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A educação popular em saúde na comunidade do Morro da Conceição Recife-PE: memória de líderes comunitários como atores políticos na configuração da política de saúde (1980-1995)COSTA, Joene Maria Crespo 30 March 2016 (has links)
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Previous issue date: 2016-03-30 / A década de 1980 é marcada pela mobilização de setores progressista da sociedade que
lutavam pela democracia negada pelo regime militar. No campo da saúde pública, a ausência
de uma política de saúde universal desencadeou o Movimento de Reforma Sanitária e o
Movimento Popular de Saúde, que eram contra práticas educativas em saúde autoritárias,
buscando a hegemonia da Educação Popular em Saúde. Este estudo tem como objetivo
compreender as práticas educativas em saúde na comunidade do Morro da Conceição no
período de 1980 a 1995. Neste trabalho opta-se pela abordagem qualitativa, e como
procedimento para a coleta de dados, utiliza-se a entrevista semiestruturada com nove
líderes comunitários. A organização e o tratamento dos dados tem como base a Análise de
Conteúdo de Bardin. A definição dos sujeitos colaboradores emerge de uma pesquisa
exploratória, os quais demonstram grande envolvimento com o objeto da pesquisa. A
dimensão empírica mostra que as práticas educativas em saúde foram dialógicas, baseadas
no diálogo entre o saber popular e o saber científico. O diálogo entre os diversos atores –
igreja, profissionais da saúde voluntários e líderes comunitários – levaram grande parte da
comunidade a uma tomada de consciência acerca da necessidade de um engajamento
político nas lutas da comunidade. A saúde era um instrumento de libertação dos sujeitos, e
com a utilização das plantas medicinais, os moradores, ao mesmo tempo em que se
libertavam do saber médico opressor, foram criadores de cultura, transformando a própria
realidade. Os líderes da comunidade, como atores políticos, atuaram na configuração da
política de saúde. Conclui-se que, apesar dos avanços obtidos pela Educação Popular em
Saúde de 1980 até 1995, a partir desse período, houve a desmobilização do movimento
popular de saúde em decorrência da cooptação de parte dos líderes pelo poder público. A
institucionalização da participação comunitária, por meio do conselho municipal de saúde,
também contribuiu para esvaziar o movimento popular. / The 1980s is marked by mobilizing progressive sectors of society fighting for
democracy denied by the military regime. In the field of public health, the absence of a
universal health policy triggered the Sanitary Reform Movement and the Popular Health
Movement, which were against authoritarian educational practices in health, seeking
hegemony of the Popular Education in Health. The objective of this study is to understand
the educational practices in health in the Morro da Conceição community from 1980 to
1995. The qualitative approach was chosen in this work, and as a procedure for collecting
data, it uses semi-structured interviews with nine community leaders. The organization and
processing of data is based on Bardin Content Analysis. The definition
of collaborators for this work emerges from an exploratory research, which show great
involvement with the study object. The empirical dimension shows that the educational
practices in health were dialogic, based on dialogue between popular knowledge and scientific
knowledge. The dialogue between church, the volunteer health professionals and community
leaders led a large part of the community to an awareness of the need for a political
engagement in community struggles. Health was an instrument of liberation of the
participants. With the use of medicinal plants, residents broke free of medical knowledge
oppression, at the same time, they were the creators of culture, transforming their own reality.
Community leaders, as political members, worked in health policy configuration. In
conclusion, despite the progress achieved by the Popular Education in Health from 1980 to
1995, after that period, there was the demobilization of the popular health movement as a
result of the cooptation of the leaders by the government. The institutionalization of popular
participation through the municipal health council also helped to empty the popular
movement.
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