Submitted by Filipe dos Santos (fsantos@pucsp.br) on 2017-10-06T12:49:16Z No. of bitstreams: 1 Camila Deneno Perez.pdf: 1612818 bytes, checksum: 1da16d44393251ab1ed111d2504a36a7 (MD5) / Made available in DSpace on 2017-10-06T12:49:16Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Camila Deneno Perez.pdf: 1612818 bytes, checksum: 1da16d44393251ab1ed111d2504a36a7 (MD5) Previous issue date: 2017-09-19 / Conselho Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq / This dissertation has as main objective the problematization of the diagnosis of conduct disorder directed to children and adolescents. More specifically, this study proposes to 1) to contextualize historically the emergence of this classification in psychiatry, as well as the questions raised in this segment; 2) to characterize and analyze some of its implications in the field of childhood and adolescence mental health. The methodological strategies were based on clues of the genealogy proposed by Michel Foucault and on the contributions of the French Institutional Analysis. From the point of view of the procedures adopted, we tracked the notion of "conduct disorder" in the Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM) and its modulations in different editions, as well as highlighting positions that question such a psychopathological classification in psychiatric child-juvenile manuals. We also discuss the forensic uses and the psi-juridical articulation (re)produced by this diagnosis. A second dimension of the research, of an empirical nature, sought to analyze some of its uses and effects in a mental health service destined to children and adolescents through the monitoring, in the case-tracer strategy, of a case considered conduct disorder in a child-juvenile CAPS. As an analytical perspective, we use contributions from Michel Foucault on the psychiatry of childhood and the institution of abnormality as a mechanism for governing lives. We conclude that the classification of "conduct disorder" supports control and normalization actions, since it validates the correction of rebelliousness and inequality, decontextualized and circumscribed as deviant conduct. We consider that these reflections, related to child-juvenile mental health, can favor the construction of affirmative practices of the difference, the singularity and the unpredictability of childhood / A presente dissertação tem como principal objetivo a problematização do diagnóstico de transtorno de conduta dirigido a crianças e adolescentes. Mais especificamente, este estudo propõe-se a 1) contextualizar historicamente a emergência desta classificação na psiquiatria, assim como as indagações que suscitou neste âmbito; 2) caracterizar e analisar algumas de suas incidências no campo da saúde mental da infância e adolescência. As estratégias metodológicas se fundamentaram nas pistas da genealogia proposta por Michel Foucault e nas contribuições da Análise Institucional francesa. Do ponto de vista dos procedimentos adotados, rastreamos a noção de “transtorno de conduta” no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM) e suas modulações em diferentes edições do mesmo, bem como destacamos posicionamentos que interrogam tal classificação psicopatológica em manuais de psiquiatria infanto-juvenil. Discutimos, ainda, os usos forenses e a articulação psi-jurídica (re)produzida por esse diagnóstico. Uma segunda dimensão da pesquisa, de caráter empírico, buscou analisar alguns de seus usos e efeitos em um serviço de saúde mental destinado a crianças e adolescentes por meio do acompanhamento, na estratégia de caso-traçador, de um caso considerado de transtorno de conduta em um CAPS infanto-juvenil. Como perspectiva analítica, utilizamos aportes de Michel Foucault sobre a psiquiatrização da infância e a instituição da anormalidade como mecanismo de governo de vidas. Concluímos que a classificação “transtorno de conduta” sustenta ações de normalização e controle, uma vez que valida a correção de rebeldias e indocilidades, estas descontextualizadas e circunscritas como condutas desviantes. Consideramos que tais reflexões, relacionadas à saúde mental infanto-juvenil, podem favorecer a construção de práticas afirmativas da diferença, da singularidade e da imprevisibilidade da infância