As dificuldades de acesso à educaÃÃo dos segmentos sociais menos favorecidos economicamente, sobretudo dos moradores da zona rural brasileira, tÃm se constituÃdo, historicamente, como fator preponderante para a manutenÃÃo do analfabetismo, bem como da Ãnfima taxa de escolaridade registrada entre essa populaÃÃo, em especial na regiÃo Nordeste. Tal situaÃÃo tambÃm reflete a subserviÃncia da populaÃÃo diante de um sistema polÃtico caracterizado pela aÃÃo autoritÃria e centralizadora. A presente dissertaÃÃo analisa as ressonÃncias sociais, polÃticas e culturais do trabalho educacional desenvolvido pelo Instituto CoraÃÃo de Estudante, atravÃs do Programa de EducaÃÃo em CÃlulas Cooperativas, em comunidades rurais nos municÃpios de Pentecoste e ApuiarÃs, no estado do CearÃ. A pretensÃo da instituiÃÃo à possibilitar o acesso à escolaridade bÃsica e ao ensino universitÃrio a jovens e adultos de comunidades rurais que, no caso deste estudo, sÃo as comunidades de Cipà e CanafÃstula. Pretende, tambÃm, desenvolver uma prÃtica educativa politizada, voltada à compreensÃo da realidade, facultando aos estudantes ferramentas para uma participaÃÃo mais ativa e qualificada em suas comunidades. Estaria o Instituto atingindo suas metas e os objetivos entre os sujeitos participantes de suas atividades? Em relaÃÃo ao ingresso de estudantes na universidade, os resultados sÃo inequÃvocos; mas, quanto à politizaÃÃo pretendida pela instituiÃÃo, depreende-se que essa sinaliza para prÃticas ora tradicionais, ora progressistas. As prÃticas educativas do Instituto proporcionam aos estudantes espaÃos de participaÃÃo, apontando para a elevaÃÃo dos valores democrÃticos, da solidariedade e do aprendizado da cidadania.