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Sexualidade (des) institucionalizada? A sexualidade das moradoras e dos moradores dos Serviços Residenciais Terapêuticos nos discursos das suas profissionaisSILVA, Angelita Danielle Gouveia da 31 March 2015 (has links)
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Previous issue date: 2015-03-31 / FACEPE / Essa pesquisa é fruto do diálogo entre os campos de saberes da Sexualidade e da Saúde Mental. Nosso objetivo foi compreender a interface entre loucura e sexualidade nos discursos dos profissionais dos SRTs da cidade do Recife. A partir do referencial epistemológico do construcionismo social que nega as versões naturalizadas e universalizadas de realidade, compreendemos loucura e sexualidade como contructos sociais. Para analisar os dados coletados, utilizamos a Análise Crítica do Discurso, cujo foco de atenção recai sobre as dinâmicas das relações de poder que engendram os discursos. Como procedimentos de coleta, recorremos à entrevista semi-estruturada com 09 profissionais dos SRTs - analisamos apenas 06 -, ao diário de campo e à observação no SRT feminino no momento da coleta. Observamos avanços na política de desinstitucionalização no que se refere à implantação dos SRTs, uma vez que as casas localizadas na própria comunidade possibilitam a esses moradores, antes hospitalizados, um acesso a condições mínimas de dignidade. No eixo clínico, as ações de reabilitação psicossocial parecem focalizar os cuidados básicos com o corpo e com a casa, por meio de condutas pautadas pela palavra, pela escuta, pelo afeto e pelo acompanhamento direto a essas atividades da vida diária, promovendo uma mudança significativa na conformação desses corpos. No entanto, identificamos que o cuidado precisa ser ampliado na direção da acolhida da história desses corpos que trazem profundo sofrimento por terem suas sexualidades interrompidas e violentadas pela institucionalização psiquiátrica. Percebemos que os discursos sobre as expressões de sexualidade desses moradores e moradoras ora apresentam características da institucionalização, como infantilização, silenciamentos e condutas de tutela, assentados em padrões de gênero pautados na moral sexual cristã; ora, são discursos de reconhecimento dessa sexualidade como uma dimensão importante da vida desses sujeitos e que, portanto, precisa ser pensada pela equipe. Identificamos fragilidades no campo da conscientização dos direitos sexuais e dos direitos reprodutivos como elementos importantes no modelamento da atenção e dos modos de cuidar da equipe e, ainda, na compreensão da sexualidade desses moradores e dessas moradoras como um direito a ser garantido. Ainda nesse campo, encontram-se dificuldades de acesso à rede de serviços voltados para saúde do homem e da mulher. Diante disso, pensamos que a Reforma psiquiátrica precisa contemplar, em seu processo de inversão do modelo de atenção em saúde mental, uma pauta de ação que contemple o lugar de sentido da questão da sexualidade dos moradores e das moradoras dos SRTs, a fim de cuidar de uma dimensão de suas vidas há muito negligenciada pelas políticas públicas de saúde, promovendo, com isso, a autonomia e a cidadania. / This research emerges from the dialogue between Sexuality and Mental Health. We aimed at understanding the interface between madness and sexuality in the discourse of RTSs (Residential Therapeutic Servants) from Recife. Based on the epistemological grounds of social constructionism which denies naturalized and universal versions of reality, we understand madness and sexuality as social constructions. To analyze the collected data, Critical Discourse Analysis was used, focusing on the dynamics of power relations that articulate discourses. We discussed issues regarding the psychiatrization of madness, reviewing devices of body control and sexuality of mad individuals leading to the Psychiatric Reform in its Deinstitutionalization. Next, we explained some aspects of human sexuality from Foucault to Sexual and Reproductive Rights in its articulation to Mental Health. Research was conducted in the field of RTSs on qualitative approach. Data collection consisted of semi-structured interview with 09 RTS professionals – but only 06 were analyzed – field diary and observation of female RTS during data collection. We noticed advances in deinstitutionalization policies where the installation of RTSs is concerned, once the facilities located in the very community allow residents, previously committed, access to condition of minimal dignity. Clinically, actions of psychosocial rehabilitation seem to concentrate basic care on body and housing, by means of behavior modeled by speaking, listening, affection and direct support to daily activities, thus promoting significant change in the conformity of those bodies. However, we identified the necessity of extending such care towards embracing biographically the history of those bodies that carry deep suffering for having their sexualities interrupted and violated by psychiatric institutionalization. We noted that discourses on expression of sexuality from male and female residents either present characteristics of institutionalization, such as infantilization, silencing and guardianship, consolidated in patterns of gender shaped by Christian sexual moral; or are discourses of recognition of sexuality as an important dimension of these subjects’ lives and should, therefore, be taken into account by the staff. We identified fragilities in the field of awareness raising for sexual and reproductive rights as relevant elements in the modeling of attention and staff care’s attitude as well as in the comprehension of female and male residents’ sexuality as a right to be guaranteed. Also on this matter, difficulties were found in accessing healthcare service network for men and women. Bearing this in mind, Psychiatric Reform needs to embrace in the process of inverting the model of attention in mental health, a plan of action that includes the place of meaning of RTS male and female residents’ sexuality, in order to support a dimension of their lives long neglected by public health policies, therefore promoting autonomy and citizenship.
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Silenciosa conveniência entre transgressão e conservadorismo: trajetórias feministas frente à epidemia da Aids no BrasilSolange Guerra Rocha, Maria 31 January 2011 (has links)
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Previous issue date: 2011 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / Em algumas regiões do Brasil, a epidemia da Aids cresce significativamente entre as mulheres, marcada por desigualdades sociais e econômicas; pelo sexismo, racismo, classismo e silêncios relacionados à vivência da sexualidade. A pesquisa realizada no Brasil é um estudo documental, com perspectiva crítica e histórica que abrange o período de 1992 a 2008. Trata das iniciativas feministas, em particular da Rede Feminista de Saúde frente a epidemia da Aids. O estudo toma o princípio de integralidade contido no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS); nas políticas de saúde da mulher e na política de controle da Aids para interpretar as escolhas estratégicas do movimento feminista na área da saúde. Identifica os limites das estratégias de prevenção e assistência adotadas pelo SUS para combater o HIV/Aids, frente a adoção do ideário de Estado mínimo. A análise aponta que o heterogêneo movimento feminista, inflexionou as diretrizes nacionais para o enfrentamento da Aids com o enfoque antissexista-racista-classista. Entretanto, encontra-se na encruzilhada entre as demandas dos movimentos por mais direitos e à agenda do governo que torna-se mais conservadora economica e moralmente. A tese interpreta que o feminismo na saúde imprime uma trajetória contra-hegemônica que cede diante da hegemonia dominante neoliberal, ao cumprir a agenda governamental minimizou sua agenda na reprodução biológica e no monitoramento das políticas públicas. Razão pela qual as tendências que se avizinham às iniciativas de enfrentamento ao HIV/Aids, no âmbito das políticas de saúde da mulher, não contemplam os direitos reprodutivos, direitos sexuais e a concepção de integralidade nelas referida e, todavia, não concretizada na proposta do SUS. O movimento é refém de seu próprio caminho, enfraqueceu sua luta, silenciou frente a Aids e não reflete os avanços antipatriarcal-capitalista alcançado pela movimentação feminista no seu propósito para transformar as opressões e desigualdades vividas pelas mulheres
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