FundaÃÃo Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Cientifico e TecnolÃgico / Apesar da importÃncia do saneamento ambiental para o bem-estar do homem e para a conservaÃÃo dos recursos naturais, uma grande parcela da populaÃÃo mundial nÃo tem acesso aos serviÃos bÃsicos de saneamento. A disposiÃÃo no solo hà muitos anos mostra-se como opÃÃo para tratamento e pÃs-tratamento de efluentes domÃsticos, sendo que a recusa por grande parte da populaÃÃo reside da ignorÃncia e da falta de informaÃÃes adequadas quanto Ãs formas de reÃso que podem ser oferecidas. O escoamento superficial mostra-se simples quanto à construÃÃo e operaÃÃo, bem como a produÃÃo vegetal obtida com esse tipo de sistema. Foi testada a grama Tifton 85(Cynodon sp), pois possui grande adaptaÃÃo a condiÃÃes de altas concentraÃÃes de nutriente e umidade, mostrando-se como opÃÃo viÃvel para cultivo em rampas de escoamento superficial. O experimento foi realizaÃÃo no Centro de ReÃso da CAGECE localizado na EstaÃÃo de Tratamento de Efluentes da cidade de Aquiraz, CearÃ. Foram construÃdas trÃs rampas de escoamento superficial com inclinaÃÃes diferentes, 2%, 4% e 6% com 30 metros de comprimento e 10 metros adicionais na rampa de 6% de inclinaÃÃo. O lÃquido aplicado nas rampas era esgoto sanitÃrio tratado, proveniente de lagoa de maturaÃÃo. As taxas de aplicaÃÃo de esgoto testadas foram 0,2m3/m.h, 0,3 m3/m.h e 0,4 m3/m.h. Avaliou-se a capacidade do sistema em remover nutrientes, nitrogÃnio e fÃsforo, bem como matÃria orgÃnica. Com a realizaÃÃo de anÃlises quantitativas foi possÃvel determinar qual inclinaÃÃo permitia maior remoÃÃo e em qual vazÃo de operaÃÃo. Para taxas de 0,2m3/m.h, 0,3 m3/m.h a rampa com 2% de inclinaÃÃo alcanÃou 57,65% e 57,11% de remoÃÃo de matÃria orgÃnica respectivamente. Em termos de remoÃÃo de nitrogÃnio a rampa com 6% teve melhor desempenho. O sistema tambÃm apresentou remoÃÃes significativas de microalgas, avaliados em termos de clorofila-a. Em todos os aspectos analisados, o sistema melhorou a qualidade final do efluente, mostrando-se como alternativa viÃvel, com tÃcnica simples e barata compatÃvel com a realidade econÃmica do nordeste brasileiro