6bd2f31bf6be7 (MD5) Previous issue date: 2013-05-07 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / Several studies support the idea that electoral campaign costs play a decisive role on the election results. It is common in Brazil the use of pork barreling (works aimed at the public and resources that are used as clientelistic tools by politicians). The objective of this work is to analyze if the vote cost varies among important regions, states, meso regions and micro regions and if those variations are affected by social-economic features. This study uses the constant information from the TSE´s repository as its database as well as social-economic indexes from Brazilian meso and micro regions. The analyses were carried out for the candidates to state and federal representatives in the e 2010 elections. The results from the nonparametric tests show that Brazilian elections cannot be analyzed by considering the whole country because the vote costs means are statistically different among large regions and states. By the Spearman´s correlation coefficient it is concluded that those differences are not related to the electoral quotient. This study also concludes, by the log-linear regressions, that votes are more expensive in poorer micro regions, that is, the larger the economic inequalities in the region, the higher the value the candidate must spend to obtain votes. / Diversos estudos sustentam a ideia de que os gastos de campanha têm papel decisivo nos resultados eleitorais. No Brasil é comum o uso de obras públicas e de recursos por políticos como instrumentos clientelísticos (pork-barrelling). Objetivou-se com este trabalho analisar se o custo do voto varia nas grandes regiões, nos estados e nas microrregiões e se essas variações são afetadas por características socioeconômicas. As informações constantes no repositório do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) foram utilizadas como base de dados, além de indicadores socioeconômicos das mesorregiões e das microrregiões brasileiras. As análises foram feitas para os candidatos aos cargos de deputados federal, estadual e distrital no pleito de 2010. Os resultados obtidos por meio de testes não paramétricos indicaram que as eleições brasileiras não podem ser avaliadas considerando o Brasil como um todo, pois as médias dos custos por voto são estatisticamente diferentes entre as grandes regiões e entre os estados. Por meio do coeficiente de correlação de Spearman, concluiu-se que essas diferenças não estão relacionadas ao quociente eleitoral. O estudo também revelou, por meio de regressões loglineares, que os votos são mais caros em microrregiões mais pobres, isto é, quanto maior a desigualdade socioeconômica da região, maior tende a ser o valor que o candidato deve gastar para conquistar seus votos.

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