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O conceito de tolerância em John Locke: a tolerância universal e os seus limitesDiniz, Márcio Victor de Sena 04 August 2011 (has links)
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Previous issue date: 2011-08-04 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / John Locke (1632-1704) is an important philosopher of Modern Age. His most important researches focus on the epistemology, theology, ethics and political philosophy. Among the themes investigated by Locke, it is present the problem of religious tolerance, on which the philosopher devoted more than four decades, between 1660 and 1704. During this period, we can characterize at least two different positions adopted by Locke on the relationship between the political and religious fields. The first position corresponds to the earliest writings about the Lockean tolerance: Two Tracts on Government (1660-62). In this period, Locke defends that the civil magistrate is entitled to impose laws on some religious aspects, that is, about the indifferent things". The strongest allegation of the philosopher is that only through religious uniformity in terms of "indifferent things", is that the magistrate could ensure order within the civil community, preventing the peace from been disturbed by religious disputes. The second Lockean position corresponds mainly to Epistola de tolerantia (1689). In this time, Locke changes his argument and begins to defend religious tolerance, basing exactly on the separation of the State and Church and setting different functions for each of these institutions, as well as their own powers to perform their proper functions. The objective of this study is to investigate the different concepts of tolerance in the three works presented above. We will defend two hypotheses about the Lockean tolerance. 1. First, we will support that, despite of the change in Locke's position on the relationship between the State and Church, the philosopher remains an element unchanged over his writings on tolerance, namely, his "theological conception", and we will claim that this "theological conception" is essential to understand the Lockean concept of tolerance. 2. We will defend that the concept of tolerance presented in Epistola of 1689 can elucidate the political and religious problems encountered in the context of the Protestant Reform and religious wars occurred in Europe during the sixteenth and seventeenth centuries. / John Locke (1632-1704) é um importante filósofo da Época Moderna. As suas investigações mais relevantes giram em torno da epistemologia, da teologia, da ética e da filosofia política. Dentre os temas mais examinados por Locke, encontra-se o problema da tolerância religiosa, sobre o qual o filósofo se dedicou por mais de quatro décadas, entre 1660 e 1704. Ao longo desse período, podemos caracterizar pelo menos duas posições distintas adotadas por Locke sobre a relação entre o campo político e o campo religioso. A primeira posição corresponde aos primeiros escritos lockeanos a respeito da tolerância: Two tracts on Government (1660-62). Neste período, Locke defende que o magistrado civil tem legitimidade para impor leis sobre alguns aspectos da religião, isto é, sobre as coisas indiferentes . A alegação mais forte do filósofo é a de que, somente através da uniformidade religiosa no que tange às coisas indiferentes , é que o magistrado poderia assegurar a ordem no seio da comunidade civil, impedindo que a paz fosse perturbada por disputas religiosas. Já a segunda posição lockeana corresponde principalmente a Epistola de tolerantia (1689). Neste período, Locke muda a sua argumentação e passa a defender a tolerância religiosa partindo exatamente da separação entre Estado e Igreja e estabelecendo funções diferentes para cada uma dessas instituições, assim como poderes próprios para a realização de suas devidas funções. O objetivo do presente trabalho é investigar as diferentes concepções de tolerância apresentada nas três obras acima. Defenderemos duas hipóteses sobre a tolerância lockeana. 1. Primeiramente, argumentaremos que, apesar da mudança na posição de Locke sobre a relação entre Estado e igreja, o filósofo mantém um elemento inalterável ao longo dos seus escritos sobre a tolerância, a saber, a sua concepção teológica ; e sustentaremos que essa concepção teológica é essencial para a compreensão do conceito lockeano de tolerância. 2. Defenderemos ainda que a concepção de tolerância apresentada na Carta de 1689 consegue elucidar os problemas político-religiosos nascidos no contexto da Reforma Protestante e das guerras religiosas ocorridas na Europa, durante os séculos XVI e XVII.
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