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Diálogo entre conhecimentos científicos escolares e tradicionais em aulas de ciências naturais: intervenção e pesquisa na comunidade de Taganga (Magdalena-Colômbia)Valderrama-Pérez, Diego F. 29 August 2016 (has links)
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Tese Diego F. Valderrama-Pérez 2016 (vf).pdf: 5311826 bytes, checksum: 84a6dd595b23fd2a4c05634e318a7b02 (MD5) / Capes (Programa de Estudantes – Convênio de Pos-graduação – PEC-PG), e Colciencias (Programa Doctorados en el Exterior). / Nesta pesquisa nos aproximamos das realidades específicas das escolas localizadas na comunidade turística e pesqueira de Taganga (Magdalena, Colômbia) com a intenção de investigar sistematicamente condições para um diálogo entre conhecimentos tradicionais e conhecimentos científicos escolares no ensino de ciências, e no processo de desenvolvimento de uma inovação didática. Nosso trabalho segue os pressupostos teóricos e metodológicos da pesquisa em design educacional. Além disso, colocamos em diálogo duas perspectivas educativas sobre as relações entre o ensino de ciências e a diversidade cultural: a perspectiva pluralista pragmática e os conglomerados de relevância. Primeiramente, realizaram-se encontros e entrevistas com pescadores tradicionais de avançada idade, indicados por um líder local, assim como observação participante da prática pesqueira. Em seguida, buscou-se, junto com três professores da educação básica e três especialistas tradicionais locais, investigar contextos de interação entre os conhecimentos tradicionais e os conhecimentos científicos escolares; estabelecer princípios de planejamento da inovação didática, mobilizando conhecimento educacional, saberes docentes e conhecimentos tradicionais; e construir, implementar e avaliar a inovação. Assim, foram planejadas distintas estratégias para que professores e alunos da educação básica primária se aproximassem, desde discursos distintos sobre a natureza, a temáticas escolares específicas. Como resultado, foi desenvolvido um protótipo de intervenção para o estudo das estações do ano, o tempo e o clima e sua relação com a pesca, o qual foi implementado pelos três professores com o apoio de dois pescadores e uma mulher local, em três turmas da terceira série nas três escolas locais, ao longo de um ciclo de pesquisa. Nesse processo, uma aproximação ao conhecimento tradicional dos pescadores junto com os especialistas tradicionais forneceu subsídios relevantes para a construção da inovação, especialmente, na composição de contos com a percepção local da distribuição espacial e sazonal dos recursos marinhos, a alternância de períodos climáticos, e sua relação com as práticas de pesca e os recursos marinhos. Este modo de disponibilizar o conhecimento tradicional contribuiu para o interesse dos professores pela sua inclusão na aula de ciências, e pela participação dos pescadores durante a intervenção na sala de aula. Percebeu-se também a necessidade de promover a participação dos estudantes no contexto de inclusão destes conhecimentos, com valores, experiências e conhecimentos cotidianos, e a promoção de enriquecimentos de ideias escolares com ideias e valores tradicionais. A ideia escolar dos períodos climáticos, baseada na dinâmica da precipitação, por exemplo, foi explorada e complementada com experiências sensoriais e conhecimentos sobre condições do mar e dos ventos, migração de espécies e atividades pesqueiras ao longo do ano, assim como com problemáticas relacionadas com a incerteza da pesca e a imprevisibilidade do clima nos últimos anos. Reconheceram-se também artes de pesca locais, instrumentos utilizados para a coleta de dados científicos (pluviômetros e termômetros), e foram confeccionadas representações gráficas de visões científicas e tradicionais através da elaboração de calendários climáticos e pesqueiros, e formatos para o estudo de regimes locais na precipitação e temperatura da água superficial do mar, de modo a promover argumentação e pluralidade de ideias em sala de aula em torno de sua análise. Essas situações mostraram-se importantes para a geração de espaços de diálogo entre conhecimentos científicos e tradicionais durante a intervenção. Além do mais, revelaram, junto com a análise de textos discursivos dos alunos, uma ampla diversidade de critérios de valor nas ideias expressas sobre o clima e a pesca, e a necessidade da utilização desses critérios durante a abordagem das ideias escolares e tradicionais e a promoção de diálogo entre elas durante a aula. A implementação da inovação e o alcance dialógico das sessões de ensino desenvolvidas através dela, foram influenciados pelo posicionamento dos professores durante a intervenção, questão importante pois demostrou a tomada de controle dos professores e sua relação com o ambiente escolar, assim como a falta de representação das práticas deles no processo de desenho, evidenciando a necessidade de uma maior participação dos professores nesse processo. A análise detalhada da implementação da intervenção em uma turma da terceira serie da educação básica primária, sugere que o enriquecimento das abordagens comunicativas na sala de aula, favorece a aproximação aos conhecimentos não-científicos, com maior espaço para a exposição e troca de ideias, por meio de um discurso interativo/multivocal, e a sistematização do conhecimento científico escolar e tradicional trabalhados em sala, assim como sua demarcação, usando, por exemplo, discurso interativo/univocal. Nesse enriquecimento das abordagens comunicativas da sala de aula, parece fundamental, ainda, o reconhecimento pelo professor (e pelos alunos) da possibilidade de coexistência de discursos com distintas origens dentro da sala de aula de ciências, apesar das possíveis diferenças em relação aos conhecimentos científicos escolares, o que parece possível de ser feito com discursos não-interativos/multivocais. Assim, o protótipo da intervenção poderia ser explicitamente desenhado para assistir aos professores no processo de recuperação da experiência e interpretação dos valores dos alunos, assim como no envolvimento dos professores em diálogos