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Especularidade e refração: uma leitura do conto O espelho em sua relação especular com os demais contos de Primeiras estórias de Guimarães Rosa

Assis, Luciene Alves de 15 December 2009 (has links)
Made available in DSpace on 2016-04-28T19:59:20Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Luciene Alves de Assis.pdf: 694165 bytes, checksum: 21c7c496765986736e54feaa1439e4b6 (MD5) Previous issue date: 2009-12-15 / Secretaria da Educação do Estado de São Paulo / Rosa s writing, in general, is marked by the creation of a magical and mysterious universe. Guimarães Rosa handles the language with such intensity that his "stories" create such impact on the reader capable of causing in him a desire to go through this fantastic space too. The crossing of that universe can be done through many ways. In this research, in particular, we choose the forks offered by the book First stories (Primeiras estórias). Published in 1962, the book gathers twenty-one short stories seen here as the experiences of life. The research begins with an analysis of the short story The mirror , the eleventh story of the book. From there, it emphasizes the etymology of the word mirror, and its philosophical meaning, the revelation of true identity through a search of the inner side and its contradictions suggested in the confrontation between man and boy. From the awareness of these contradictions arises a third possibility of existential quest. Then some aspects of the main story are shown on how they appear reflected in the other twenty "stories" of the book. The insistence on using the infant universe, the coexistence of opposites, the emergence of a third dimension, beyond the need to give the "final jump" to transcend and to envision a third installment of the reality. After the stories rapprochement, it explores the concept of word as an element that has the same function as a mirror. Thus, we formulated the hypothesis of a study done with the language that raises speculation about a reality that is not seen through the eyes of the body. A scripture that turns into space where it is possible to transcend. Finally, we see how the argument put forward by the narrator of The mirror is backed up on the experiences of individual characters deemed excluded. At the intersection of situations told we can understand how the paradoxes can lead to the perception of a reality that absorbs spiritual matters / A escritura rosiana, em geral, é marcada pela criação de um universo mágico e enigmático. Guimarães Rosa manipula a linguagem com tal intensidade que suas estórias causam um impacto intenso no leitor, tornando-se capazes de provocar nele o desejo de, também, percorrer esse espaço fantástico. A travessia desse universo pode ser feita por vários caminhos. Nesta pesquisa, em particular, escolhemos as bifurcações oferecidas pelo livro Primeiras estórias. Publicado em 1962, o livro reúne vinte e um contos, vistos aqui como relatos de experiências de vida. A pesquisa inicia-se por uma análise do conto O espelho, décimo primeiro conto do livro. A partir daí, ressalta-se a etimologia da palavra espelho e seu significado filosófico, a revelação de uma verdadeira identidade por meio da busca interior e das contradições sugeridas no confronto entre o homem e o menino. Da consciência dessas contradições, nasce uma terceira possibilidade de busca existencial. Em seguida, procura-se mostrar como alguns aspectos do conto central aparecem refletidos nas outras vinte estórias do livro: a insistência em usar o universo infantil, a convivência entre opostos, o surgimento de uma terceira dimensão, além da necessidade de dar o salto mortal para transcender e vislumbrar uma terceira parcela da realidade. Após a aproximação entre os contos, explora-se o conceito de palavra com função correspondente à do espelho. Assim, levantamos a hipótese de um trabalho feito com a linguagem que desencadeia especulações e especularidades sobre uma realidade que não é vista com os olhos do corpo, criando uma escritura que se transforma em espaço onde transcender é possível. Na conclusão, observamos como a tese defendida pelo narrador de O espelho aparece comprovada nas experiências individuais de personagens considerados excluídos. Na intersecção das situações narradas podemos compreender como os paradoxos podem levar à percepção de uma realidade que absorve questões espirituais

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