com distintos modos de conhecer, e também na promoção da sensibilização e o reconhecimento de diferentes sistemas de conhecimento. Isso pode exigir orientações específicas no desenho da intervenção para enriquecer os critérios de valor usados durante a aula para abordar ideias e conceitos, bem como para confrontar argumentos e buscar complementaridades entre eles. / In this research we approach the particular realities of the schools located in the tourist and fishing community of Taganga (Magdalena, Colômbia) with the intention of systematically investigating conditions for a dialogue between traditional knowledge and scientific knowledge at school in science education, and the developmental process of an educational innovation. Our work follows the theoretical and methodological assumptions of research in educational design. In addition, we put in dialogue two educational perspectives on the relationship between science education and cultural diversity: a pragmatic pluralist perspective and the relevance of conglomerates perspective. First, there were performed meetings and interviews with aged traditional, indicated by a local leader, as well as participant observation of fishing practice. Then it was sought, along with three teachers of basic education and three traditional local experts, investigate interaction contexts between traditional knowledge and scientific knowledge at school; establish planning principles of teaching innovation, mobilizing educational knowledge, teacher knowledge and traditional knowledge; and build, implement and evaluate the innovation. So different strategies were planned for teachers and students of primary basic education approaching from different nature discourses specific school subjects. As a result, we developed an intervention prototype for the study of the seasons, the weather and climate and its relationship with fishing, which was implemented by the three teachers with the support of two fishermen and a local woman in three classes of third year in the three local schools, along one cycle of research. In this process, the approaching of the traditional knowledge of fishermen along with the traditional experts provided significant subsidies for the construction of the innovation, especially in the composition of stories with the local perceptions of spatial and seasonal distribution of marine resources, alternating climatic periods, and its relationship with the fishing practices and marine resources. This mode of making available the traditional knowledge contributed to the interest of teachers for their inclusion in the science classroom, and the participation of fishermen during the intervention. It was also realized the need for promoting the participation of students in the context of inclusion of knowledge with values, experiences and everyday knowledge, and promotion of enrichment of school ideas with ideas and traditional values. The school idea of climatic periods, based on the dynamics of rainfall, for example, was explored and complemented with sensory experiences and knowledge about the sea conditions and winds, migration of species and fishing activities throughout the year, as well as local worries about the fall of fishing and the unpredictability of the weather in recent years. It was also recognized local fishing practices and instruments used for the collection of scientific data (rain gauges and thermometers), and graphical representations of scientific and traditional views were made through the development of climate and fishing calendars, and formats for the study of local patterns in precipitation and temperature of surface seawater, in order to promote discussion and plurality of ideas in the classroom around theis analysis. These situations proved to be important for the generation of dialogue between scientific and traditional knowledge during the intervention. Moreover, they revealed, along with the analysis of discursive texts of students, a wide range of value criteria in the ideias express on climate and fishing, and the need to use these criteria during the approaching of school and traditional ideas and promotion of dialogue between them during class. The implementation of the innovation and the dialogicity of the educational sessions developed through it, however, were influenced by the position of the teachers during the intervention, an important issue as demonstrated taking control of teachers and their relationship with the school environment, as well as the lack of representation of the practice of them in the designing process, evidencing the need for greater participation of teachers in this process. The detailed analysis of the implementation of the intervention in a class of the third series of primary education, suggests that the enrichment of communicative approaches in the classroom, favors the approach to non-scientific knowledge, with greater space for the exhibition and exchange of ideas through an interactive/multivocal speech, and the systematization of scientific and traditional knowledge worked in classroom as well as its demarcation, using, for example, an interactive/univocal speech. In the enriching of these communicative approaches in the classroom, it seems also essential the recognition by the teacher (and students) of the possibility of the coexistence of speeches with different origins in the science classroom, despite possible differences in relation to scientific knowledge school, which seems possible to be done with non-interactive/multivocal speech. Thus, the prototype of the intervention could be explicitly designed to assist teachers in the recovery process of students experience and in the interpretation of the values of the students, as well as the involvement of teachers in dialogues with different ways of knowing, and also in promoting awareness and recognition of different knowledge systems. This may require specific guidance in the intervention design to enrich the value criteria used in class to discuss ideas and concepts as well as to confront arguments and seek complementarities between them.
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